No Dia Mundial da Fotografia, profissionais falam do prazer em fotografar a cultura sergipana
Capturar imagens e cores de forma peculiar e muito representativa. Assim trabalham os repórteres fotográficos, que comemoram nesta sexta-feira, 19, o Dia Mundial da Fotografia. Em Sergipe, muitos fotógrafos ocupam seu tempo registrando a diversidade cultural do estado. A cada apresentação de grupos folclóricos, teatro, dança ou quadrilhas juninas, por exemplo, é possível ver alguns destes profissionais em ação.
Um deles é o repórter fotográfico Marco Vieira, que há mais de 13 anos está na área e tem um acervo com centenas de imagens sobre cultura. Para ele, retratar as raízes do povo sergipano é ter um olhar diferenciado sobre as apresentações que são levadas ao público. “Cresci ouvindo o apito e as batidas de pé do Reisado. Por isso sempre que posso, fotografo esses grupos. Acredito que para se retratar bem a cultura, é preciso aliar a bagagem cultural, o conhecimento técnico e a sensibilidade do olhar do profissional que está atrás das lentes”, defende.
A cultura sergipana também é registrada frequentemente pelas lentes de Arthur Soares. O jovem fotógrafo aprecia a música produzida no Estado e, sempre que possível, acompanha as bandas sergipanas em shows, fazendo impressionantes registros. “Faço muitas fotos de cultura, principalmente acompanhado bandas da cena independente. Pretendo, inclusive, fazer uma exposição com esse material, ou quem sabe criar um livro de divulgação, não só do meu trabalho, mas dessa cena que vem ganhando destaque”, informa.
Enriquecendo o portfólio
Consenso entre os inúmeros profissionais da fotografia em Sergipe, as imagens que retratam a diversidade cultural são algumas das mais belas e emocionantes de registrar. Segundo eles, em uma apresentação é possível sentir a emoção e guardar aquele pequeno espaço de tempo através de um clique, além, é claro, de enriquecer consideravelmente o portfólio do profissional. O fotógrafo Lúcio Telles, por exemplo, é um amante da cultura sergipana que consolidou sua carreira através dessas imagens. Para ele, o registro deste tipo de imagem é uma forma de preservação da identidade sergipana.
“Nós somos privilegiados por termos uma cultura tão rica. Aqui conseguimos fazer imagens muito belas e que surpreendem todo o mundo. Meu trabalho ganhou dimensão internacional graças às imagens que fiz sobre cultura popular. Por isso, sempre que posso, estou atualizando meu acervo”, conta. Lúcio ressalta ainda que a cultura é uma área muito procurada pelos fotógrafos. “Isso é muito positivo, pois é uma forma também de preservar nossas raízes e servir de acervo para pesquisas das futuras gerações”, completa Lucio.
A repórter fotográfica da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Fabiana Costa, é outra profissional que tem se destacado com belas imagens. Há pouco mais de oito meses na Secult, Fabiana retrata em seu material grande parte das manifestações culturais de Sergipe e lembra que todas as vertentes da cultura são grandes espetáculos para os profissionais da fotografia.
“A fotografia expressa em imagens as cores, tons e emoções da rica diversidade cultural da nossa terra. Fotografar a nossa cultura enriquece o portfólio, mas também a bagagem de conhecimento pessoal dos profissionais, pois é uma área que abrange a simplicidade de um povo, desde os minuciosos passos da dança, até a garra dos mestres folclóricos”, exemplifica.
Fabiana lembra que a experiência com o Festival de Teatro Sergipano, promovido pela Secult em março, lhe rendeu uma exposição no espaço cultural da Assembléia Legislativa de Sergipe (Alese). “A exposição foi uma surpresa muito boa e rendeu muitos elogios ao meu trabalho. Fico feliz por ver que estou aperfeiçoando cada vez mais o meu trabalho e, principalmente, por poder fazer isso retratando a rica e diversa cultura sergipana”, assegura Fabiana Costa.
História da fotografia
A fotografia não é a obra final de um único criador. Ao longo da história, diversas pessoas foram agregando conceitos e processos que deram origem à fotografia como a conhecemos. Um destes conceitos é o da câmara escura, descrita por Giovanni Baptista Della Porta, em 1558. A técnica já era anteriormente conhecida por Leonardo da Vinci que a usava, como outros artistas no século XVI, para esboçar pinturas.
Porém, a primeira fotografia reconhecida é uma imagem produzida em 1826, pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, em placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível chamado Betume da Judéia. A imagem foi produzida com uma câmera, sendo exigidas cerca de oito horas de exposição à luz solar. Paralelamente, outro francês, Daguerre, produzia com uma câmera escura efeitos visuais em um espetáculo denominado “Diorama”. Daguerre e Niépce trocaram correspondência durante alguns anos, vindo finalmente a firmarem sociedade.
No Brasil, os primeiros passos do que viria a ser fotografia surgiu com o francês Hércules Florence, que conseguiu resultados superiores aos de Daguerre, pois desenvolveu negativos. Florence foi o legítimo inventor da palavra “Photographie”, porém, apesar das tentativas de disseminação do seu invento, não obteve reconhecimento à época.
A popularização da fotografia ocorreu a partir de 1888, quando a Kodak anunciou que todos podiam tirar suas fotos, sem necessitar de fotógrafos profissionais, através de câmeras tipo “caixão” e pelos filmes em rolos substituíveis. Desde então, o mercado fotográfico tem experimentado uma crescente evolução tecnológica, como o estabelecimento do filme colorido como padrão e o foco automático, ou exposição automática.
A revolução da fotografia ocorreu a partir do século XX, com a digitalização dos sistemas fotográficos. A fotografia digital mudou paradigmas deste cenário, minimizando custos, reduzindo etapas, acelerando processos e facilitando a produção, manipulação, armazenamento e transmissão de imagens pelo mundo.
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- profissionais falam do prazer em fotografar a cultura sergipana – Foto: Lúcio Telles