Encontro estimula produtores de milho a adotarem também o algodão
Estimular agricultores de Sergipe a promover rotação de cultura nas suas propriedades foi um dos motivadores da realização do I Encontro de Produtores de Milho e Cultura do Algodão nesta quinta-feira, 24, na Fazenda Vapor, município de Frei Paulo. O evento é uma realização da Biocampo Agrícola, com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri) e sua vinculada, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), tendo como parceiros a Embrapa Algodão, a Serrana Têxtil, a Pioneer, a Biogene, Milena Pastagem, a Jumil e a Avant.
O sócio da Biocampo Agrícola, Ítalo Magno Magalhães Costa, enfatizou sua satisfação com a presença de representantes da Emdagro e da Seagri. Ele ressaltou o objetivo de se estimular os produtores de milho de Sergipe, particularmente dos municípios de Carira, Frei Paulo, Simão Dias, Pinhão e Ribeirópolis, a adotarem o algodão como alternativa para a rotação de cultura.
Núcleos de produção
O Pesquisador da Embrapa Algodão, Waltenilton Vieira Cartaxo, discorreu sobre a ‘Formação de Núcleos de Produção do Algodão Empresarial’ no Estado de Sergipe. Ele mostrou a viabilidade do algodão, incluindo a cotação do mercado internacional, revelando especificamente, no caso da adoção por produtores de milho, as grandes vantagens, a partir da rotação de cultura, evitando-se exaurir o solo, a quebra de safra com a queda de produtividade, como também o aparecimento de pragas e doenças, o que promoveria aumento no custo de produção.
Waltenilton Cartaxo falou das providências do Governo do Estado, através da Seagri em parceira com a Embrapa, com a realização de um curso sobre a cultura do algodão para os técnicos da Emdagro, visando multiplicar a difusão de tecnologia com os produtores de milho, estendendo também a outras culturas dentro da política governamental de diversificação, processo de racionalização pretendido para todo o Estado, evitando-se a monocultura.
“O milho ser substituído pelo próprio milho não é recomendável, principalmente quando Sergipe vem se destacando como o segundo produtor de grãos do Nordeste, com uma produtividade que é exemplo para o Brasil. O retorno do algodão a Sergipe, que já foi um bom produtor, se apresenta com grandes perspectivas, devendo se insistir na organização de produtores, criando uma associação, adotando tecnologia e se integrando ao mercado pela qualidade e da mesma forma enfrentando desafios como o controle do bicudo, custos de produção, manejo adequado e as questões ambientais”, concluiu.
O Presidente da Emdagro, Jeferson Feitoza, sinalizou que, mesmo o público alvo prioritário da Assistência Técnica governamental seja os agricultores familiares, que contarão com 40 Unidades Demonstrativas indicadas pela Embrapa, para um projeto piloto de algodão, os seus técnicos estenderão o processo multiplicador para os demais segmentos, com a promoção de treinamentos. Ele chamou a atenção para os cuidados da Emdagro quanto à qualidade de vida do agricultor no que tange as questões que envolvem o uso de defensivos, em razão dos índices mostrados esta semana por uma rede de televisão, dando conta da presença de agrotóxico no leite das mulheres que se encontravam amamentando. “O Governo de Sergipe coloca o cidadão como prioridade, razão pela qual deve-se observar com todo o critério o processo de controle de pragas e doenças nas lavouras”, destacou.
Visão empresarial
Para o empresário Anderson Santana, da Serrana Têxtil, o encontro abriu excelentes oportunidades de contato dos produtores com a cultura do algodão. “A expectativa da parceria com o Governo de Sergipe, através da Seagri e suas vinculadas Emdagro e Cohidro, direcionada à cultura do algodão, é promover a diversificação para a agricultura familiar e assentamentos, gerando receita que, pelo maior valor do algodão, propiciará maior rentabilidade numa área menor. Para os grandes produtores, garante a possibilidade de ter mais uma opção produtiva e de estratégia, com a rotação de cultura, assim como estrutura de mercado, podendo trabalhar com apenas uma cultura ou com as duas consorciadas, aproveitando todo o potencial têxtil que Sergipe já oferece, uma vez que conta com fiações, e no momento sem o plantio da matéria prima”, frisou.
O empresário Joaquim Castro Magalhães, da Biocampo Agrícola, encerou o encontro, reiterando os agradecimentos aos parceiros, a exemplo do Governo do Estado de Sergipe, assegurando a participação da empresa em outros empreendimentos, viando solidificar o processo de revitalização da cultura do algodão no Estado.
Participaram do evento os deputados Raimundo Vieira (Mundinho da Comase) e José de Dona; os diretores da Emdagro, Jodemir Pires e Antonio Bernardo Lima, o diretor da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, e os assessores técnicos da Seagri José Holanda Neto e João Ferreira Amaral.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Encontro estimula produtores de milho a adotarem também o algodão – Fotos: Luiz Carlos Lopes Moreira/Seagri