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Agricultores do Perímetro Irrigado Jacarecica II, gerido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), receberam palestra educativa sobre o “uso racional de agrotóxicos”, quarta-feira, 20.  O encontro ocorreu no Assentamento Dandara, no município de Malhador e é uma iniciativa da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), órgão responsável pela fiscalização do uso de agroquímicos no Estado. O evento serviu também para expor – aos irrigantes – alternativas de produção agroecológicas.

O Jacarecica II abrange áreas dos municípios de Malhador Areia Branca e Riachuelo, fornecendo irrigação para a agricultura em localidades rurais e assentamentos de reforma agrária. Além deste perímetro irrigado, o ciclo de palestras já atingiu os irrigantes de Canindé de São Francisco, em 9 de outubro e Itabaiana, no último dia 7. A parceria entre Cohidro e Emdagro ainda irá atender os irrigantes do Perímetro Piauí, em Lagarto e Poção da Ribeira, também em Itabaiana, nos dias 26 e 28 respectivamente.

O engenheiro agrônomo da Emdagro, Marcos Paulo Pacheco Góis, foi o palestrante no Jacarecica II. Ele revela que a realização das palestras, focadas aos irrigantes atendidos pela Cohidro, se deve à intensa atividade agrícola que a irrigação proporciona, o que faz com que o uso de defensivos também seja maior. “Temos produtores que plantam o ano todo e utilizam agrotóxicos, o risco que correm é maior do que em outras propriedades que também fiscalizamos. Por isso decidimos focar neles essas atividades de orientação e conscientização, para que este produtor minimize os riscos com uso destes produtos”.

O agrônomo da Emdagro ainda explica que a estratégia da Empresa Estatal está sendo a de aproveitar as palestras para oferecer capacitação àqueles que foram alvo de fiscalização e autuados. “Quando os agricultores se propõem a passar pelos nossos cursos e capacitações, a Emdagro dá a chance para eles fazerem uma troca e não serem punidos com multas, geradas quando nossos agentes de inspeção constatam o uso incorreto dos agrotóxicos em suas lavouras”, relata Marcos Paulo.

Receituário agronômico

Na palestra foram abordados temas importantes para o agricultor irrigante que utiliza de defensivos químicos na lavoura, tais como a classificação, a infinidade de riscos à saúde devido à contaminação, o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), o descarte adequado das embalagens usadas e a aplicação da receita agronômica. “A receita, que só pode ser emitida por um agrônomo ou técnico agrícola que preste assistência ao irrigante, tanto dá amparo legal ao agricultor no uso de agrotóxicos, quanto explica detalhadamente todo procedimento para sua aplicação, da dosagem correta até os períodos de carência entre a última aplicação e a colheita do alimento”, complementa o agrônomo palestrante.

O servidor da Cohidro, Tito Reis, é técnico agrícola licenciado para emissão da receita agronômica. Ele aproveitou a palestra para reafirmar o compromisso da Companhia em dar a assistência técnica rural aos irrigantes. “É importante que o agricultor procure a Cohidro e solicite a visita de um agrônomo ou técnico em sua lavoura, toda vez que tiver uma ocorrência de pragas ou plantas invasoras, para que nós possamos identificar o problema e definir o produto correto para combatê-lo, com a dosagem e períodos apropriados, sem riscos de contaminação”.

Agricultura orgânica

Paralelo ao trabalho de conscientização quanto ao uso racional dos agrotóxicos, há a iniciativa constante dos técnicos, em ambas empresas públicas, de tentar introduzir no meio rural o conceito da agricultura orgânica. “Mês passado, a presidenta Dilma Rousseff lançou o ‘Plano Brasil Agroecológico’, com recursos de R$ 8,8 bilhões voltados para o financiamento da agricultura orgânica, por meio do Pronaf, e para a compra destes alimentos pelo PAA e o PNAE. São muitos os incentivos governamentais – além da crescente demanda de mercado por esses alimentos saudáveis – para os pequenos agricultores mudarem a forma de plantar e abolirem por completo o uso dos agrotóxicos em suas plantações”, comentou Tito Reis com os presentes na palestra.

Para Natalício Panta dos Santos, irrigante no Jacarecica II e assentado no Dandara desde 2002, a modernização da agricultura, com o uso de agrotóxicos é algo relativamente novo. Para ele é desnecessário o pequeno agricultor optar pelo uso de agroquímicos para produzir. “No tempo de meu pai, não se ouvia falar em agrotóxico e as pessoas tinham mais saúde, mais disposição, porque não lidavam com isso para plantar. Ao contrário de hoje, que as pessoas adoecem lidando com esses produtos. Planto batata-doce, milho, amendoim, feijão-de-corda sem precisar usar agrotóxico”, desabafa o agricultor que combate as pragas em sua lavoura usando uma solução natural de extrato de nim, fumo e pimenta.

Maria Terezinha Albuquerque, coordenadora do PAIS (Produção de Alimentos Integrada e Sustentável) na Cohidro, desponta a aptidão à agroecologia do Jacarecica II, onde são muitos os irrigantes que optam por técnicas orgânicas de cultivo. “Foram instalados, através de convênio com o Sebrae, 50 kits PAIS no Perímetro, onde o produtor pode fazer o consórcio da agricultura orgânica com a criação de galinhas que, por sua vez, fornecem adubo natural para as plantas. Sem dúvida, a disponibilidade da água para irrigação, fornecida pela Companhia, amplifica o potencial do sistema, que tanto fornece alimentos à família, como gera renda com a venda”.

Já Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, reforça sua opinião de que o produtor rural é, junto do consumidor, a parcela mais prejudicada nos problemas causados pelo uso irracional dos agrotóxicos. “Emdagro e Cohidro, com orientação e capacitação, tentam livrar o agricultor do papel de réu, quando se tenta justificar as mazelas que agrotóxico pode provocar quando usado de forma irresponsável. Pois pouco se fala da indústria química, sedenta por lucros, investindo em propaganda para oferecer soluções cada vez mais perigosas aos problemas que podem, muitas vezes, serem resolvidos de maneira natural, sem degradar o meio ambiente e nem pôr em risco a saúde humana, graças a intervenção agroecológica”.

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