Educação leva arte, cultura e cidadania à Praça Fausto Cardoso
Uma tarde de música, artes plásticas, dança, poesia, artesanato, teatro, literatura e cidadania. Foi assim o I Sarau Cultural da Secretaria de Estado da Educação (Seed), que reuniu na tarde da última sexta-feira, 19, cerca de mil estudantes na Praça Fausto Cardoso, no centro comercial de Aracaju. O evento teve início às 15h com a 4ª Caminhada Estudantil da Consciência Negra, envolvendo alunos dos colégios Atheneu Sergipense, Dom Luciano, Tobias Barreto, Professora Alba Moreira, Valnir Chagas, Dr. Manuel Luiz, Jackson de Figueiredo e Governador Djenal Tavares de Queiroz, que participam do Projeto Novembro Negro.
‘É o Governo do Estado valorizando a nossa cultura. Esse evento marca a alegria existente nos alunos da rede pública estadual que, através da música, dança, artes plásticas e outras manifestações, dizem não à violência, às drogas e despertam a consciência para a luta contra o racismo, discriminação e preconceito racial”. A afirmação é da professora Nádia Maria Cardoso, diretora de Educação de Aracaju, representando no evento a secretária em exercício, Hortência Pereira Araújo.
Ela disse que o Sarau é fruto de projetos desenvolvidos pelos alunos em sala de aula das escolas da rede estadual da capital. A organização e idealização do evento foi da Diretoria de Educação de Aracaju (DEA).
Concentração
A concentração dos estudantes para a caminhada aconteceu na praça Camerino, pouco antes das 15h. De lá, todos seguiram a pé para a Praça Fausto Cardoso. Ao som do ritmo contagiante de músicas africanas, os estudantes cantaram e demonstraram com muita alegria e irreverência, que não aceitam mais nenhum tipo de discriminação contra os negros. “Infelizmente o preconceito racial ainda existe no Brasil, mas já melhorou muito”, disse Thaís Bezerra, aluna do Colégio Governador Djenal Tavares de Queiroz.
Na avaliação dela, esse trabalho de conscientização proposto pela Secretaria de Estado da Educação é salutar para “acordar” a sociedade para um tema de relevante importância. “A luta tem que ser de todos; independente de cor, raça ou de classe social”, disse. Lucas Santana, estudante do Colégio Tobias Barreto, ressaltou que o tema merece uma reflexão dos pais, alunos e autoridades. “Todos nós somos iguais; temos os mesmos direitos e deveres. Quero aproveitar esse momento para elogiar essa bonita festa, que foi preparada com muito carinho pelos diretores e professores da rede estadual de ensino”, ressaltou.
Apresentações
A primeira atração do I Sarau da Seed foi organizada pelos alunos da Educação Especial da Escola Francisco Portugal. Ao som da música sergipana “Um papagaio”, eles fizeram uma apresentação de dança com o tema: Minha Terra é Sergipe, mostrando a capacidade de superação dos limites. Em seguida, integrantes da Banda Marcial do Colégio Estadual José Alves Nascimento, composta por 60 alunos, mostraram que têm valor e encantaram o público com um excelente repertório da MPB. Depois, os estudantes dos Colégios Alba Moreira e Barão de Mauá fizeram um Rap, que agradou consideravelmente todos que estavam no centro de Aracaju.
Cultura sergipana
O I Sarau da Secretaria de Estado da Educação, coordenado pela Diretoria de Educação de Aracaju, teve também apresentação de dança por parte dos alunos do Colégio Olavo Bilac, que desenvolvem o projeto “Rumo à África do Sul”. O espetáculo prestou uma homenagem a Copa do Mundo 2010. Já os estudantes do ensino médio do Colégio Tobias Barreto encenaram bailes, cantaram e realizaram parodias tematizando os livros Cartas Chilenas e Marília de Dirceu, do escritor Tomás Antônio Gonzaga. A orquestra Big Banda, do Conservatório de Música, fez uma apresentação mostrando o trabalho desenvolvido pelos professores e o resultado alcançado pelos alunos.
Sob a coordenação da professora Clélia Ramos, estudantes do Atheneu Sergipense apresentaram o Projeto “Um quê de negritude”, que este ano teve como temática “A mulher negra e o contexto de seu papel na eterna luta na história da afirmação do povo africano no Brasil”. A cada apresentação, o público vibrava.
O Colégio Tobias Barreto fez uma exposição das obras trabalhadas na Semana da Primavera Literária, promovida pela Seed. As obras são recomendas para o vestibular da UFS 2011. As potencialidades da escola pública foram retratadas através de pinturas, grafites e aerografias com temas diversos, interpretadas e registradas em tela pelo artista Ângelo, aluno da quarta etapa do Ejaem.
Contadores de história
O grupo dos contadores de história do Centro Experimental Ministro Marco Maciel, formado por vinte alunos, apresentou contos escritos pelos próprios integrantes. Os contos são resultados do trabalho desenvolvido nas disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura, com a obra literária Feijão de Cego, do escritor sergipano Vladimir Souza Carvalho.
A partir da obra foram criadas outras histórias que foram registradas pelos estudantes da rede pública estadual de ensino. Os alunos do Colégio Estadual John Kennedy mostraram o projeto “O Mundo da Leitura é a Leitura do Mundo”. Eles encenaram uma peça teatral em que mostraram articulação entre poemas do abolicionista Castro Alves e o pensamento de Nelson Mandela e Martin Luther King.
Aplausos
A cada apresentação cultural, a estudante Emilly Nogueira vibrava de emoção. Em companhia de várias outras colegas, ela disse que o Iº Sarau da Seed deve ficar marcado no calendário estudantil da rede pública estadual. “É muito importante para nós estudantes essas manifestações artísticas e culturais em praça pública. A sociedade precisa conhecer o que desenvolvemos dentro da escola”, disse a aluna do Colégio Tobias Barreto.
Já Lucas da Conceição, enfatizou o esforço da Seed, dos diretores e professores em promover uma tarde cultural para divulgar o folclore de Sergipe. “A gente até aproveitou esse momento para alertar contra qualquer tipo de preconceito e discriminação”, disse.
Para Izabela Cristine Santos, estudante do primeiro ano do Colégio Tobias Barreto, o preconceito é uma forma de julgar, por isso, deve ser banida de vez. “Ninguém tem o direito de julgar ninguém, principalmente quando não se conhece profundamente a outra pessoa. O Sarau cultural e a caminhada estudantil da Consciência Negra nos deram oportunidade de protestar com alegria e descontração”, disse Izabela Santos.
- Educação leva arte
- cultura e cidadania à Praça Fausto Cardoso – Fotos: Ascom/Seed