Nota de esclarecimento – Interrupção de gravidez de bebês anencéfalos

A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) informa que a paciente M.L.S.O, de 27 anos, moradora do município de Nossa Senhora do Socorro, grávida de sete meses um bebê anencéfalo, teve a interrupção da gravidez realizada pela equipe médica da unidade na manhã desta quarta-feira, 11, conforme autorização judicial. Ela permanece em observação e seu estado de saúde é considerado bom.

Quanto à gestante N.S.S, de 31 anos, residente na Barra dos Coqueiros, grávida de oito meses, também de um bebê sem cérebro, permanece internada na Ala Rosa, por motivos clínicos. A gestante está fazendo tratamento com antibióticos por conta de uma infecção urinária, mas passa bem. Como os familiares da paciente optaram por não dar entrada com o pedido da interrupção da gravidez judicialmente, os obstetras aguardam a gestante entrar em trabalho de parto para que o procedimento seja concluído.

Anencefalia

A anencefalia consiste na malformação rara, proveniente de defeito de fechamento do tubo neural durante a formação embrionária. Trata-se de patologia letal. Bebês com anencefalia possuem expectativa de vida muito curta, embora não se possa estabelecer com precisão o tempo de vida que terão fora do útero. A anomalia pode ser diagnosticada, com certa precisão, a partir das 12 semanas de gestação, através de um exame de ultrassonografia, quando já é possível a visualização do segmento cefálico fetal.

Segundo especialistas, a frequência de casos de anencéfalos no país é de cerca de um caso para cada 700 nascidos vivos. Isso significa que em torno de 400 bebês são diagnosticados com a doença todos os anos. O Brasil, atualmente, ocupa a quarta colocação no ranking global de casos. Estudos mostram explicam que a deficiência de ácido fólico na dieta das gestantes é responsável por cerca de 50% das ocorrências e que fatores genéticos e ambientais também influenciam nos números.