Donas de casa no Santa Maria participam de cursos profissionalizantes da Fundat
As mulheres que estão freqüentando os cursos, na sua maioria, são empregadas domésticas e faxineiras desempregadas. Algumas são separadas dos maridos com a responsabilidade de alimentar os filhos e outras necessidades. Outras têm os seus companheiros, mas também se encontram sem trabalho. Em pesquisa realizada pelos técnicos da fundação, diagnosticou-se que, a maior parte das famílias sobrevive dos recursos angariados através de “bicos”, como a catação de papéis e latinhas, limpezas em residências que surgem de vez em quando e outras atividades pouco rentáveis. A ajuda básica está sendo advinda do Bolsa-escola Cidade Criança.
Depoimentos
A comunidade do bairro Santa Maria está sentindo as mudanças. Não acreditava ser possível a Prefeitura de Aracaju oferecer cursos profissionalizantes, principalmente porque é um local com um número elevado de famílias de baixa renda. “Ave-Maria, estou muito satisfeita. Ouvi dizer que teremos cursos até pela noite. Pretendo aprender outras coisas”, disse Ivaneide Santos Santana, 32 anos, e residente na rua Contorno Um, 265, Conjunto Maria do Carmo, aprendiz do curso de corte e costura. “Quero entrar para o mercado de trabalho e ser uma costureira profissional”, acrescentou, lembrando que atualmente cata latinhas para sustentar os quatro filhos.
Marido desempregado, apesar de ser pedreiro. A base da sobrevivência vem sendo R$ 90,00 percebidos do bolsa-escola Missão Criança. Esta é a situação de Dulcineia Moura dos Santos, 45 anos, moradora da rua R-3, nº 118, Conjunto Maria do Carmo. Ela está aprendendo a arte da tapeçaria. A sua intenção é aperfeiçoar-se e, dentro de quatro meses no máximo, produzir e comercializar tapetes e outros produtos. “Acho que trabalhar sozinha será difícil. Estou propensa a integrar-me às demais companheiras e participar de uma cooperativa de trabalho”.
A doméstica Lucélia Correia dos Santos, 33 anos, reside na rua Rosa Azul, 17, Ponta da Asa. Mãe de dois filhos, também pretende fazer parte de uma cooperativa. Explicou que trabalha em casa de família durante três dias na semana e que, nas folgas está aprendendo tapeçaria. “Fiquei encantada. Depois que comecei a fazer o curso, sinto-me mais tranqüila e serena”.
Separada do marido e com oito filhos menores, Lucilia de Jesus dos Santos, 42 anos, resolveu participar do curso de tapeçaria, voltada para o bolsa-escola. Após algumas aulas, o seu pensamento mudou. “Está sendo uma oportunidade maravilhosa e quero, através dessa arte, ganhar dinheiro e melhorar a situação de meus filhos”.
Os R$ 90,00 que Lucilia dos Santos recebe, não são suficientes para suprir as necessidades da família. O complemento é adquirido através da confecção de peças em crochê e faxinas que faz quando aparecem.
Izabel Dias dos Santos, 38 anos é responsável pela sobrevivência de 10 crianças, já que o marido encontra-se desempregado. Atualmente mora na rua Contorno Um, 221, Conjunto Valadares. De acordo com sua explanação, em breve estará escoando sua produção de tapetes. “Querer é poder. Não vou desistir. Daqui a pouco serei uma verdadeira profissional e, o que é melhor, ganhando dinheiro”.[/vc_column_text][/vc_column]
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