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*Por Paloma Abdallah, assessora da Fundação Hospitalar de Saúde

Com um olhar aguçado e uma máquina fotográfica nas mãos, Radilson Carlos vem se dedicando a fotografar ações que reduzem a mortalidade infantil no país. Iniciado em agosto do ano passado, o trabalho já conta com mais de 13 mil imagens. “Sendo que dessas, 10% são imagens que efetivamente vamos utilizar, já que fazemos mais de uma foto da mesma cena”, explica o fotógrafo do Ministério da Saúde.

Depois de passar por oito estados, Radilson Carlos chegou a Sergipe na última terça-feira, 9, para fotografar o mesmo tema em cinco cidades: Aracaju, Itabaiana, Lagarto, Propriá e Nossa Senhora da Glória. Daqui, seguirá para o Tocantins. “Ao todo, serão 17 estados do Norte, Nordeste e da Amazônia legal”, informa. O trabalho vai para o banco de imagens do Ministério da Saúde e pode se transformar em livro e exposição.

Há 24 anos, ele se dedica a fotografar a saúde pública. Começou em Brasília fazendo imagens de casos clínicos no Hospital das Forças Armadas. Em 1994, foi para o Ministério da Saúde. “E há oito, trabalho voltado para saúde pública de forma mais intensiva”, acrescenta. Todo esse caminho resultou em livros publicados e fotografias expostas em vários países, como Estados Unidos e Canadá. Antes de seguir viagem, Radilson Carlos contou um pouco da sua experiência.

Governo de Sergipe – No âmbito da saúde pública, quais os lugares que você fotografa?

Radilson Carlos – Maternidades, bancos de leite, Programa de Saúde da Família (PSF), o trabalho de parteiras tradicionais, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), enfim, ações que ajudem a diminuir a mortalidade infantil desenvolvidas pelo poder público e sociedade civil. No entanto, as atuações não precisam ser desenvolvidas somente na área da saúde. Por exemplo, programas ou políticas públicas nas áreas da Cultura e Educação e que ajudam a gerar renda para as famílias fazem parte de determinantes sociais que reduzem a mortalidade.

GS – Qual a sua impressão sobre o trabalho?

RC – Se nós, que trabalhamos com a comunicação, começarmos a observar as ações e políticas que estão sendo implementadas para melhorar a qualidade de vida da população, vamos encontrar muitos trabalhos bem sucedidos. Isso inclui trabalhos voluntários, como o que conheci em Baturité (CE). Lá, uma senhora criou o ‘cantinho da amamentação’. Hoje, além de estimular a amamentação, as mães fazem oficinas que ajudam na geração de renda. Já no Amapá, participei de um encontro de 45 parteiras tradicionais; em Roraima, de um encontro de parteiras indígenas. As secretarias estaduais e municipais também não param de trabalhar. Apesar de encontrar situações de muitas dificuldades, se a gente mostrar o que está dando certo, vai encontrar muita coisa.

GS – Por que usar a fotografia para tratar deste tema?

RC – A minha ideia é utilizar essa linguagem para promover saúde ocupando espaços dedicados à arte. Eventos e espaços dedicados à saúde abrangem profissionais da área que já são convencidos de que promoção da saúde é fundamental. O que eu quero é, por exemplo, destacar a saúde dentro de galerias de arte, onde professores e alunos podem discutir porque aquela criança está sendo vacinada, o que é o profissional de saúde trabalhando com a população ribeirinha. Acredito que a linguagem fotográfica pode ser uma ferramenta positiva para esse movimento.

GS – Quem é o público que seu trabalho pretende atingir?

RC – A intenção é promover a saúde para os formadores de opinião. Se a exposição está numa galeria, o crítico de arte vai colocar para a sociedade o que ele está vendo e a sociedade recebe por outro meio a informação sobre a saúde. Nossa trincheira tem sido muito entre a população de baixa renda e os profissionais da área. A classe média fica à margem dessas discussões. Por isso, queremos levá-la para galeria de arte e, quem sabe, ajudar a mudar a realidade do SUS.

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