Orsse presenteia público com peça do pianista Jean Louis Steuerman
A cada apresentação, a Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) surpreende, levando música de qualidade aos sergipanos e apresentando nomes consagrados da música clássica. Na noite desta quarta-feira, 20, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), através da Orsse, presenteou o público que lotou o Teatro Tobias Barreto (TTB) com mais uma apresentação da série Mangabeiras. Dessa vez, o convidado foi o renomado pianista brasileiro e radicado em Londres, Jean Louis Steuerman.
Na primeira parte do programa, o solista Jean Louis Steuerman executou, sob regência do maestro Guilherme Mannis, o Concerto para piano nº1, op.1, em fá sustenido menor, do russo Sergei Rachmaninoff, sendo amplamente aplaudido pela plateia. Em seguida, o público foi brindado com a estréia mundial da peça Madei-Mamoré, do artista recifense Manoel Nascimento. Fechando a noite em grande estilo, a Orsse terminou seu espetáculo com a Sinfonia nº1, op.68, em dó menor, do compositor alemão Johannes Brahms.
Há cinco anos no comando da Orsse, o maestro Guilherme Mannis conta que a execução inédita de músicas compostas em território nacional faz parte de um projeto de consolidação da música sinfônica brasileira. “Trata-se de um projeto em que nós damos oportunidade aos compositores para mostrar seu trabalho com orquestras sinfônicas. Nesse caso, vamos estrear essa peça do Manoel Nascimento. Como é algo inédito, teremos o público como principal crítico dessa obra. Cabe a nós enquanto orquestra, a difusão da própria peça”, destacou o regente.
Em relação ao convite feito por Mannis ao pianista Jean Louis, o maestro ressaltou o destaque mundial que tem o solista, como também o quão gratificante é para a Orsse executar uma peça com ele. “Tocamos juntos em La Paz, na Bolívia, no ano passado. Acompanho seu trabalho desde pequeno e sempre ia aos seus concertos em São Paulo. Ter o Jean aqui em mais um concerto da temporada é algo muito gratificante, pois trata-se de um pianista de primeiro nível e que tem renome mundial”, elogiou.
Questionado sobre o período de ensaios que teve com a orquestra, o pianista Jean Louis Steuerman não poupou elogios, garantindo ser um grupo concentrado e que trabalha bem todas as suas execuções. “Estou muito feliz em poder estar aqui. Quando o Guilherme me convidou, não resisti, pois além de ser um concerto que amo, esta é a primeira vez que estou com a Orsse e em Sergipe. Pretendo, com certeza, voltar mais vezes, se eles me convidarem, é claro!”, brincou Jean.
Orquestra e o público cada vez mais jovem
A cada apresentação da Orsse, seu número de admiradores cada vez mais vem aumentando. A orquestra, atualmente, está atingindo diferentes faixas etárias e a principal delas são os jovens. Como programa noturno, eles se reúnem com os amigos e vão conferir os espetáculos. Todos com um só objetivo: ouvir música de qualidade.
Thales Costa é um desses exemplos, acompanhado dos seus amigos, o jovem afirmou que este é um programa freqüente que eles fazem. “Admiro essa interatividade que eles fazem, trazendo músicos renomados para que nós possamos conhecer. Além disso, você perceber o quanto eles estudaram para estar ali. São músicos de qualidade, e este é o resultado de suas músicas”, parabenizou Thales.
Para a amiga de Thales, Cacau Faria, todos os espetáculos realizados pela orquestra são especiais, mas uma marcou em especial que foi o Concerto de Aranjuez para violão e orquestra, do espanhol Joaquin Rodrigo – que abriu a temporada da Orsse neste ano. “O que mais me surpreendeu foi a ousadia em colocar um violão como instrumento solista diante de uma orquestra. Essa interatividade é maravilhosa”, frisou Cacau.
Também apaixonada por música clássica, Thainã Correia, 24 anos, contou que desde pequena tocava violino, mas teve que parar devido a uma inflamação no punho. “Sou de uma família de músicos e quando tive que parar de tocar foi bem doloroso para mim. Não sei se hoje eu faria parte da orquestra, mas com certeza estaria tocando meu instrumento. Desejo a todos eles (Orsse) sucesso e que eles brilhem como sempre”, disse Thainã.
Sobre Guilherme Mannis
Guilherme Mannis é diretor artístico e regente titular da Orsse desde 2006, e já dividiu o palco com artistas como Maria João Pires, Michel Legrand, Nelson Freire, Jean Louis Steuerman, André Mehmari, Emmanuele Baldini, Daniel Guedes, Wagner Tiso, Amaral Vieira, etc. Como regente convidado tem dirigido grupos como a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), Amazonas Filarmônica, Orquestra de Câmara do Amazonas, Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, Sinfônica da Bahia, Sinfônica de Ribeirão Preto, Petrobras Sinfônica, Orquestra Sinfônica Carlos Chávez, Sinfônica Nacional da Bolívia, World Youth Orchestra, entre outros.
Sobre Jean Louis Steuerman
Nascido no Rio de Janeiro, Jean Louis cresceu junto com a música. Aos quatro anos iniciou seus estudos de piano e com 14 estreou na Orquestra Sinfônica Brasileira. Em 1967 mudou-se para a Europa, após ter ganhado a bolsa de estudos do Conservatório de Nápoles. Suas apresentações como solista incluem concertos com a Sinfônica de Londres, sob a regência de Claudio Abbado, e com a Royal Philharmonic Orchestra, sob a regência de Sir Yehudi Menuhin e Vladimir Ashkenazy. Seu repertório contempla todos os períodos e gêneros. Além disso, ele tem tido o cuidado de incluir em seus recitais obras do século XX. O pianista é radicado em Londres.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Orsse presenteia público com peça do pianista Jean Louis Steuerman – Fotos: Fabiana Costa/Secult