Pipita invade fazenda, tenta fugir da polícia e morre em troca de tiros
A perseguição ao adolescente Cleverton Santos Reis, mais conhecido como ‘Pipita’, terminou por volta das 3h da madrugada deste sábado, 22, em uma fazenda localizada no povoado Campo Grande, no extremo sul do município de Tomar do Geru, na divisa com a Bahia. ‘Pipita’ foi atingido com três tiros na região do tórax e morreu a caminho do Hospital Regional de Estância. O adolescente tentou entrar na fazenda e um dos moradores o atingiu com dois golpes de facão, um no pulso direito e outro na cabeça.
Na noite anterior, a coordenação da operação recebeu uma série de informações de populares sobre a localização do adolescente que há 15 dias vem assustando a população de municípios localizados no sul do Estado com raptos, invasões de residências e homicídios. "Distribuímos durante toda a madrugada equipes em locais estratégicos, se comunicando o tempo todo. No momento em que percebemos a ação dele, agimos rápido, realizamos o cerco e houve a troca de tiros que culminou com a morte do Pipita", explicou o delegado Marcelo Cardoso, que comandou a operação policial.
Nesta segunda-feira, 24, às 7h, será realizada uma entrevista coletiva com representantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP) para explicar toda a operação. A entrevista será concedida na Academia de Polícia Civil (Acadepol), localizada à Avenida Tancredo Neves, em Aracaju.
Ação
Os policiais já esperavam que ‘Pipita’ saísse da mata fechada à noite em busca de alimentação e dinheiro. Com as informações sobre a possível localização dele, somadas à distribuição dos efetivos policiais próximos à mata fechada onde estava o adolescente, a montagem do cerco foi mais rápida. ‘Pipita’ chegou a furtar uma bicicleta na fazenda para tentar fugir, mas perto do curral foi cercado, momento em que houve a troca de tiros.
O adolescente foi colocado em uma viatura da polícia e levado para uma unidade médica em Tomar do Geru, mas os policiais tiveram que encaminhá-lo para o Hospital Regional de Estância. "No caminho ele já não apresentava qualquer sinal vital, mas, obedecendo aos procedimentos legais, passamos pelo hospital de Estância, onde o médico constatou que ele já estava morto", explicou o capitão Henrique Rocha, do Comando de Operações Especiais (COE).
Perseguição
A busca por ‘Pipita’ e o seu comparsa, dentro da mata fechada na região sul de Sergipe, mobilizou diversas unidades especializadas ligadas às polícias Civil e Militar. "Tivemos policiais que trabalharam ininterruptamente por mais de 24 horas e, mesmo assim, pediam à coordenação da operação para continuar com as buscas. Não queriam parar, já que nos envolvemos muito com as populações dos municípios e tínhamos que honrar as instituições que a gente defende", destacou o delegado Ronaldo Marinho, diretor do Cope.
Policiais das delegacias de municípios do sul do Estado, como é o caso de Cristinápolis e Tomar do Geru, onde as investigações estavam concentradas, do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil, do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar, das subunidades do 6º Batalhão da PM, com o repasse de informações fundamentais da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol), direto de Aracaju, participaram da operação.
"Tivemos um policial que tomou um tiro de raspão na cabeça durante uma perseguição, outro que sofreu um ataque de abelhas, um terceiro mordido por cobra, outros que, pela vontade de dar uma resposta à sociedade, ignoravam a sede e a fome. Não foi uma tarefa fácil, ao contrário do que muitos imaginavam. Tínhamos toda a estrutura montada e o conhecimento e preparo técnico adequados, mas ele era muito hábil dentro do matagal", analisou o delegado Osvaldo Resende, encaminhado para Tomar do Geru para atuar exclusivamente neste caso.
As buscas ao comparsa de ‘Pipita’, o ‘Gago’, ainda continuam na região. A participação da comunidade é fundamental para que a polícia localize o último suspeito, através do 0800-790147, Disque Denúncia da Polícia Civil, ou pelo 190 da PM.
A quadrilha que sustentava a ação de ‘Pipita" começou a ser desbaratada no dia 22 de fevereiro, com a prisão de três responsáveis pelo repasse de alimentação, armas, drogas e munição para o comando da quadrilha na área rural de Tomar do Geru. A segunda parte da prisão aconteceu no último dia 7 de março, quando mais três foram presos através de mandados expedidos pela Justiça. No mesmo dia, um dos principais comparsas de ‘Pipita’ foi morto em troca de tiros.
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