Palestras sobre queimadas e incêndios são proferidas no sertão do semiárido

Como prevenir e combater queimadas e incêndios florestais. Esse foi o tema central das palestras assistidas na noite desta última quinta-feira, 25, por moradores dos municípios de Canindé de São Francisco e Poço Redondo, regiões com maior concentração do bioma Caatinga do Estado e que, por consequência da  época do ano de estiagem e seca, está  sempre suscetível à ocorrência de incêndios. O mais recente fato ocorreu em 15 de novembro deste ano, na Serra do Cruzeiro, em Canindé.

Um bom número de participantes das duas comunidades dos municípios estiveram no Clube Autemar Dutra, centro de Canindé, para assistir a duas palestras promovidas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), em parceria com a Prefeitura de Canindé. Elas foram ministradas por representantes do Prevfogo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).

A palestra ministrada pelo representante do Centro Nacional de Combate a Incêndios Florestais do Ibama/Prevfogo, Rodrigo Falleiro, permitiu que o público presente tivesse maior conhecimento sobre as consequências trazidas pelos incêndios ao meio ambiente e dos problemas relacionados à prática da queima.

“Os incêndios florestais, queimadas e desmatamentos são responsáveis por 65% a 80% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa. E o Brasil é o quarto maior emissor do mundo. A maioria dos incêndios florestais inicia-se por ação humana. Exemplo, vão queimar a pastagem e perdem o controle da situação. O que era para ser uma simples queimada, embora manejo empobrece o solo, a iniciativa chega a alcançar a dimensão de um incêndio florestal”, afirmou Falleiro.

Ainda durante a sua apresentação, o analista do Prevfogo fez a distinção entre  o que seja uma queimada e um incêndio florestal. Explicou que a queimada é o fogo geralmente utilizado como sendo ferramenta de manejo para limpeza de determinado especo. Já o incêndio florestal ocorre quando, a partir do avanço de maior proporção da queimada, passa a atingir o bem florestal. “O incêndio florestal é todo tipo de fogo sem controle e que incide sobre qualquer forma de vegetação podendo ser provocado pelo homem ou por fonte natural”, frisou o representante do Ibama.

As ações de Educação Ambiental da Chesf junto à comunidade residente no entorno da companhia sobre o combate e a prevenção de incêndios em linhas de transmissão foram reveladas durante apresentação do engenheiro Alex Loureiro, do Departamento do Meio Ambiente da Chesf.

“Realizamos um trabalho de conscientização junto à população em geral   introduzindo os princípios da educomunicação com foco em queimadas nas linhas de transmissão. Essa iniciativa tem dado grande resultado para a companhia, pois, sem incêndios, sem créditos a ser repassado para a população pagar”.

Segundo Loureiro, quando há interrupção de energia por conta de incêndios que atingem as linhas de transmissão, todo o prejuízo de multa é lançado na conta do consumidor. “Com o trabalho específico de educação ambiental junto às escolas, líderes comunitários e a população local, a companhia deixou de pagar R$ 8 milhões em multas, valor que sempre é repassado para a conta da energia do consumidor”.

Entre os presentes ao evento, o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Genival Nunes, o vice-prefeito de Canindé, Marcondes Marinho, o ouvidor geral do Estado, Luiz Eduardo Costa, a superintendente de Biodiversidade e Florestas da Semarh, Valdineide Silva, o coordenador da Monumento Natural Grota do angico, Jeffeeson Simanas, e o presidente da Câmara de Vereadores de Canindé, Linduarte Torres.

De acordo com Genival Nunes, principal mentor da realização das palestras por compreender a necessidade de combater e prevenir incêndios florestais, as palestras ganharam peso para novas discussões e ainda parcerias importantes que  garantem maior comprometimento com a causa.

“Além das causas e consequências decorridas pelo incêndio florestal, a palestra mostrou ainda a importância e o valor de uma formação de Brigadistas Voluntários. Aqui na região da Caatinga não tem melhor pessoa indicada a apagar o fogo ou controlá-lo senão os catingueiros brigadistas voluntários. Eles não são bombeiros, pois a técnica e a ferramenta utilizada na operação de combate ao incêndio são específicas, porém são pessoas mais indicadas a chegar mais rápido ao fogo por até já ter o conhecimento de percurso da mata”, declarou o secretário que recebeu da Prefeitura Municipal de Canindé e da Rádio Xingó FM todo o apoio para realização de palestras.

Curso

A realização da palestra culminará com o curso de Brigada de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, organizado pela superintendência de Biodiversidade e Floresta da Semarh. O curso de brigadista será realizado no período de 8 a 12 de dezembro na Grota do Angico, em Canindé do São Francisco.