Governo mobiliza comunidade para fortalecer policiamento no interior

O Governo do Estado realizou na tarde desta segunda-feira, 15, na cidade de Lagarto, a aula inaugural da 10ª e 11ª turmas do Curso de Promotor Nacional de Polícia Comunitária. Promovida em parceria com o Governo Federal, a iniciativa tem como objetivo capacitar integrantes das polícias Civil e Militar, bombeiros, agentes de trânsito e guardas municipais para que atuem de forma estratégica na mobilização social e desenvolvam habilidades visando à aproximação da polícia com a comunidade.

Até o momento, foram registradas 73 inscrições na região Centro-Sul. De acordo com coordenador estadual de Polícia Comunitária, major PM César Bispo, a tendência é que, no decorrer da semana, este número chegue a 90. "Ao todo, já formamos este ano quase 350 promotores em Aracaju, 100 em Laranjeiras e 70 em Estância. Na próxima quinta-feira, mais 50 alunos terminam o curso em Nossa Senhora da Glória. Em novembro, iniciaremos mais uma turma para atender a região Norte e Agreste do Estado e outras duas na capital. Até o fim deste ano, estaremos contabilizando 15 turmas e cerca de 800 promotores de polícia comunitária", afirmou.

A abertura das turmas cujas aulas serão ministradas em Lagarto aconteceu no auditório da Faculdade José Augusto Vieira e contou com a participação do comandante da Polícia Militar, coronel José Péricles de Menezes, da delegada Meire Manssuet, representante da diretoria e do corpo docente da Academia de Polícia Civil (Acadepol), do comandante do 7º Batalhão de Polícia Militar (BPM), sediado no município, coronel Robson Ornelas, e da presidente da Federação dos Conselhos de Segurança do Estado (Feconseg), Maria Edvan Carmo.

O curso

Entre os alunos inscritos está o agricultor aposentado Joel da Silva, de 61 anos. Morador do povoado Rei da Vaca, em– Lagarto, de onde é vice-presidente da Associação de Trabalhadores Rurais, Joel diz ser importante a aproximação da polícia com a comunidade. "Eu estou muito feliz com a vinda desse curso. Vou incentivar os meus vizinhos para virem também e trabalharem em parceria. A gente precisa conhecer de perto os policiais, fazer reuniões e pensar como podemos ajudar. Tudo isso é para trazer tranqüilidade ao povo da região", disse.

Joel e os outros alunos da comunidade terão, durante duas semanas, aulas de Direitos Humanos, Mediação de Conflitos, Relacionamento Interpessoal e outras disciplinas envolvidas com as questões policiais. A iniciativa de envolver a sociedade na formulação de propostas que viabilizem melhores ações para a Segurança Pública de Sergipe é imprescindível para aprimorar o trabalho das polícias. A comunidade conhece de perto as especificidades das necessidades locais e podem fornecer informações precisas e mais concretas para controlar a criminalidade.

Pioneirismo

O Curso de Promotor de Polícia Comunitária é um projeto que vem sendo implementado em todo o país de forma simultânea. Sergipe foi o Estado pioneiro do Nordeste a implantar o curso. "A idéia é tornar o serviço público mais participativo. Se o povo não ocupar esse espaço, este será ocupado pelo crime organizado. Temos que rever nossas ações e ocupar esses espaços para o bem. A Polícia Comunitária é a ferramenta para tornarmos a segurança pública participativa", ressaltou o major César Bispo.

Segundo a delegada Meire Manssuet, a interação entre a polícia e a comunidade é necessária. "De um lado, possibilita à sociedade a conquista efetiva de sua cidadania e, por outro, retifica o símbolo da modernidade da polícia, a necessidade de otimizar os resultados positivos para redução da criminalidade. As instituições públicas devem ser abertas para o mundo", disse ela.

O coronel José Péricles alientou a importância de uma discussão aberta entre o cidadão e os policiais. Para ele, as questões de Segurança Pública devem ser democratizadas. "A violência e a criminalidade não são só problemas de polícia. É fundamental que o cidadão participe e estabeleça uma parceria para enfrentar a criminalidade. A Polícia Comunitária é o que se tem de mais moderno para a construção coletiva de políticas públicas de segurança e foi no fortalecimento dessa filosofia que o governador Marcelo Déda pensou para atender às necessidades de cada região do Estado, interiorizando essa iniciativa", disse o comandante da PM.