Maternidade treina funcionários para acolhimento com classificação de risco
Sensibilizar os profissionais que realizam o primeiro contato com as gestantes. Esta foi a meta da etapa inicial do treinamento para o Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR), serviço que está sendo implantado na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) com o objetivo de identificar as pacientes de alta complexidade e que necessitam de atendimento imediato.
Na segunda etapa do processo, cerca de 20 funcionários que atuam na portaria, recepção, setor de admissão e serviço social participam de mini-cursos no auditório da unidade. “Nós estamos apresentando a eles todo o protocolo de atendimento, para que entendam a importância desse fluxo. Com a triagem, estaremos garantindo que a gestante com complicações possa ser atendida primeiro, independentemente da hora em que ela fez a ficha,” explicou a enfermeira do Núcleo de Educação Permanente (NEP), Maria do Carmo Pereira.
Para assistente social Verônica Passos, esse é um passo importante que requer o conhecimento dos profissionais no encaminhamento dos casos. “As pacientes sempre querem ser atendidas pela ordem de chegada e não pela gravidade. Por isso já estamos fazemos as intervenções necessárias com o intuito de orientar inclusive os familiares. Sabemos que essa é uma barreira cultural, que será quebrada somente aos poucos” informou Verônica.
Fluxo
Os aspectos psicológicos também são fundamentais para as mulheres que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS). “Elas entendem que serão cuidadas de alguma forma, mesmo que precisem ser ‘contra-referenciadas’ dentro da rede materno-infantil. Muitas vezes, as queixas são simples, fáceis de resolver até na cidade de origem da paciente e com essa segurança, elas passam a compreender que existem prioridades,” destacou a enfermeira Ana Elisabeth Monteiro.
Atendente do programa ‘Posso Ajudar’, Brígida Rosa de Lima se sente mais preparada para acolher as pacientes na porta de entrada. “Mesmo sendo um conceito novo para nós, agora, estou segura das informações que devo passar para os parentes que geralmente ficam apreensivos com o tempo de espera. É como se pudéssemos acabar com os preconceitos e estreitar os vínculos,” relatou Brígida.
Classificação
O Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) é um mecanismo utilizado pelo Ministério da Saúde (MS) visando identificar as usuárias que necessitam de atendimento médico imediato. Esse trabalho é feito por uma equipe multiprofissional composta por enfermeiro, técnico de enfermagem, serviço social, equipe médica e profissionais da portaria/recepção. Após identificação, a paciente é levada à sala de triagem. Nesse espaço serão aferidos os dados vitais.
Após escuta qualificada e avaliação especializada, o médico classifica a usuária com bases no protocolo, através de pulseiras com as determinadas cores:
Vermelha = Prioridade Máxima [Emergência] – Atender imediatamente e encaminhar diretamente para atendimento médico, no Pré-parto ou Bloco Obstétrico.
Laranja = Prioridade 1 [Muito Urgente] – Atender em até 10 minutos e encaminhar para consulta médica priorizada.
Amarelo = Prioridade 2 [Urgente] – Atender em até 30 minutos e encaminhar para consulta médica priorizada, com reavalição periódica.
Azul = Prioridade 4 [Não urgente] – Atender em até 4 horas e informar a possibilidade de encaminhamento para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de referência.
Benefícios
Com a iniciativa, a MNSL espera reduzir o índice de casos de baixo e médio risco que são encaminhados para a unidade. Somente no mês de março, esse perfil de gestantes correspondeu a 60% dos casos. Aracaju foi o município que mais encaminhou pacientes não classificadas como alta-complexidade.
“Priorizando os casos mais graves e atendendo de forma humanizada, estaremos avançando na qualidade da assistência, evitando assim, os riscos de mortes maternas e fetais,” concluiu a gerente do setor de admissão da MNSL, Lourivânia Melo Prado.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Maternidade treina funcionários para acolhimento com classificação de risco – Fotos: Ascom/FHS