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Pesquisas realizadas no Monumento Natural Grota do Angico, Unidade de Conservação da Natureza (UC) gerida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (MONA/Semarh) revelaram diversidade de plantas aquáticas e de abelhas orquídeas na região. Para os pesquisadores, a existência desses dois fatores somam indicadores positivos de uma região que abriga em si uma biodiversidade privilegiada.

Com pouco menos de um ano, pesquisadoras renomadas da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com área de atuação em alguns Estados do Brasil, iniciaram estudos na região da UC do Angico, que abrange uma área de aproximadamente 2.183 hectares.
Faltando ainda dois longos anos para fechar a primeira etapa da pesquisa, dados já comprovam como são grandes e reveladores os ecossistemas da natureza nordestina.

Os açudes e seu valor para a Caatinga

A primeira grande descoberta das pesquisas é com relação à existência de algumas espécies de plantas aquáticas em açudes. E curiosamente, a iniciativa das pesquisas sobre a Ecologia Aquática pesquisada na UC do Angico está intrinsicamente ligada à ação do homem sobre a natureza, e dessa vez, de forma positiva.

Segundo externa a autora da pesquisa, a especialista em Limnologia, Maria Angélica de Oliveira Bezerra, os açudes, pequenos reservatórios construídos para atender as atividades agropecuárias, são hoje unidades integrantes da paisagem da Caatinga, servindo de refúgio para muitos animais e plantas e contribuindo para o aumento da diversidade e produtividade regional. “Assim como os animais e as plantas o homem depende unicamente dessas fontes intermitentes de recursos hídricos em muitas regiões do semi-árido”.

Além de variadas espécies de plantas aquáticas, a exemplo da planta carnívora do gênero Utricularia, em alguns açudes do Angico foi coletada a planta aquática com menor flor do mundo, a Wolffia (duas espécies). Segundo a pesquisadora, Maria Angélica, “esse tipo de planta tem elevado valor nutritivo (comparado a soja em valor protéico), podendo ser utilizada na alimentação humana como ocorre em alguns países”. Ela lembra a situação de carência alimentar dos sertanejos dado à condição climática da região.

Segundo a professora pesquisadora, a qual tem incentivos de bolsa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) junto ao CNPq/Fapitec/UFS, a sua pesquisa tem por objetivo caracterizar os açudes, analisando alguns parâmetros físicos, químicos e biológicos (plâncton e macrófitas aquáticas), com fins ecológicos.

Abelhas orquídeas

Elas transitam ponta à cento, ou seja, da borda da mata ao centro da floresta branca, como é popularmente conhecida a Caatinga – único bioma genuinamente brasileiro.
“No Angico parecem transitar sem motivo, pois não estão voando aqui e ali produzindo mel, não. Esse tipo de abelhas tem única função de serem polinizadoras. Estão lá no Angico para dar qualidade de vida à biodiversidade, e fortalecer o ecossistema”. É o que afirma a pesquisadora Aline Borba dos Santos, doutora em entomologia pela USP, e especialista em abelhas Euglossini.

Explica que as “abelhas-de-orquídeas”, como são popularmente conhecidas, são pequeninas e azuis, horas verde. “Por conta dessa tonalidade e tamanho, são confundidas frequentemente pela população com as moscas varejeiras”, afirma.

“As abelhas são importante polinizadores das espécies vegetais, com destaque para a família Orchidaceae, e tem apresentado como indicadores de impactos ambientais, como a fragmentação que leva a redução de diversas populações”, expõe a pesquisadora.

A pesquisa sobre as Abelhas Euglossini também foi estendida à Unidade de Conservação do Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, localizada em Capela.  Do grupo desse tipo de abelha, dividem-se em cinco gêneros. Segundo coleta inicial, somente no Junco, três tipos do grupo das Euglossini foram encontrados: a exaerete, euglossa e a eulaema. Já na UC do Angico, foram encontrados dois tipos, a Euglossa quanto a eulaema.

“Por este motivo é necessário ampliar os estudos sobre estas abelhas permitindo inferir sobre a estrutura populacional verificando alterações devido à fragmentação e produzindo dados para estratégias de preservação”.

A pesquisa com as abelhas nas UC de Sergipe, de acordo com a professora, objetiva realizar um levantamento das espécies de Euglossini em fragmentos de Caatinga e Mata Atlântica, analisando aspectos ecológicos, como riqueza, abundância, flutuação sazonal, idade, preferência por compostos aromáticos e recursos florais utilizados; genéticos para avaliar a variabilidade por meio de microssatélites, e químicos, pela a utilização de hidrocarbonetos cuticulares.

“Existem orquídeas que dependem unicamente desse tipo de abelha para polinizar. Não são abelhas de mercado, pois não produzem o mel, ela funciona como uma espécie de indicador ambiental. Se nos pontos que estamos avaliando, bordas e centro das UC’s, for reconhecido comoo ambiente é impactado, no local não haverá a diversidade da espécie”, destaca a pesquisadora Aline Borba.

Ela justifica ainda que a pesquisa trará o nível da conservação das Uc’s, tanto do Angico quanto do Junco. “Entretanto, em apenas realização de três coletas, a diversidade do gênero encontrado deste grupo de abelhas, caracteriza uma boa qualidade da biodiversidade local”, revela com bons olhos o resultado final da pesquisa, também a ser conclusa em 2014.

Estudos

Ao final das pesquisas, o resultado tanto de caracterização dos açudes quanto o das abelhas Euglossini será entregue a Semarh para ser disponibilizado à população para fins de estudos e catalogação.

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