Governo apóia pré-estréia de ‘O Engenho de Zé Lins’
Nesta quarta-feira, 26, o cineasta Vladimir Carvalho, um dos mais renomados e premiados documentaristas brasileiros, estará presente em Aracaju para a pré-estréia do documentário ‘O Engenho de Zé Lins’, que acontece às 20h, no Cinemark Shopping Jardins. A iniciativa da Cine Vídeo e Educação – Ações Culturais conta com o apoio do Governo de Sergipe e com a parceria do Cinemark. Na quinta-feira, 27, também acontecerá um debate com o cineasta no Centro de Criatividade, a partir das 20h, sobre a realização do filme e a experiência do cineasta como um dos maiores documentaristas brasileiros.
Vladimir Carvalho é cineasta, jornalista e ex-professor titular de Cinema na Universidade de Brasília, com mais de 20 filmes no currículo. Nascido em 1935, na Paraíba, se iniciou na atividade cinematográfica no final da década de 50, como roteirista e assistente do cineasta Linduarte Noronha, em Aruanda (1960).
Trabalhou no Rio de Janeiro com os diretores Eduardo Coutinho e Arnaldo Jabor. Fixou-se em Brasília, onde realizou com o fotógrafo Fernando Duarte um ciclo de curtas. Em 1969, dirigiu o curta A Bolandeira, uma das referências trabalhadas por Walter Salles no filme Abril Despedaçado (2001). Em 1971, dirige O País de São Saruê, seu primeiro longa, interditado pela censura e só liberado em 1979. Em 1991, lança Conterrâneos Velhos de Guerra. Em 2001, realizou Barra 68 – Sem Perder a Ternura.
O Engenho de Zé Lins
O Engenho de Zé Lins, de Vladimir Carvalho, entra no Circuito Cine Cult em Aracaju, depois de ter sido exibido no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Festival do Rio e Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo. O documentário, que levou aproximadamente cinco anos para ser concluído, refaz a trajetória do grande escritor paraibano José Lins do Rego, desde sua infância, como menino de engenho, até sua morte prematura no Rio, de cirrose hepática, aos 56 anos.
Além de grande escritor e autor de obras fundamentais para a literatura brasileira, como Menino de Engenho, Fogo Morto, Pedra Bonita e Cangaceiros, Zé Lins foi uma grande figura humana. Flamenguista fanático, ele também foi dirigente esportivo e protagonista de histórias engraçadíssimas; algumas delas são relembradas no filme, através de diversos depoimentos.
O documentário reúne uma cuidadosa pesquisa fotográfica, que documenta todas as passagens da vida do escritor, seus familiares e amigos. Três tias de Zé Lins (Maria Emília, Ivete e Diná), sua filha e alguns parentes dão depoimentos bastante tocantes. Lembram, por exemplo, que ele perdeu a mãe aos seis meses, que queria ser maquinista na infância, e que sofria de asma e, por isso, passava parte do tempo trancado no quarto.
Um dos pontos altos do documentário é o depoimento da escritora Rachel de Queiroz, falecida em 2003. Os escritores Ariano Suassuna e Carlos Heitor Cony são os responsáveis pelas declarações mais polêmicas. O teatrólogo e o escritor comparam a obra de Zé Lins à de Gilberto Freyre e ambos concordam que o paraibano foi mais contundente e preciso em sua análise. A emoção ficou por conta do poeta Thiago de Melo, que rememora os últimos anos do escritor.
O Engenho de Zé Lins também conta um pouco da história do Brasil, através do engenho que pertenceu à família do escritor, e retrata o fim do ciclo econômico da cana-de-açúcar, que hoje ganha um novo impulso graças à produção do etanol. Em setembro deste ano, o falecimento de Zé Lins completou 50 anos e o filme, com a gravação do único trecho original da voz de Zé Lins, é uma importante e necessária homenagem ao escritor.
Serviço
Pré-Estréia do Filme O Engenho de Zé Lins
Quando: Nesta quarta-feira, 26, às 20h
Onde: Cinemark Jardins
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Debate com o Cineasta Vladimir Carvalho
Quando: Quinta-feira, 27, às 20h
Onde: Centro de Criatividade – Rua Saturnino de Brito, s/nº, Getúlio Vargas
Acesso Livre
- Governo apóia préestréia de ‘O Engenho de Zé Lins’ – Foto: Divulgação