Maternidade Hildete Falcão realiza teste rápido de HIV
A Maternidade Hildete Falcão Baptista (MHFB) realiza diariamente dezenas de exames para detecção do vírus do HIV. O teste rápido é feito com todas as mulheres que dão entrada na unidade com gestação de risco ou processo abortivo.
O primeiro passo da equipe médica é consultar a paciente para que ela autorize a realização do exame. Em seguida, é colhida uma gota de sangue para avaliação. O resultado sai em apenas 10 minutos, mas a enfermeira Lourivânia Oliveira lembra que este é apenas um teste sugestivo e não confirmatório. "Se ele aponta para a positividade, nós solicitamos uma nova amostra no serviço especializado", explica Lourivânia.
Mesmo diante deste pré-diagnóstico, as pacientes iniciam o tratamento indicado para o caso, como sugere o Ministério da Saúde. Além de serem agendados partos cesáreos para evitar a contaminação do bebê através do sangue da mãe, ambos já começam a tomar medicação para o vírus ainda na própria Maternidade. A genitora recebe o AZT e o recém-nascido, a mesma combinação em forma de xarope.
Com a apresentação destes casos, uma equipe multidisciplinar, composta por assistentes sociais e psicólogos, prepara a paciente para receber a notícia. A parturiente também é orientada de que não poderá amamentar o bebê, mas a alimentação natural é garantida pelo Banco de Leite da unidade.
Risco de mãe para filho
A chamada ‘transmissão vertical’, que acontece de mãe para filho, é uma das principais preocupações dos especialistas em relação à infecção pelo vírus HIV. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 8% das gestantes soropositivas transmitem a doença para o bebê. A taxa ainda é alta, já que em países considerados de primeiro mundo esse índice é quase nulo.
O tratamento correto com o uso da combinação de três medicamentos (como por exemplo, a zidovudina, lamivudina e nelfinavir) faz com que os riscos do contágio para o recém-nascido sejam reduzidos para menos de 3%. Isto significa que o grande vilão da transmissão vertical é a falta de acompanhamento e terapia adequada. Por isso, é essencial que o diagnóstico seja precoce e que a paciente siga corretamente a terapia, que deve ser iniciada ainda durante a gestação.
Como evitar
Um dos fatores que mais contribui para o crescimento da infecção de bebês pelo HIV é a falta de acompanhamento pré-natal. O teste Anti-HIV, que deve ser solicitado pelo médico no início da gestação com o consentimento da gestante, muitas vezes não é realizado. Ele é o instrumento que permite um diagnóstico precoce da doença.
Um estudo apresentado no Boletim Epidemiológico da AIDS comprova as informações. Só para se ter uma idéia, na região Norte e Nordeste, cerca de 33% das gestantes que fazem o exame ficam cientes do resultado.
Derrubar o preconceito
O preconceito e a falta de informação também rondam as futuras mamães. Muitas ainda não sabem que a AIDS já deixou de ser uma doença de grupos de risco e podem afetar qualquer pessoa, independente de seu estado civil.
Mulheres casadas e solteiras correm riscos, já que muitas podem ser contaminadas pelo marido ou namorado fixo em relacionamentos onde a vida sexual do parceiro diversas vezes é desconhecida. Como a doença pode ficar anos sem manifestação, as pessoas acham que nunca foram infectadas. Basta o exame para esclarecer.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Maternidade Hildete Falcão realiza teste rápido de HIV – Foto: Márcio Garcez/Saúde