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Uma oportunidade ímpar de intercâmbio cultural entre agentes e a sociedade civil aconteceu na tarde desta terça-feira, 16. Grupos de Chegança dos municípios de São Cristóvão, Divina Pastora e Itabaiana se reuniram no Campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS) de Laranjeiras com o objetivo de discutir sobre a história, as dificuldades e as conquistas do folguedo que representam.

O encontro chama-se Roda Griô (ou Fala Mestre) e faz parte da programação do ‘Agosto Para Todos’, projeto da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) executado com recursos do Fundo Estadual de Desenvolvimento Cultural e Artístico (Funcart). Além do debate realizado em Laranjeiras, outros dois encontros estão na programação do evento e ocorrerão nos dias 17 e 18 no Museu Histórico de São Cristóvão e no Centro de Criatividade, em Aracaju.

Os debates do primeiro dia de trabalhos da Roda Griô foram coordenados pela assessora cultural da Secult, Maurelina Santos. Segundo ela, o encontro com os mestres são muito importantes, pois representam uma oportunidade de aproximar os grandes baluartes da cultura ao público jovem, e que precisa dar continuidade a história. “A nossa identidade cultural está nos mestres. É através deles que daremos continuidade à nossa cultura, por isso é tão importante promover encontros como este com jovens estudantes que precisam conhecer nossas tradições”, explicou.

Discussões consistentes

Inúmeros estudantes e professores de Laranjeiras, além de integrantes de grupos folclóricos, estiveram presentes na primeira Roda Griô. Entre os brincantes que estiveram no local, alguns não escondiam a emoção de estar repassando suas histórias e sua tradição para os mais jovens.

O mestre Zé de Binel, da Chegança Santa Cruz de Itabaiana, era um dos mais entusiasmados. Ele afirma que ações como estas são importantes para o mantimento da cultura. “É preciso força de vontade para levar um grupo folclórico à frente, e isso deve ser passado para as novas gerações, de todas as cidades do nosso estado e não apenas aqui em Laranjeiras”, defendeu.

O filho de Zé de Binel, Genilson Serafim, também falou sobre a importância do debate. Para ele, que é contra-mestre da Chegança e pretende dar continuidade ao trabalho do pai, a cultura é um bem que deve ser sempre defendido. “Acompanho desde criança a Chegança e sei que ela é tudo para meu pai. Vi seu esforço para sustentar o folclore sergipano e dar o destaque que ele merece. Muitos mestres já foram esquecidos e eu irei lutar para que o mesmo não ocorra com seu Binel, por isso fiz questão de vir aqui e dividir minhas angustias e contentamentos com estes jovens”, completou.

Outro brincante que estava bastante contente com a realização do projeto era o mestre Washington, da Chegança de Divina Pastora. Segundo ele, encontros como estes devem ser cada vez mais constantes. “A idéia é extremamente válida e deve se estender para todo o ano, afinal, o dia do folclore é todo o dia, principalmente para nós que vivemos intensamente esta arte”, afirmou.

O estudante Moab Alves, de 13 anos, era um de mais atentos às palavras dos mestres. Para o jovem, é sempre muito bom conhecer mais sobre a cultura. “Fiquei muito feliz em presenciar este encontro, pois pude conhecer um pouco mais sobre a cultura em minha cidade e também em outros municípios”, notou Moab.

Conheça a Chegança

As cheganças são danças dramatizadas que acontecem durante o ciclo de Natal, no carnaval e nas festas de São João. O termo ‘chegança’ vem de uma dança portuguesa do século XVIII. Alguns estudiosos, porém, afirmam que o nome é originário de palavras náuticas como ‘chegar’ – dobrar as velas à chegada do navio – e ‘chegada’ – abordagem.

Na chegança de mouros, o tema central é a luta dos cristãos contra os mouros. Já as histórias de navegadores são contadas na chegança de marujos ou marujadas. Um cordão de marinheiros puxa um navio e anuncia a chegada dos marujos. Os integrantes interpretam personagens como Patrão, Piloto-Mor-de-Guerra, Padre-Capelão, Embaixador, Guarda-Marinha. Os brincantes simulam manobras de navio até chegarem ao seu destino: palanques ou casas. Normalmente, participam apenas homens e não há um enredo em particular nem personagens.

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