HUSE: projeto pioneiro vai garantir novo destino aos resíduos hospitalares
O Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (HUSE) está desenvolvendo um projeto pioneiro no Estado para destinar o lixo hospitalar de forma a cuidar não apenas do meio ambiente, mas principalmente minimizar os impactos destes materiais à saúde dos funcionários e pacientes da unidade hospitalar. A iniciativa, batizada de Plano de Gerenciamento de Resíduos e Serviços de Saúde (PGRSS), está prevista na resolução 306/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com o gerente de higienização e limpeza do HUSE, Ronaldo Cruz, o plano contempla desde pequenas ações dentro dos setores até grandes mudanças no destino final do lixo, como a melhoria das instalações do abrigo externo. "Em mais de 20 anos de fundação, os resíduos desse hospital, sejam comuns, sépticos, químicos ou radiológicos, nunca tiveram uma atenção especial. Estamos planejando uma grande mudança que vai interferir diretamente na qualidade de vida de todos", informou.
Piloto
O Centro de Oncologia Dr. Oswaldo Leite (COOL) é a unidade piloto para a ação no HUSE. O projeto foi desenvolvido pelas enfermeiras Marie Enildete, Jaqueline Lima e Meire Jane Souza durante o curso de gestão hospitalar da Secretaria de Estado da Saúde (SES). "A consultoria nos despertou para esse problema e hoje a unidade está servindo de referência para o plano graças à adoção de medidas pontuais como o descarte de resíduos químicos", contou a gerente de internamento do COOL, Meire Jane.
Após o diagnóstico da situação, o primeiro passo do piloto foi estabelecer normas e rotinas desde a geração do lixo até a disposição final. Ainda de acordo com a gerente, o trabalho começou com um levantamento sobre o fluxo do material utilizado na sala de quimioterapia, a exemplo de soro, gel glico salicílico e produtos químicos. "Depois dessa etapa, uma espécie de rastreamento indicou que tudo era descartado sem os devidos cuidados e que muita coisa poderia ser mudada, a começar pelos hábitos das pessoas", explicou.
Mudanças
Além do saco plástico para acondicionamento do lixo que foi reforçado, as bolsas de quimioterapia, que antes eram desprezadas em lixeiras brancas, utilizadas para resíduo comum, hoje têm depósito único, com cor diferenciada. Segundo os especialistas, essa segregação dos resíduos de acordo com os vasilhames indicados, significa organização e principalmente redução nos índices de infecção hospitalar.
"Hoje quem fizer um rápido percurso pelo setor de quimioterapia do Centro de Oncologia vai notar a transformação do cenário e assim constatar que a melhoria no ambiente de trabalho traz reflexos positivos para todos, sejam servidores ou usuários", contou a coordenadora administrativa da Oncologia do HUSE, Rute Andrade, ao se referir às primeiras inovações aplicadas na unidade.
Expansão
Esse trabalho pioneiro faz parte das novas estratégias que devem ser aplicadas dentro dos próximos meses no HUSE. Para isso, o Núcleo de Educação Permanente (NEP) já está programando capacitações não só para os funcionários da higienização, mas também para todos os profissionais de enfermagem que estão em contato direto com os materiais descartados.
Para a coordenadora administrativa do HUSE Cristiane Prado, o acondicionamento do lixo é uma das prioridades da atual gestão e, por conta disso, a planta que contempla o novo projeto da lixeira começará a ser analisada. A nova arquitetura deve substituir o abrigo que atualmente está localizado em frente à entrada do Centro de Oncologia.
"A construção do espaço está prevista no contrato de manutenção que está em fase de andamento. Logo após, deve começar o processo licitatório. A nossa meta é melhorar o fluxo do lixo hospitalar obedecendo às normas da Anvisa", concluiu.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- HUSE: projeto pioneiro vai garantir novo destino aos resíduos hospitalares – Foto: Márcio Garcez/Saúde