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Com o intuito de realizar um levantamento sobre a flora sergipana através de coletas botânicas de vegetação herbácea, arbórea e arbustiva, pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e de Pernambuco (UFPE) estão atuando na Unidade de Conservação Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, área protegida pela Secretaria do Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), localizada no município de Capela. O objetivo é coletar material botânico para pesquisas em taxonomia e sistemática através do projeto Floresta Atlântica (PFA).

O projeto, que é realizado em parceria com equipes de alguns estados nordestinos como Pernambuco, Paraíba e Bahia e com o The New York Botanical Garden, estão sendo coordenados em Sergipe pela professora Dra. Ana Paula do Nascimento Prata, curadora do herbário ASE, da Universidade Federal de Sergipe.

De acordo com a professora Ana Paula, o “Floresta Atlântica” está inserido em um projeto maior desenvolvido em Sergipe, que é o Projeto Flora de Sergipe (FloSe). “O projeto é importante porque estamos realizando prospecção em todos os municípios sergipanos. As formações vegetacionais ali existentes foram pouco estudadas e em decorrência da ocupação e exploração desordenada, encontram-se em estágio bastante avançado de antropização e consequente degradação. A situação de degradação ambiental deste estado não é diferente da de outros estados nordestinos, onde áreas de Caatinga e de Mata Atlântica têm sido modificadas e informações sobre as espécies são perdidas antes mesmo de serem conhecidas”, diz.

Ana Paula enfatiza ainda, que o estudo pretende realizar um levantamento das famílias botânicas existentes em Sergipe, com o objetivo de fornecer subsídios para a elaboração da Flora do Estado e, consequentemente, para a catalogação e conservação da flora brasileira. “Vale ressaltar, que um dos objetivos do projeto Flora de Sergipe, é identificar as espécies ocorrentes na flora sergipana, informatizando a coleção das plantas de Sergipe incluídas no acervo do Herbário ASE, incluindo as informações referentes as espécimes através do programa Brahms, visando à divulgação da diversidade florística do estado para alunos de graduação e pós-graduação, além dos demais pesquisadores e interessados nessa temática”, aponta.

A professora destaca ainda que durante o projeto foram encontradas novas espécies para a flora sergipana, a exemplo das famílias (Bromeliaceae, Myrtaceae, Eriocaulaceae e Iridaceae) que estão em fase de descrição pelos especialistas das respectivas famílias.

Pesquisas

Segundo a doutoranda em botânica da UFPE, Ana Raquel e a pós-graduanda em educação ambiental e graduanda em engenharia florestal da UFS, Leuciane Andrade, os estudos do Projeto Floresta Atlântica se iniciaram no segundo semestre de 2010, oportunidade em que perceberam a lacuna de dados que existia no estado. “No momento em que começamos as coletas, percebeu-se que a diversidade de plantas era maior do que se imaginava, o que demonstra a importância desses remanescentes”, destacam.

Já nas expedições dentro da unidade de conservação os pesquisadores encontraram espécies típicas da Mata Atlântica tais como louro, pau-pombo, amescla, murta, angelim, guabiraba, como também espécies em ameaça devido a forte influência da devastação humana como sapucaia, sucupira, ipê roxo, amarelo e jacarandá verdadeiro.

Pontuam ainda que durante as expedições botânicas são coletadas amostras férteis (com flores e frutos) que passam por um processo chamado herborização, no qual o material é colocado em uma prensa de madeira, entre jornais e papelões alternados, a fim de conservar suas propriedades, ganhando o molde para a armazenagem. “Esse material segue para a estufa onde são desidratadas para serem incorporadas a coleção cientifica que é o herbário”, apontam.

Os pesquisadores explicam ainda que dentro do herbário as exsicatas (amostras) são conservadas em ambiente climatizado, gerando um banco de dados referente a toda a biodiversidade. “Essas informações são de livre acesso a qualquer pesquisador, aluno, que queiram utilizá-las como base para diversos estudos, entre eles os de ecologia e conservação”, afirmam.

Herbário

Já o herbário ASE fica lotado no Departamento de Biologia da UFS, em que o material coletado é incorporado permanecendo em baixa temperatura. Fundado nos idos de 1976, reúne atualmente uma coleção com 21 mil exemplares do reino vegetal, sendo que 80% dessas informações já estão informatizadas, disponíveis para o fornecimento de dados para pesquisa dos especialistas.

O secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Genival Nunes, demonstra satisfação com o fato da Unidade de Conservação da Mata do Junco servir de centro de pesquisa para universidades de outros Estados.

Para a coordenadora técnica do RVS Mata do Junco, Augusta Barbosa, os projetos além de servir para ampliação do conhecimento científico sobre a flora da Unidade, contribui para a conservação da mesma em Sergipe. “Fico muito feliz do RVS Mata do Junco, apesar de sua recente criação, disponibilizar infraestrutura como Alojamento, Centro de Vivência, Laboratório, escritório para desenvolvimento de atividades de proteção, pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo”, afirma.

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