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O Hospital Regional de Lagarto Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro poderá, em breve, se transformará num ponto de captação de órgãos e tecidos para transplante. O primeiro passo para que isso aconteça foi dado esta semana, quando cerca de 20 profissionais, entre médicos e enfermeiros da unidade gerenciada pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), passaram por uma capacitação sobre o uso de eletroencefalograma (EECG) por meio do recurso da telemedicina. O treinamento foi realizado nos dias 12, 13 e 14.

O eletroencefalograma é um dos exames complementares utilizados para o diagnóstico de morte encefálica (ME), necessário para o início dos protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde (MS) visando à captação de órgãos e tecidos para transplantes. “O objetivo do curso foi o de capacitar os profissionais do Hospital de Lagarto na utilização da telemedicina por meio do eletroencefalograma, para principalmente otimizar o diagnóstico de morte encefálica”, explicou a auxiliar de enfermagem Kátia Bastos, da empresa Telemedicina da Bahia, responsável pela capacitação.
 
A telemedicina é um recurso tecnológico, no qual o suporte é oferecido via internet, através de contato direto entre o médico ou a unidade solicitante, que tem a sua frente o paciente, e o especialista de plantão, que recebe à distância as informações em tempo real, repassa o diagnóstico preciso. “No caso de morte encefálica, esse diagnóstico é fechado em no máximo 30 minutos, mas se a unidade estiver com muita urgência, pode entrar em contato com o neurologista de plantão e rapidamente ele confirmará ou não o quadro”, salientou Kátia Bastos, lembrando que no ano passado a mesma capacitação foi realizada com profissionais da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), também gerenciado pela FHS.

 
No do Hospital Regional de Lagarto, o treinamento foi destinado a médicos e profissionais de enfermagem que atuam na UTI e demais eixos críticos (áreas amarela e vermelha), segundo informou Jardel Martins Vasconcelos, coordenador de Internamento do HRL e um dos participantes da capacitação. “Essa capacitação é significativa, pois demonstra como funciona o eletroencefalograma por meio da telemedicina, principalmente em pacientes com suspeita de morte encefálica, cujo diagnóstico é necessário para abrir os protocolos visando à captação de órgãos para transplantes”, reforçou.

Ele lembrou que todo o equipamento para realização do EECG já está instalado no hospital há cerca de 15 dias e faltava apenas treinar os profissionais. O eletroencefalograma é utilizado, entre outras finalidades, para diagnosticar a presença de qualquer tipo de distúrbio convulsivo, traumatismos cranianos, tumores cerebrais, doenças degenerativas, além de usado para confirmar quadro de morte encefálica.

Perspectiva

Para o coordenador da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos de Sergipe (CNCDO/SE), Benito Fernandez, a capacitação dos profissionais em eletroencefalograma, por meio da telemedicina, visando ao diagnóstico de morte encefálica, abre uma nova perspectiva para implementar a política de doação de órgãos e tecidos da Secretaria de Estado da Saúde (SES). “É um primeiro passo para que possamos, mais adiante, aumentar o número de potenciais doadores de órgãos e, assim, diminuir o número de pacientes que hoje esperam na fila por um transplante em Sergipe”, sintetizou. Segundo dados da Central de Transplante de Sergipe, hoje existem 374 pessoas que aguardam por uma doação, sendo 289 para transplante de rim e 89 de córneas.

Ele lembrou que para garantir o processo de notificação e captação de órgãos para transplantes, o Hospital Regional de Lagarto ainda passará por outras etapas, como a definição de profissionais – no mínimo três – para compor a estrutura da Comissão Intra-hospitalar de Captação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). “Esses profissionais, que podem ser dois enfermeiros e uma assistente social, devem ser nomeados pela direção do hospital, de acordo com o que estabelece a portaria 2.600/2009, que institui o regulamento técnico de todo o Sistema Nacional de Transplantes (SNT)”, esclareceu. Depois, esses profissionais serão capacitados sobre notificação e captação de órgãos, por meio da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO/SE), com o suporte da Central de Transplantes do Estado.

Protocolos

De acordo com os protocolos definidos pela Resolução 1480/97, do Conselho Federal de Medicina (CFM), são realizados os exames clínicos e complementares para fechar o diagnóstico de morte cerebral em pacientes que sejam potenciais doadores de órgãos. “O hospital, independente de dispor ou não de CIHDOTT, deve promover os dois exames clínicos (um deles realizado por um neurologista) e o exame complementar, no caso eletroencefalograma (EECG), Doppler transcraniano ou angiografia cerebral, a fim de se confirmar o diagnóstico”, explicou Benito Fernandez.

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