No Dia Mundial da Água, governo alerta para riscos de doenças

No Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Saúde (SES), alerta para os riscos das Doenças Diarréicas Agudas (DDA). Na maioria das vezes, os agentes causadores dessas doenças são transmitidos pela água, que não recebe tratamento adequado antes do uso e consumo humano.  

O médico infectologista da SES, Marco Aurélio Góes, alerta que, apesar de ter uma duração de 2 a 14 dias, essas doenças podem levar o indivíduo à morte quando não tratadas corretamente. Ele alerta que para evitar as DDA, além do tratamento correto da água, é necessário que haja educação em saúde, orientações e campanhas para minimização dos riscos.     

Ascom SES – O que são as Doenças Diarréicas Agudas? Quais são as principais causas da doença?   Dr. Marco Aurélio – As doenças diarréicas agudas (DDA) é a denominação utilizada para englobar manifestações clínicas comuns causadas por bactérias, vírus e parasitas, cujo sintoma predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. A DDA pode ser de origem infecciosa e não infecciosa. Para a saúde pública, a de maior importância é a infecciosa, devido a sua maior frequência.  

Ascom SES – Quais são os principais sintomas da doença?  O que fazer quando a pessoa apresentar os sintomas de DDA?   Dr. Marco Aurélio – As manifestações clínicas mais frequentes variam de acordo com o agente etiológico, mas, além da diarréia, podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é auto-limitada, com duração de 2 a 14 dias. As formas variam desde leves até graves, com desidratação e perda de sais minerais, principalmente quando associadas à desnutrição.  

Ascom SES – Há risco de morte por DDA? Por quê?   Dr. Marco Aurélio – Sim, as complicações da DDA são decorrentes da desidratação e perda de sais minerais. Quando não são tratadas, de forma adequada e precocemente, podem levar ao óbito, por choque hipovolêmico, que é perda excessiva de água e de pressão sanguínea, ou grande perda de potássio.  

Ascom SES – Quais são as formas de transmissão das DDA?   Dr. Marco Aurélio – O principal modo de transmissão é pela via oral ou fecal-oral, a transmissão pode se indireta ou direta. A transmissão indireta ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados e contato com objetos contaminados (utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares). A transmissão direta ocorre pelo contado pessoa a pessoa (mãos contaminadas) e de animais para as pessoas. Os manipuladores de alimentos e vetores, como as moscas, formigas e baratas, podem contaminar, principalmente, os alimentos e utensílios.  

Ascom SES – Além do tratamento da água, o que é preciso fazer para evitar a DDA?   Dr. Marco Aurélio – As medidas de controle consistem em, além da melhoria da qualidade da água, desenvolver ações que levem o lixo e dejetos ao destino adequado, controle de vetores, higiene pessoal e alimentar. A educação em saúde, particularmente em áreas de elevada incidência de diarréia, é fundamental, orientando as medidas de higiene e de manipulação de água e alimentos. Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches, hospitais, penitenciárias, que podem apresentar riscos maximizados quando as condições sanitárias não são adequadas, devem ser alvo de orientações e campanhas específicas. Considerando a importância das causas alimentares nas diarréias das crianças pequenas, é fundamental o incentivo à prorrogação do tempo de aleitamento materno, comprovadamente uma prática que confere elevada proteção a esse grupo populacional.  

Ascom SES – Como deve ser feito o tratamento da água?   Deve ser estimulado o uso da água tratada com sua qualidade monitorada. Nas áreas onde se utiliza água não tratada (poços artesianos e fontes naturais), para diminuir o risco, deve ser utilizado o Hipoclorito de Sódio a 2,5%, colocando 100 ml do produto para cada mil litros de água.