Maternidade firma parceria com movimentos sociais para qualificar o serviço
Apresentar os projetos desenvolvidos na instituição de saúde e ouvir as propostas da sociedade civil organizada. Estes foram os grandes objetivos da primeira reunião de parceria realizada entre a gestão da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) e representantes de Movimentos Sociais do Estado de Sergipe.
Durante o encontro, gerentes e coordenadoras das unidades produtivas falaram sobre os serviços oferecidos gratuitamente à população, como o Ambulatório da Violência Sexual. “Aqui, nós atendemos a qualquer tipo de violência sexual, independentemente da faixa etária, desde crianças a idosos. E essas vítimas não precisam vir encaminhadas apenas das delegacias especializadas, basta que sintam a necessidade de receber algum apoio médico ou psicológico”, explicou a coordenadora da obstetrícia Alba Patrícia.
Representante da Central de Movimentos Populares (CMP), Gedalva de Jesus Araújo elogiou o acolhimento. “Eu não tinha a dimensão desse serviço realizado aqui, fico surpresa como o fluxo funciona corretamente em especial no atendimento àquelas mulheres que sofrem abuso, muitas vezes até dentro da própria casa, como vivenciamos em nossas comunidades”, relatou Gedalva.
Avanços
O espaço de debates também oportunizou as manifestações dos participantes. Cada convidado teve liberdade para criticar e sugerir soluções para os problemas enfrentados hoje pela MNSL. Líder de movimentos comunitários na área da saúde, Maria Isabel Canjirana destacou o relatório da última visita do Comitê de Mortalidade Infantil, realizada no início do mês de maio.
“Meus colegas percorreram todas as alas da maternidade e apontaram pequenas falhas que podem ser corrigidas com a somação de esforços. Eles viram, in loco, que a falta de medicamentos e insumos está sendo sanada e que muitas vezes é possível oferecer um atendimento de qualidade com dedicação e humanização. Só a ambiência desse prédio, sempre limpo e organizado já nos enche de orgulho”, destacou Canjirana.
Protocolos
Integrante da Rede de Mulheres Cidadãs Positivas (RMCP), Ediluse Tenório Santos se pronunciou sobre a quantidade de portadoras do vírus HIV que são atendidas na maternidade de alta complexidade. “Sabemos que muitas de nossas colegas gestantes encontram o apoio que precisam aqui, inclusive com orientações importantes sobre a não amamentação dos bebês. A minha ideia é ampliarmos mais essas discussões para que todas se sintam mais amparadas, mais confiantes, pois trata-se de um assunto muito delicado”, sugeriu Ediluse.
“Cumprimos todos os protocolos do Projeto Nascer como preconiza o Ministério da Saúde (MS), desde a porta de entrada, passando pelo centro cirúrgico até as enfermarias, última estação até a paciente receber alta hospitalar, mesmo assim estamos dispostas a compartilhar cada etapa com vocês,” completou a responsável técnica pela enfermagem Záira Moura.
Continuidade
De acordo com a superintendente da MNSL, Carline Rabelo, a intenção é criar um cronograma especial no qual esses representantes possam caminhar sempre ao lado da MNSL. “A gestão democrática ainda é a melhor estratégia para a melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS). Queremos que essas lideranças não só entendam o nosso trabalho, mas que levem o conhecimento e multipliquem as informações nas comunidades onde atuam”, pontuou Carline.
Vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Magna de Souza Mendonça parabenizou a iniciativa. “Agora me sinto mais segura para propagar os serviços realizados na maternidade. Sem conhecimento de causa, não podia nem defender nem me pronunciar diante do que a imprensa expõe diariamente para a nossa sociedade. Mais do que nunca estou ciente de que precisamos mostrar as coisas boas que o serviço público também oferece”, concluiu Magna.
- Maternidade firma parceria com movimentos sociais para qualificar o serviço – Fotos: Bruno César/FHS