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No último sábado, 12, o teatro Tobias Barreto (TTB) foi tomado pelo romantismo de um dos maiores representantes do gênero, o compositor Robert Schumann. A Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse), sob o comando da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), apoio do Instituto Banese, e direção artística do maestro Guilherme Mannis, não poderia ter prestado melhor homenagem ao Dia dos Namorados, e também ao bicentenário de nascimento de Schumann, (1810-1856).

Na programação do concerto constaram a Abertura Manfred, Op. 115, de Schumann, obra cujo tema principal mostra o eterno sofrimento vivido pelos heróis para um crime inexplicável e o seu ardente mergulho no mundo sobrenatural, buscando assim uma comunhão com a natureza e com os espíritos do universo, a Sinfonia n°1, Op. 38 – Primavera – O subtítulo Primavera é do compositor, provável influência do momento feliz que vivia após seu casamento no ano anterior, e o Concerto n°2 para piano de Chopin, mesmo concerto que a pianista portuguesa Maria João Pires executou em sua visita à Sergipe em 2009, e que foi perfeitamente executado pelo pianista mineiro, Nelson Freire.

Conhecido mundialmente, Nelson Freire já se apresentou em grandes salas de música do mundo, e tocou pela primeira vez com a Orsse. Para o maestro Guilherme Mannis, receber um pianista tão consagrado pelo mundo é uma grande honra para o grupo. “A vinda do Nelson é uma alegria muito grande porque ele é um dos melhores pianistas da atualidade, não só no Brasil, como em todo o mundo, e recebê-lo foi um momento muito especial para nós, músicos, e também para o público. Sergipe ter a oportunidade de receber pela terceira vez um solista desse nível é uma grande honra, que o Governo do Estado nos proporcionou”, comemorou o maestro.

O pianista

Nascido em 1944, na cidade mineira de Boa Esperança, desde menino mostrou excepcional talento para a música e para o piano. A carreira internacional do artista teve início em 1959, com recitais e concertos nas cidades mais importantes da Europa, dos Estados Unidos, das Américas Central e do Sul, do Japão e de Israel.

Em 1964, foi o vencedor do Concurso Internacional Vianna da Motta, em Portugal, e conquistou a Medalha Dinu Lipatti, que lhe foi conferida pelo certame inglês de mesmo nome. Ao longo de mais de cinco décadas de dedicação à música, o pianista tocou com inúmeros regentes ilustres, como Pierre Boulez, Riccardo Chailly, Charles Dutoit, Valery Gergiev, Hans Graf, Eugen Jochum, Fabio Luisi, Lorin Maazel, Rafael Kubelik, Kurt Masur, Rudolf Kempe, John Nelson, Vaclav Neumann, Seiji Ozawa, Michel Plasson, André Previn, Gennady Rozhdestvensky, David Zinman e Hugh Wolff.

Dentre as orquestras com as quais já colaborou, destacam-se as Filarmônicas de Berlim, Munique e Roterdã, as Sinfônicas de Viena e Londres, as Orquestras do Concertgebouw de Amsterdã e do Tonhalle de Zurique, a Sinfônica de São Petersburgo, a Filarmônica de Israel e a Tóquio NHK. Na América do Norte, tocou ao lado das Orquestras de Baltimore, Boston, Chicago, Cleveland, Los Angeles, Montreal, Nova Iorque e Filadélfia.

Apesar de já ter se apresentado em Aracaju, Nelson Freire toca pelou primeira vez com a Orsse neste sábado. “A minha primeira vez em Aracaju foi em 1977, mas a minha estreia com a Orsse aconteceu hoje, e a experiência foi muito satisfatória. Os músicos são muito concentrados e dedicados, a estrutura do teatro é muito boa, já estou com vontade de voltar”, disse.

Amor e música

Para comemorar o dia de celebração ao amor e aos amantes, nada melhor do que aproveitar um concerto dotado do melhor do romantismo alemão. Essa foi a opção da grande plateia (em sua maioria, casais) que lotou as cadeiras do teatro.

“Eu gosto muito de música clássica, e o concerto de hoje foi muito especial, pois foram executadas peças de um compositor que eu admiro muito e que me remete à terra onde eu nasci. Além disso, unir música a um passeio a dois é sempre muito bom”, afirmou a professora alemã, Magdalena Brendel Rizzo, acompanhada de seu marido, Rodrigo Rizzo.

Apesar de os casais serem maioria na apresentação, muitos solteiros aproveitaram a oportunidade para passar o Dia dos Namorados ouvindo uma boa música entoada pela Orsse e pelo aclamado Nelson Freire. “O concerto foi maravilhoso, foi uma grande oportunidade de ver um dos nossos grandes músicos tocar com esse grupo que está evoluindo muito, e que já é digno de apresentações fora do país”, ressaltou o estudante Igor Baldoíno.

A também professora alemã, Julie Staudenmaier, completou a fala do amigo ao enfatizar a evolução da Orsse. “Eu frequento os concertos há muito tempo, e acho essa iniciativa de democratizar a música clássica, fantástica, pois permite com que as pessoas tenham acesso a algo tão lindo como foi o concerto de hoje”, concluiu.

Além dos alemães e sergipanos presentes para prestigiar a música de Schumann, e a técnica exemplar de Nelson Freire, a dona de casa mineira, Maria Marta Miranda, celebrou com muita emoção a vinda de seu conterrâneo a Aracaju. “Eu resido em Aracaju, e estou muito contente em ver a casa lotada para receber esse pianista maravilhoso que o Nelson é. É gratificante perceber que o público de Sergipe já se familiariza com a música erudita e que a valoriza também. O teatro lotado é um exemplo disso”, declarou.

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