Mostra Albertina Brasil de Artes Sem Barreiras lota Teatro Tobias Barreto

Apresentações de música, teatro e dança por pessoas com deficiência emocionaram o público que lotou o Teatro Tobias Barreto na noite da última terça-feira, 6. O evento está inserido na VI Mostra Albertina Brasil de Artes Sem Barreiras, que durante toda a semana, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), está realizando cursos, oficinas e vivências para educadores que atuam com alunos com necessidades educacionais especiais.
 
A professora Aparecida Nazário, diretora da Divisão de Educação Especial da Seed, ficou feliz  com a quantidade de pessoas que vieram prestigiar os artistas. “O apoio da Seed engrandeceu o espetáculo, que teve um número recorde de público. É uma  satisfação imensa assistir e poder mostrar a muita gente toda a potencialidade e alegrias desses artistas maravilhosos. Toda pessoa com deficiência, estímulo e dedicação é capaz de ir muito além do que imaginamos”, declarou Aparecida.
 
Os espetáculos começaram com a execução do Hino Nacional interpretado por Jéssica Sá, com a participação dos artistas Marjore Porto, Sarah Bentes e Lucas Aribé, todos deficientes visuais. Em seguida, cada artista fez apresentações solo com interpretações que fizeram o público vibrar.  As apresentações continuaram com o grupo de teatro da Bahia Noz Cego, que fez a platéia rir com um texto bem humorado, deixando no final da peça uma mensagem contra qualquer tipo de preconceito.
 
A segunda parte do espetáculo foi voltada para a dança com diversas apresentações.  O grupo Talt, de Sergipe, composto por mãe e filhas, emocionou toda a plateia.  A criadora do grupo, Janaína Santana, resolveu se dedicar à dança para auxiliar  no desenvolvimento motor de sua filha Renata Santana, que tem paralisia cerebral.
 
“A dança supriu a ausência de uma escola especializada que ajudasse no desenvolvimento físico de minha filha. Quando Renata está no palco ela é a pessoa mais feliz do mundo e isso faz a mim e minhas outras filhas felizes também. Renata é uma vencedora que consegue superar suas limitações e fazer bonito em cena”, declarou Janaína Santana.
 
Foi também através da arte que o casal Valdir Gomes e Maria José Medeiros, integrantes do grupo Roda Vida, da Paraíba, conseguiu superar barreiras e mostrar todo o talento em um número de tango. “Foi através da dança que adquiri equilíbrios corporal e emocional. No palco esquecemos  as deficiências e somos apenas dois bailarinos mostrando o que sabemos fazer de melhor: dançar”, afirmou Maria José. 
 
Quem também viu na dança uma forma de inclusão foram os bailarinos Vânia Tolepan, Renato Azevedo e Elaine Oliveira, integrantes do grupo Portadores de Alegria, do Rio de Janeiro. “Nossa proposta é levar alegria às pessoas e mostrar que todos somos capazes de superar barreiras e sermos felizes.  A deficiência é apenas uma parte de mim que só reforça um sentimento de superação e vitória”, revelou Vânia Tolepan.
 
Outro grupo que animou muito a noite foi a Companhia de Dança Helena Holanda, da Paraíba. Composto por idosos e deficientes intelectuais, os dançarinos contagiaram toda a plateia com suas performances alegres e bem sincronizadas. Sandra Montenegro, coreógrafa do grupo, confessou que aprende mais do que ensina com os dançarinos. “Temos que brindar a vida e ao bom humor que ajuda a superar barreiras e resolver problemas. Como coreógrafa do grupo, fico muito feliz  com os resultados e garanto que aprendo muito com eles”, salientou Sandra.
 
Lição de vida
 
As apresentações deram realmente uma lição de vida aos expectadores, como revelou a professora Alberly Arimatéia. “Foram emocionantes todas as apresentações. Eles são muito talentosos, e fica difícil dizer qual o melhor espetáculo. Realmente é emocionante”.
 
Essa também foi a opinião do estudante Raul Nascimento. “Superou minhas expectativas. Não imaginava que encontraria grandes artistas em cena com uma imensa alegria de viver. É realmente muito lindo”, disse o aluno.