Governo do Estado assina dois convênios com o MST

Há um ano a semente do diálogo foi plantada no assentamento Quissamã. Com a visita da primeira-dama de Estado, Eliane Aquino, assentados e acampados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) expuseram muitos dos seus anseios. Germinada durante todo o ano de 2007, a semente rendeu bons frutos, entre eles dois convênios assinados com o Governo do Estado, via Empresa Sergipana de Desenvolvimento Sustentável (Pronese), na noite de quinta-feira, 6, na Praça Ranulfo Prata, antiga Praça da Cruz Vermelha.
 
Um dos frutos será a construção de um entreposto de mel com equipamentos no assentamento de Queimada Grande, em Poço Redondo. Já o assentamento Nossa Senhora de Santana, em Pacatuba, receberá um centro de artesanato para as mulheres artesãs.

"É muito prazeroso voltar depois de um ano e ver que muito do que foi discutido está sendo concretizado. Agora, eles vão ter a ferramenta nas mãos de uma vida melhor. Não é só um grito de guerra. O que queremos é que cada vez mais eles sejam independentes e caminhem com as próprias pernas", afirmou Eliane Aquino.

Segundo a primeira-dama, o desejo do Governo do Estado é que esses assentados se desenvolvam junto com Sergipe. "O crescimento do Estado depende também da inclusão social. Temos certeza de que vocês sentirão resultados. Conseguimos implantar o Projeto Plantar Saúde, conseguimos a biblioteca e temos vários outros projetos para este ano", disse Eliane.

A assentada Gislene Reis, do coletivo de Sergipe na Direção Nacional do MST, destacou o diálogo do Governo do Estado com o movimento. "Desde 2007, o MST consegue dialogar com o governo para que algumas das nossas necessidades passassem a ser atendidas. Hoje, temos o prazer de conseguir mais dois convênios. Antes não tínhamos sequer o diálogo. Agora, mais do que diálogo, recebemos a visita de membros do governo" disse Gislene.

Outros frutos previstos para 2008 nascerão de quase R$ 1 milhão em recursos do Governo Federal e do Estado.  "Teremos projetos em diversos assentamentos de Poço Redondo, Canindé do São Francisco, Simão Dias, Gararu, Nossa Senhora da Glória, Tobias Barreto e Lagarto", elencou a primeira-dama.

Filha de assentados e grávida de seis meses, Andréa Rocha, do assentamento Florestan Fernandes, em São Cristóvão, participou do Plantar Saúde. "É bom ver que o governo se preocupa com a gente. O Plantar Saúde, por exemplo, foi ótimo. Várias das coisas que aprendi eu aplico no meu dia-a-dia".

Acampamento

Há seis anos, assentados de diversos municípios do Estado acampam na Praça da Cruz Vermelha neste período. De 5 a 7 de março, eles se voltam para discutir questões relativa às mulheres do campo. Até esta quinta-feira, cerca de 400 integrantes estavam acampados na praça. A previsão é de que na sexta-feira esse número chegue a 800.

"É um momento especial poder receber representantes do Governo em um período tão importante para nós, mulheres, que há seis anos estamos nessa luta" disse Solange Freitas, coordenadora do setor de Saúde do MST/SE, antes de entregar um boné do movimento para a primeira-dama.

Luíza Dias do assentamento Luíza Marry, no município de Itaporanga D’Ajuda, faz questão de participar das discussões voltadas para mulheres. "Só assim, conseguiremos consolidar o que desejamos", disse.

Presenças

Participaram da assinatura dos convênios as secretárias de Estado do Planejamento, Lúcia Falcón, de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social, Ana Lucia Menezes, o presidente Empresa Sergipana de Desenvolvimento Sustentável (Pronese), José Sobral, a coordenadora de Políticas para Mulheres da Secretaria de Inclusão Social, Neusa Malheiros, o coordenador do MST em Sergipe, João Daniel Somariva, e o presidente da Associação da Cooperação Agrícola do Estado de Sergipe (ACASE), Joceí Francisco dos Santos.