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O Estado de Sergipe encontra-se em alerta máximo contra a possibilidade de infestação da mosca negra do citros nos pomares de laranja, tangerina e limão. A preocupação surgiu a partir de um comunicado enviado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a todos os estados da região Nordeste sobre disseminação da praga, que danifica diretamente a planta através da sucção contínua dos nutrientes das folhas, impossibilitando sua respiração e fotossíntese.

A praga, originária do sudoeste da Índia, chegou ao Brasil em 2001 nas regiões sul e centro-sul do país. Segundo alerta do Mapa, os primeiros registros da praga no Nordeste aconteceram no estado da Paraíba entre os meses de fevereiro e março deste ano, se propagando rapidamente para os demais estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

Por ter Sergipe uma dimensão territorial pequena, onde a citricultura se concentra nas regiões sul e centro-sul do Estado, a possível disseminação da praga se tornará muito mais rápida. “Atrelado a isso, está o fato dos produtores citrícolas serem pequenos agricultores e não possuírem tecnologia adequada para o combate da mosca negra”, é o que diz a coordenadora de Defesa Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade.

Segundo ela, a disseminação da mosca negra do citros pode ocorrer por transporte de material vegetal, principalmente por mudas frutíferas, realizada pelo homem e/ou carregada pelo vento. “Uma vez introduzida em novas regiões, como no caso de Sergipe, a disseminação pode ocorrer pelo voo da mosca adulta, que é capaz de voar até 187 km em 24 horas. As espécies cítricas são as hospedeiras primárias e, uma vez infestada, a praga traz consigo mais de 300 hospedeiros, o que dificulta sobremaneira um controle mais efetivo”, complementa Aparecida

“A Emdagro está em alerta máximo. Todos os nossos fiscais agropecuários já foram treinados em serviço para diagnosticarem a presença da praga nas cargas inspecionadas que tentam cruzar nossas fronteiras advindas de estados que apresentem o suspeita do foco”, afirma a coordenadora.

Aparecida diz também que outras medidas estão sendo tomadas para proteger todo o território sergipano de uma possível entrada da praga. “Estamos treinando também todos os engenheiros agrônomos que se encontram no campo para que eles possam fazer um diagnóstico preciso caso a mosca negra do citros apareça em alguma lavoura, bem como alertar os produtores rurais dos riscos dessa praga”, diz, acrescentando que o setor de defesa vegetal vem realizando um levantamento fitossanitário em todos os viveiros de mudas frutíferas, além daquelas residências que tenham árvores frutíferas no quintal e em propriedades agrícolas.

“É de suma importância que todos se unam para que a gente possa evitar a introdução da mosca negra do citros. Os produtores rurais, por exemplo, devem ficar atentos e observar o sintoma característico da praga: que é a postura em espiral encontrada no verso da folha. Caso isso aconteça, ele deverá procurar urgentemente os técnicos da Emdagro do município”, alerta Aparecida.

Prejuízos

Mesmo sendo o menor estado da Federação, Sergipe oscila entre o 2º e o 3º lugar com a Bahia no cultivo da laranja em nível nacional. Sua área plantada com a cultura chega a pouco mais de 52 mil ha, com produção superior a 784 mil toneladas da fruta. Atualmente, três indústrias beneficiam a laranja no estado.

Os prejuízos econômicos contabilizados com a possível infestação da mosca negra do citros são incalculáveis, tanto para o pequeno produtor e para as indústrias quanto para o estado, que exporta o suco da fruta para a União Europeia.

A praga

A mosca negra do citros é uma praga quarentenária que pode ser encontrada durante todo o ano, entretanto, a sua reprodução é baixa nos meses mais frios. Os ovos são depositados em espiral sobre as folhas, em grupos de 35 a 50. A eclosão se dá em 4 a 12 dias, dependendo do clima. As fêmeas podem gerar 100 ovos durante a vida.

As ninfas são ativas, de coloração negra, achatadas e com seis pernas. Elas se movem por um curto período de tempo, principalmente na face inferior das folhas para evitar a radiação solar. Em pouco tempo, começam a succionar a seiva das folhas. Elas perdem as pernas no processo de mudança de pele.

Já no processo de alimentação, a mosca negra danifica as folhas novas em crescimento. Sobre o líquido eliminado pela praga, cresce o fungo causador da fumagina que cobre as folhas e frutos, reduzindo a respiração e fotossíntese. Ocorre redução da frutificação, provocando perdas variando de 20 a 80%.

Controle

O controle biológico é o método mais indicado para combater a proliferação da mosca negra. O inseto tem vários inimigos naturais, sendo as vespinhas Encarsia opulenta e Amitus hesperidum as mais eficazes. Para o controle químico, há uma grande dificuldade devido à falta de registro de agrotóxicos no Brasil. Óleos minerais têm alguma ação sobre a praga, sendo mais importante para a remoção da fumagina.

Outras medidas de controle de risco devem ser tomadas para evitar a disseminação da mosca negra, tais como evitar o transporte de vegetais ou parte de vegetais infestados para áreas de não ocorrência da praga, produção e transporte de mudas de plantas hospedeiras em ambiente telado, lavagem e desinfecção de tratores, implementos e material de colheita, lavagem de frutos colhidos para comercialização e oriundos de pomares infestados pela praga e poda leve de árvores hospedeiras localizadas em fundo de quintal e no entorno dos pomares comerciais.

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