Diversidade marca Birô Cultural em Laranjeiras

Desde segunda-feira, 9, todos os caminhos da capacitação levaram os agentes culturais da Grande Aracaju ao município de Laranjeiras, sede da sexta etapa do Birô Cultural. A composição da turma retratava a pujança cultural da cidade histórica: mestres folclóricos, músicos, gente envolvida com teatro, bailarinos, dentre outros. A turma se despediu do projeto nesta sexta-feira, 13, em grande estilo.

O Birô Cultural é um projeto desenvolvido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), através do Fundo de Desenvolvimento Cultural e Artístico (Funcart). O objetivo é levar aperfeiçoamento em elaboração e viabilização de projetos a agentes culturais de todo os territórios de planejamento de Sergipe. Uma iniciativa que está tendo uma excelente acolhida por onde passa, e em Laranjeiras não foi diferente.

A secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, fez questão de comparecer ao encerramento da sexta etapa do projeto. “Laranjeiras emociona sempre. A cidade respira cultura da maneira mais diversa, e isso é perceptível através dessa turma do Birô Cultural, que tem representantes do Taieira, do Cacumbi, do Filho de Obá e de outros grupos. Ver essas pessoas aprendendo a fazer projetos e se sentindo agentes culturais me dá uma sensação de dever cumprido”, declara a gestora.

Eloísa aproveitou para elogiar a forma como o poder executivo de Laranjeiras administra a política cultural. “Que bom que esse município tem uma prefeita como Ione Sobral, sensível ao papel da cultura como protagonista da política para uma cidade que é patrimônio histórico nacional”, destacou. A prefeita também marcou presença no encerramento do Birô Cultural e avaliou o projeto da Secult como “uma semente que, futuramente, permitirá que os artistas e produtores da região possam viver da arte”.

Intercâmbio cultural

Na opinião do secretário municipal da Cultura, Irineu Fontes, foi uma satisfação para a cidade receber agentes culturais de outras cidades da Grande Aracaju. “Foi uma boa oportunidade para que os artistas e produtores de Laranjeiras, Itaporanga, Maruim, Areia Branca e Socorro trocassem experiências e conhecessem um pouco mais do que está sendo feito na região. Foi o início de uma relação que continua mesmo após o encerramento do Birô Cultural”, acredita.

O depoimento de Irineu materializa a rede colaborativa entre os agentes culturais, outro objetivo da Secult com o Birô Cultural. A duração das oficinas – de uma semana – é suficiente para capacitar e aproximar os participantes. É a partir desse contato que eles passam a conhecer a realidade cultural do município vizinho e a ter noção de que, unidos, podem conquistar mais avanços da cultura sergipana.

Para Givanilda Jesus, funcionária pública e aspirante a produtora cultural em Itaporanga D’ajuda, o Birô cumpriu seu papel de oferecer orientações para a construção de projetos na área de cultura. “Mas o projeto acabou representando mais que isso: me permitiu conhecer gente que tem o mesmo desejo de desenvolver a cultura sergipana que eu tenho. Isso me mostrou que não estou sozinha nessa luta”, completa.

José Ronaldo Menezes, mais conhecido como Zé Rôlinha, mestre folclórico e líder de três manifestações culturais marcantes da região (Lambe-sujo, Chegança e Batalhão) há 40 anos, disse que as oficinas foram bastante proveitosas. “O curso deixou claro que é importante nós buscarmos nosso espaço no meio cultural e caminhar com as próprias pernas, sem depender da boa vontade alheia”, opinou.

A sintonia entre os participantes foi tão grande que um deles, o laranjeirense Álvaro Araújo Filho, fez uma pequena apresentação musical – junto ao secretário Irineu – para coroar o sucesso da sexta etapa do Birô Cultural. Há décadas militando em prol da cultura sergipana, o músico disse que todo o contexto que representa o projeto é emocionante. “Agradeço a Deus por estar vivo e poder ser testemunha de que os tempos estão mudando no cenário cultural de Sergipe”.

Próximas etapas

Após Laranjeiras, a próxima região a ser contemplada com o Birô Cultural é o Baixo São Francisco, a partir do dia 16 de maio, com Propriá como cidade pólo. O cronograma do projeto segue ainda para Estância (Sul), em 23 de maio; Aracaju, 30 de maio; e São Cristóvão (Grande Aracaju), no dia 6 de junho.

Os interessados em participar do projeto devem preencher ficha de inscrição – disponível no site da Secult – e aguardar o resultado da seleção, que avalia a atuação do inscrito na área cultural e como pretende aplicar os conhecimentos adquiridos na oficina. Mais informações sobre o Birô Cultural através do email contato@cultura.se.gov.br ou pelos telefones (79) 31791924 e 88166901.