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Na semana em que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) inicia a mobilização dos municípios para o diagnóstico e tratamento contra a Sífilis e a Sífilis Congênita, o médico e gerente do programa Estadual de DST/Aids, Almir Santana, esclarece sobre a doença e fala de algumas das ações desenvolvidas pelo Governo do Estado para o combate.

Segundo o médico, a Sífilis é uma doença que pode ser facilmente evitada nos adultos e nos bebês. O diagnóstico precoce favorece o tratamento e evita complicações. Ele também destaca a importância da realização do correto exame pré-natal pela gestante e pelo parceiro.

Além das ações conjuntas com os municípios, a SES busca parceria com a iniciativa privada e realiza ações educativas com jovens em escolas, profissionais de saúde e com a população em geral.

Ascom SES – Qual é a diferença entre a Sífilis e a Sífilis Congênita? Quais são os principais sintomas?

Almir Santana – A Sífilis é uma doença infecciosa causada por uma bactéria, o Treponema pallidum. Se não tratada, pode evoluir a estágios que comprometem a pele e órgãos internos como o coração, fígado e sistema nervoso central. Em adultos, a Sífilis é denominada ‘Adquirida’ e pode se manifestar de diversas maneiras: os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre sete e 20 dias após o sexo desprotegido com uma pessoa infectada. As feridas e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz, o que dá a ideia de melhora, mas a pessoa continua infectada. Posteriormente, a doença causa manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos. A Sífilis Congênita é transmitida da mãe infectada para o bebê e pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. O recém-nascido pode apresentar prematuridade, baixo peso, hepatomegalia (aumento do fígado), esplenomegalia (aumento do baço), lesões na pele, sofrimento respiratório, rinite (secreção de pus e sangue pelo nariz), icterícia (olhos amarelados) e anemia.

Ascom SES – Como a doença é a transmitida? Quais são as consequências?

AS – Em adultos, a Sífilis Adquirida tem como modo de transmissão principal a relação sexual sem camisinha com pessoa infectada. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte. Na Sífilis Congênita, a transmissão para o bebê é feita pelo sangue, durante a gravidez através da placenta ou no parto, quando a gestante não realiza o exame pré-natal correto e seu parceiro sexual não é tratado. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a Sífilis pode ser fatal.

Ascom SES – Como e onde essa doença pode ser tratada?

AS – A Sífilis, tanto no adulto como na criança, tem tratamento com antibiótico. Recomenda-se procurar um profissional de saúde para fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estágio. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão capacitadas para a realização do tratamento. O único medicamento eficaz no tratamento da Sífilis Adquirida é a Penicilina Benzatina. Apesar da portaria do Ministério da Saúde, alguns profissionais de saúde não estão realizando o tratamento nas UBS, alegando receio na ocorrência de choque anafilático. Nas gestantes, o tratamento também deve ser feito com a Penicilina, pois é o único medicamento capaz de tratar a mãe e o bebê. Com qualquer outro remédio, o bebê não será tratado. Se ele tiver Sífilis Congênita, necessita ficar internado para tratamento por 10 dias. O parceiro também deverá receber tratamento para evitar a re-infecção da gestante e a internação do bebê. Os bebês com Sífilis Congênita devem ser tratados nas maternidades e hospitais de referência.

Ascom SES – Qual é a importância do início do tratamento precoce da doença?

AS – Quando a Sífilis é detectada, o tratamento deve ser indicado por um profissional de saúde e iniciado o mais rápido possível. Em adultos, o tratamento precoce reduz a transmissão sexual para outra pessoa e evita complicações. O início do tratamento tardio pode favorecer o surgimento, principalmente, de lesões cardiovasculares. Nas gestantes com Sífilis, a demora em iniciar o tratamento aumenta o risco de transmissão da bactéria para o bebê. O parceiro sexual da gestante também deve ser imediatamente tratado.

Ascom SES – Quais são as formas de prevenção da doença nos adultos e na criança?

AS – O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são os meios simples, confiáveis e baratos de prevenção contra a Sífilis. Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a doença, principalmente, as gestantes e seus parceiros sexuais. O tratamento correto evita a transmissão da bactéria para o bebê. O uso da camisinha nas relações sexuais durante a gravidez também é de grande importância para a prevenção da Sífilis Congênita.

Ascom SES – Quais exames são feitos para o diagnóstico da doença?

AS – Quando não há evidência de sinais e ou sintomas, é necessário fazer um teste laboratorial. O exame de sangue mais utilizado é denominado VDRL. Foi implantado em vários municípios de Sergipe, o Teste Rápido para Sífilis, que é um exame de triagem e necessita de confirmação diagnóstica. Nas gestantes, o teste deve ser feito na primeira consulta do pré-natal, no terceiro trimestre da gestação e no momento do parto, independentemente de exames anteriores. É importante fazer o teste para detectar a Sífilis durante o pré-natal e, se o resultado for positivo, tratar corretamente a mulher e seu parceiro. Só assim se consegue evitar a transmissão da doença.

Ascom SES – Quais são os números da Sífilis doença em Sergipe?

AS – Aqui no Estado foram registrados 2.917 casos de Sífilis em adultos, entre 2007 e junho de 2013. Nesse mesmo período, 1.418 casos notificados em gestantes e 1.352 de Sífilis Congênita.

Ascom SES – Quais as ações desenvolvidas pela SES para combate da Sífilis Adquirida e da Sífilis Congênita?

AS – A Secretaria de Estado da Saúde capacita médicos e enfermeiros para a realização do diagnóstico e tratamento. A SES construiu um protocolo de tratamento específico para as gestantes com Sífilis, realizando ações educativas nos municípios e no Programa Saúde na Escola, parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI) para implementar ações educativas junto aos trabalhadores das empresas. Também são feitas ações junto aos agentes de saúde e divulgação nos eventos médicos, destacando a importância do pré-natal. Realizamos diversas campanhas informativas em festas populares e através das emissoras de rádio. A Unidade Móvel ‘Fique Sabendo’ também é uma iniciativa com grande repercussão no Estado.

 

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