Encontro Brasil-Canadá discute enfrentamento ao crack e outras drogas
A Política Estadual de Enfrentamento ao Crack ganhou reforço internacional na manhã desta quinta-feira, 25, com a realização do Encontro Brasil-Canadá: panorama global da atenção a usuários de drogas. O evento, que contou com a participação da primeira-dama do Estado, Eliane Aquino, resulta do convênio firmado entre a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e o Centro para Adicção e Saúde Mental (CAMH, sigla em inglês), em Toronto. Integra também a programação do curso que está sendo realizado desde a última quarta, 24, com profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e dos Núcleos de Atenção à Saúde da Família (Nasf).
O curso trouxe a Sergipe os canadenses do CAMH Jaime Sapag, Gloria Chaim e Joanna Hendersen, especialistas em drogadição. Até sexta-feira, 26, quando termina o curso, eles apresentarão uma nova visão da perspectiva intersetorial das políticas sobre drogas. “Vamos expor as principais áreas críticas destas políticas nas Américas, compartilhar as experiências sobre o sistema de tratamento dos usuários de drogas no Canadá e mostrar alguns exemplos de parcerias intersetoriais bem sucedidas”, explicou Jaime Sapag.
A diretora de Atenção Psicossocial da SES, Ana Raquel Santiago, destacou a importância do Encontro Brasil-Canadá. “Este evento é a continuidade da parceria firmada com o Centro para Adicção e Saúde Mental em 2008, quando foi realizado o Encontro Sergipe-Ontário, evento focado em saúde mental, estigmatização e drogadição, voltado para os técnicos da área. Neste segundo momento, estamos discutindo as drogas no mundo, no Brasil e no Canadá, com a troca de experiências e de conhecimentos”, enfatizou Ana Raquel Santiago.
Na abertura do encontro, realizado no auditório do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), a secretária de Estado da Saúde, Mônica Sampaio, destacou o esforço do Governo do Estado na construção e implementação da Política Estadual de Enfrentamento ao Crack, somando os esforços de várias áreas de governo, a exemplo da saúde, educação, segurança pública, inclusão social e trabalho.
“A drogadição é reflexo da construção social, de como a sociedade vive e de como encara os seus problemas. O nosso grande desafio é compreender e encarar a complexidade do problema das drogas, acolhendo e incluindo os usuários. No entanto, não poderemos vencer esta batalha sem o engajamento da sociedade. Estamos desenvolvendo políticas efetivas para o enfrentamento do crack e outras drogas, mas precisamos da parceria da sociedade”, reforçou Mônica Sampaio.
A primeira-dama, Eliane Aquino, destacou a importância dos Caps como instrumento de tratamento dos dependentes químicos e de inclusão social. “A sociedade precisa conhecer o poder dos Centros de Atenção Psicossocial. Nestas unidades, desenvolvemos uma política articulada com diversos órgãos do governo, de modo a permitir o acesso à educação e ao trabalho, por exemplo, àqueles que têm condições”, disse.
Droga poderosa
Na avaliação de Jaime Sapag, o crack é uma droga muito poderosa e muito usada no mundo. E, por ser uma problemática muito complexa, não existe uma solução mágica. “Mas, precisamos começar a enfrentá-lo através da prevenção, trabalhando em conjunto com a família e as comunidades. No Canadá, o governo trabalha com os jovens preventivamente, provendo-os em suas necessidades e com os já dependentes oferece tratamento interdisciplinar aliado à inserção social”.
Para o especialista, Sergipe pode adotar as práticas canadenses de enfrentamento ao crack e outras drogas, bastando para isso adaptá-las à realidade do Estado e às necessidades dos jovens, de forma preventiva e assistencial. Segundo Jaime Sapag, embora existam fatores de risco e de proteção similares, o perfil do usuário de drogas não é específico, variando a partir do contexto sócio-econômico de cada país. “Entretanto, o crack atinge mais poderosamente jovens de classes mais pobres”, salientou.
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- Ana Raquel Santiago