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Vinte e sete anos, vitíma de arma de fogo, internado na área vermelha do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Esse era o quadro de um paciente que não resistiu aos ferimentos e veio a óbito. Uma história triste, mas cheia de gratidão. O jovem era um potencial doador de órgãos e teve o seus rins e as córneas captados pela Organização a Procura de Órgãos de Sergipe (OPOS), instalada no hospital.

“Quando foi diagnosticada a morte encefálica do paciente através de exames gráficos, mobilizamos uma grande equipe que foi decisiva para o sucesso dessa captação. Entrevistamos a família, que assinou o termo de doação atendendo a um desejo do paciente. A partir daí, acionamos a central de transplante que hoje conta com uma fila de espera muito grande”, comentou a responsável técnica da OPOS, Dernivania de Andrade.

Ainda de acordo com ela, essa fila oscila e acaba aumentando a cada dia quando não há a participação de todos. “A fila diminui quando existe doação tanto por cadáver como por doador vivo e também aumenta quando existem mais pessoas adoecendo que precisam entrar na fila”, destacou.

Transplantes em Sergipe

Em 2010, a Central de Transplante viabilizou a realização, em Sergipe, de 90 transplantes, sendo 82 de córnea, sete de rim e um de osso. No primeiro semestre deste ano, esse número sofreu uma redução. Foram 83 transplantes de órgãos, sendo 80 de córnea e três de rim. Até o momento, 392 pacientes aguardam na fila de espera pelo transplante. Desses, 107 aguardam por doação de córnea e 285 por rim.

De acordo com o coordenador da  Central de Notificação, Captação e Distribuição Órgãos de Sergipe (CNCDO/SE), Benito Fernandez, esse número pode aumentar ainda este ano. “A gente precisa conscientizar a participação do profissional, para que ele faça esse diagnóstico, que informe a família e comunique à central de transplante para que a gente possa dar segmento ao processo de doação de transplantes e, com certeza, retirar pessoas da fila de espera”, informou.

Segundo o coordenador, ainda há uma dificuldade muito grande em se admitir a questão da morte encefálica. “Hoje nós sabemos que quando as células do encéfalo morrem a pessoa já não tem mais viabilidade, a pessoa não tem mais vida apesar do coração estar batendo. Na verdade,  nós associamos a vida ao sentimento amor, ao coração, mas a tecnologia nos mostra que com a morte das células encefálicas a pessoa já esta morta”, afirma.

Participação

Maior unidade pública captadora de órgãos e tecidos de Sergipe, o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) tem uma participação significativa para reduzir a fila de espera por um transplante no Estado.

A participação de todos os segmentos e profissionais de saúde no processo de captação e doação de órgãos é imprescindível. “A gente entende que quando o paciente vai a óbito é um sentimento de perda para os profissionais também, mas ele tem de saber que através desse paciente que ele perdeu ele vai salvar outras vidas. Então estão de parabéns esses profissionais do Huse que realizaram esse diagnóstico e através desse diagnóstico nós conseguimos tirar três pessoas da lista de espera”, enfatizou.

Protocolo

De acordo com os protocolos definidos pela Resolução 1480/97, do Conselho Federal de Medicina (CFM), são realizados os exames clínicos e complementares para fechar o diagnóstico de morte cerebral em pacientes que sejam potenciais  doadores de órgãos.

“O hospital, independente de dispor ou não de CIHDOTT [Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes], deve promover os dois exames clínicos (um deles realizado por um neurologista) e o exame complementar – eletroencefalograma (EECG), Doppler transcraniano ou angiografia cerebral, a fim de se confirmar o diagnóstico”, explica o coordenador da CNCDO/SE .

“O transplante é uma terapêutica que essencialmente precisa de um doador, então sem o doador não se faz nada. Com a participação de todos, nós conseguiremos melhorar o índice de transplante em Sergipe. Já existe em alguns estados como Paraíba, São Paulo, Mato Grosso que conseguiram zerar a fila de córnea e a gente precisa somar esforços para que Sergipe zere essa fila”, concluiu Benito. 

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