População participa de combate à dengue promovido pelo Estado
A aposentada Terezinha Porto já estava de prontidão quando o tenente Oliveira e o agente de endemias Cláudio Guimarães bateram à sua porta. Na rua Leandro Maciel, onde mora, no município de Aquidabã, o carro de som passou logo cedo anunciando a ação pioneira do Governo para reforçar o combate à dengue no interior do Estado. Munidos de material informativo, larvicidas, sacos de lixo e muita disposição para o trabalho, os profissionais inspecionaram a casa e orientaram a aposentada sobre os cuidados indispensáveis para controlar a proliferação do Aedes aegypti.
O imóvel de dona Terezinha foi apenas um dos mais de 63 mil que foram inspecionados em Aquidabã, Itabaiana, Laranjeiras, Carira, Tobias Barreto, Feira Nova e Tomar do Geru, localidades que já registraram óbitos por causa da dengue. Ao todo, mais de 2,3 mil profissionais estiveram envolvidos nessa ação conjunta realizada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), Petrobras, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e prefeituras municipais.
"Aqui em minha casa posso garantir que não encontrarão qualquer vestígio do mosquito da dengue. Meu marido e eu já limpamos todo o quintal, retiramos os cacos, viramos as garrafas de cabeça pra baixo e cobrimos o tanque", disse Terezinha. Na casa da aposentada, essas medidas foram tomadas depois que sua neta mais nova contraiu a doença. "Também recomendei que os vizinhos fizessem o mesmo, pois foram registrados muitos casos na redondeza", acrescentou.
Infelizmente o exemplo da aposentada não foi seguido por todos os moradores da rua. Algumas casas depois, o agente Cláudio Guimarães encontrou larvas do mosquito numa lavanderia. "Os reservatórios de água representam o maior problema no controle do vetor. Já que as pessoas não podem abrir mão disso, principalmente nos lugares onde o abastecimento de água não é regular, elas precisam entender que a limpeza é indispensável. Não basta apenas cobri-lo", comentou.
Integração
Além de orientar os moradores, identificando e extinguindo criadouros, as equipes compostas por militares, agentes de saúde e de endemias também recolheram das ruas pneus e outros objetos que acumulam água e facilitam a procriação do Aedes aegypti. Em todas as cidades, a atuação desses grupos contou ainda com o apoio e supervisão de outras equipes, das quais fizeram parte técnicos do Estado e municípios nas áreas de Atenção Básica e vigilâncias Epidemiológica e Sanitária.
Em dez anos de serviços prestados à Polícia Militar, a tenente Claudice nunca testemunhou uma ação como a que foi realizada nesta quarta-feira, 7, nos municípios sergipanos. "Os militares estão engajados na luta contra a dengue. A população também entendeu a proposta da operação e nos recebeu com vontade de colaborar. Alguns, inclusive, denunciaram casas fechadas e terrenos baldios onde provavelmente ainda há focos", afirmou a tenente.
A secretária adjunta de Estado da Saúde, Mônica Sampaio, explicou que a ação não soluciona o problema, mas busca acelerar o controle pleno da endemia. "A agressividade desta doença vem preocupando a todos. Por isso, o mais importante nesse momento é somar esforços e criar na sociedade o sentimento de mobilização", disse Mônica, alertando que as ações de controle devem ser permanentes para evitar uma nova epidemia no futuro.
Assistência
Ela ainda lembrou que o Estado vem adotando uma série de medidas não só no combate à doença, mas reforçando também a assistência aos pacientes. "A capacitação de profissionais das redes pública e privada, contratação temporária de enfermeiros, distribuição de kits de hidratação para todos os municípios e a convocação de médicos são algumas das ações. O Estado também já abriu mais de 300 leitos de hidratação no Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) e nos hospitais do interior", frisou.
Segundo João Feitosa, diretor clínico do Hospital e Maternidade Santa Cecília, em Aquidabã, as ações estaduais e o apoio concedido aos municípios têm sido determinantes para conter o avanço da doença. "Em nosso hospital, por exemplo, os kits de hidratação e os comprimidos de paracetamol fornecidos pelo Estado foram de extrema importância para que a gente pudesse manter o atendimento aos cidadãos", comentou o médico.
O secretário de Saúde de Carira, Carlos Alberto Vieira, compartilha da mesma opinião. "O Estado não tem medido esforços para auxiliar os gestores municipais na luta contra a dengue. Contamos sempre com o apoio técnico e operacional das equipes estaduais de Atenção Básica e vigilâncias Epidemiológica e Sanitária. Sozinho, sem a parceria do Governo, certamente o município não conseguiria executar uma ação semelhante a essa", garantiu.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- População participa de combate à dengue promovido pelo Estado – Foto: Alejandro Zambrana