Governador vê posse de Cláudio Déda à frente do TJ/SE como uma vitória da democracia brasileira

Mérito. Essa é a palavra que define a essência da posse do desembargador Cláudio Déda como presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe ocorrida na noite desta quarta-feira, 6, no Palácio de Justiça de Sergipe. Mérito próprio, sendo Cláudio Dinart Déda Chagas juiz de Direito concursado com atuação em diversas Varas, chegando a desembargador no Tribunal de Justiça Estado. O mesmo mérito que também conduziu, pela via da política, através da legitimação popular, seu irmão, o governador do Estado de Sergipe, Marcelo Déda Chagas, permitindo-o a ocupar o cargo máximo do Poder Executivo estadual. Dois irmãos que chegam por vias legítimas e democráticas aos principais cargos do Judiciário e do Executivo do Estado sem que isso influencie na independência dos Poderes.

Mérito também da família, conduzida pelos pais, Manoel Celestino Chagas, falecido em 2011, e a mãe, Zilda Déda Chagas. “Essa situação raríssima no Brasil de, ao mesmo tempo, dois irmãos chefiarem poderes republicanos, revela a dedicação de um homem que não está mais aqui entre nós e da sua esposa. Um servidor público, que acreditou na educação, e que fez da educação o instrumento através do qual possibilitou aos seus filhos avençarem na luta pela vida e avançarem na luta em defesa da sociedade sergipana”, ressaltou o governador, referindo-se ao seu pai.

E, por último, mas não menos importante, mérito da democracia que garantiu, pela via do concurso público a um, e pela via das eleições livres e democráticas a outro, a oportunidade de ocuparem estes cargos de destaque no Estado de Sergipe.

Segundo o governador, a educação pública permitiu que ele e seu irmão obtivessem êxito em suas trajetórias, mesmo trilhando caminhos distintos. “A grande vitória é da democracia porque tanto eu quanto Cláudio somos filhos da escola pública. Nós somos ex-alunos do Atheneu, ex-alunos do Grupo Escolar Fausto Cardoso, em Simão Dias, ambos somos filhos de uma família de classe média, uma família sem riqueza material, mas uma família que nos legou formação moral, que nos legou formação religiosa, que nos legou formação cívica. Portanto, a democracia comemora também. Cláudio chega onde chegou não por minha causa; e eu chego onde cheguei não é por causa do desembargador Cláudio”, acrescentou.

De acordo com Déda, sua presença na solenidade representa, sobretudo, as homenagens do Poder Executivo ao Poder Judiciário, que renova sua Mesa ao eleger e empossar como presidente “um magistrado com uma longa carreira: são mais de 30 anos dedicados à magistratura sergipana, e nesse período a sua marca foi a seriedade, a probidade, a dedicação ao trabalho, e o empenho para que o judiciário sergipano fosse cada vez mais reconhecido como uma casa de Justiça”.

O chefe do Executivo estadual destacou ainda a capacidade dos demais componentes da Mesa: o desembargador Edson Ulisses de Melo, que assumiu o cargo de vice-presidente; e a desembargadora Suzana Maria Carvalho Oliveira, nova corregedora geral do TJ/SE. “Eu creio que o judiciário está em boas mãos e que essa Mesa Diretora saberá dar continuidade a um trabalho que é marca registrada no Brasil. O judiciário de Sergipe é tido como um dos mais eficientes, como um dos mais ágeis, um dos que melhor tem respondido às convocações do CNJ por modernidade e respeito à cidadania”, concluiu Déda.

Sucessor do desembargador Osório de Araújo Ramos, o novo presidente do TJ, cujo mandato corresponde ao biênio 2013/2015, diz ter como maiores desafios a continuidade das conquistas recentes do órgão e a implementação de novas ações. “Vou dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelos antecessores, os desembargadores que ocuparam a presidência, e tentar fazer algumas inovações. Vamos tentar fazer uma inovação com relação à celeridade do processo, não é que não seja célere atualmente, é tanto que é reconhecido pelo Conselho Nacional de Justiça como um dos Estados mais céleres do País”, comentou Cláudio Déda.

Cláudio Déda

O novo presidente do TJSE é natural do município de Simão Dias, bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), no ano de 1974. Por uma legislatura, exerceu o mandato de vereador, tendo assumido a presidência da Câmara Municipal de Simão Dias. Por ato do Executivo estadual, foi nomeado Chefe de Gabinete da Secretaria da Educação e Cultura. Atuou como jornalista no jornal A Semana, logo após o falecimento do diretor e jornalista José de Carvalho Déda, seu avô materno. Foi presidente da Comissão Executiva Municipal do Movimento Brasileiro de Alfabetização – Mobral.

Na magistratura, ingressou em 1980, após concurso. Iniciou sua carreira na Comarca de Gararu e, já nomeado Juiz de Direito, foi designado para substituir na Comarca de Aquidabã, por ato da Presidência, até o provimento do cargo, vago em decorrência da promoção da titular. “Cláudio escolheu o caminho do Direito, o caminho da Justiça. Fez concurso público, entrou na lista para desembargador três vezes por mérito, foi incorporado aos quadros do Tribunal quando entrou para terceira vez na lista nos termos da Constituição da República”, lembrou o governador Marcelo Déda, na solenidade acompanhado pela primeira-dama, Eliane Aquino.