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O resultado da elaboração da Previsão do Tempo para o Setor Leste do Nordeste do Brasil para os três próximos meses não será nada animador caso a chuva não atinja 40% da normalidade de média prevista. Ou ainda, os 25% acima da média histórica. É que, de acordo com consenso entre meteorologistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Instituto de Meteorologia (Inmet), Cepetec, e dos Centros de Meteorologia dos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, o índice de precipitação previsto para o trimestre de junho a agosto apontou a possibilidade de chover, durante os 90 dias, 35% abaixo do esperado pela média. Caso esse seja o índice, o cenário climático continuará o mesmo para os sertanejos.

O resultado da avaliação climática foi divulgado no início da noite de ontem, dia 21, pelo secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Genival Nunes Silva. A divulgação marcou o encerramento da VI Reunião, ano 2012, da Análise e Previsão Climática para o setor Leste do Nordeste do Brasil. A VII reunião, que encerra o ciclo de análises deste ano, será realizada no Estado da Bahia.

De acordo com o secretário, o governo do Estado de Sergipe já vem se preparando para desenvolver estratégias que atendam à população que sofre com os efeitos climáticos, sobretudo, com a escassez de chuvas.

“Acompanhei as discussões entre o grupo de cientistas da área, a leitura de modelos climatológicos, mapas, e a áudio-conferência. Por fim, a conclusão de toda a análise. Conforme consenso entre os meteorologistas, se chegarmos a 35% abaixo da média prevista, não teremos o quantitativo de chuva suficiente para equilibrar a situação atual que passa alguns municípios sergipanos. Em tempo hábil, felizmente, o governo desenvolveu medidas estruturantes para o período de estiagens. A iniciativa irá promover a sustentabilidade desses municípios situados em regiões que durante esse período, sofrem ainda mais com o efeito da seca devido à estiagem”, destaca Genival Nunes.

Consenso

A análise indicou que a probabilidade de chuvas em toda extensão do Leste do Nordeste-faixa que liga desde o Sul da Bahia até o Estado do Rio Grande do Norte- será de 40% para Normal, 35% Abaixo da Média, e 25% acima da média histórica.

Segundo explicou o chefe da Divisão de Clima do Inmet/Inpe, Caio Coelho, durante os 90 dias do trimestre estudado,  é esperado para o setor Leste do NE, cerca de 500 a 600 milímetros(mm), que é o valor indicativo da média histórica climatológica da região estudada.

“Existe 40% de chance de chover em todo o setor do Leste do NE o volume de 500 a 600 mm: índice apontado como categoria normal diante da média histórica da região. Caso assim não seja, a chance de chover abaixo dessa média esperada é de 35%. Ou ainda, de ocorrer a possibilidade de chover 25% acima da média”, explicou minuciosamente como funciona a leitura da média histórica diante do índice de precipitação, o doutor em meteorologia do INPE.

Sergipe

Em se tratando especificadamente do quantitativo de precipitação por médias históricas para o Estado de Sergipe, os índices são diferenciados entre regiões. Foi o que explicou o meteorologista da Semarh, Overland Amaral. Segundo ele, no Litoral úmido, região onde estão localizados, por exemplo, os municípios de Estância, Indiaroba, Aracaju, Lagarto, e outro até Brejo Grande, o índice previsto para os 90 dias somam uma variável entre de 500 a 600 milímetros.

Já os localizados no Centro Sul, como Boquim, Salgado, Lagarto, entre outros municípios da região, o índice previsto para o trimestre de junho a agosto é de 500 a 300 milímetros. E o esperado para as regiões da faixa do semi-árido, onde são localizados  os municípios de Glória, Carira, Canindé, Poço Redondo, entre outros ali situados, o índice de precipitação do trimestre fica entre 300 a 200 milímetros.
“Nesse mês de maio choveu apenas 160 milímetro em Aracaju. Estamos sem chuva desde março. Ou seja, para atingir a média prevista teria que chover mais que o dobro. Pela categoria Normal, era para chover 40% do esperado, entretanto, como não choveu e já finalizando abril, entramos para a categoria de 35% a baixo da média”, explicou  Overland.

“Há poucos dias se comportava sob a influência do fenômeno La Nina- cenário que esfriava as águas do Atlântico, não permitindo o favorecimento de chuvas na costa brasileira. Com a neutralidade atual do Oceano Pacífico, a situação das chuvas no Estado de Sergipe poderá ser normalizada. Assim, com 40% de chance de chover o volume previsto para as regiões. Contudo, é bom destacar, as chuvas não serão suficiente para algumas regiões, a exemplo da do semiárido, por geograficamente estarem situados um pouco mais afastados da costa”, justifica Overland a dependência do comportamento dos oceanos diante dos fenômenos de grandes escalas para o favorecimento de chuvas sobre a região.

Presente também na reunião, quem lamentou a situação da previsão para o próximo trimestre foi o engenheiro agrônomo da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola do Estado da Bahia(EBDA), Cícero Magalhães.

“O agricultor que planta de sequeiro (sem irrigação) por si só já é uma atividade de risco. E agora o que esperar para mais esse três meses com essa previsão? Com indicativos de chuvas de 35% abaixo da média? Esse tipo de agricultor  depende da chuva para sobreviver. Em Irecê, região produtora de feijão, foi perdida agora em abril,  85% de toda a plantação. Era período de trovoada e não choveu. Dos 417 municípios, 266 estão localizados no semiárido, destes, 243 estão em estado de emergência”, lamentou o engenheiro a escassez de chuva que afligiu o estado da Bahia.

Presenças

Além de meteorologistas do Leste do Nordeste, do Inmet, do Cepetec, e do Inpe, estudiosos da área, engenheiros agrônomos, corpo da Imprensa sergipana, representantes de órgãos públicos, do Ministério Público, técnicos e superintendentes da Semarh, participaram da realização da VI reunião de previsão do tempo para o trimestre de junho a agosto deste ano. Os dois dias de evento, período de 23 a 24 de maio, foi realizado no auditório da Codevasf.

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