Dignidade: Semasc oferece assistência aos moradores de rua
Desde quando foi inaugurado, em setembro do ano passado, até hoje, 201 moradores de rua foram acolhidos no Centro. Só neste mês de maio, 19 pessoas – entre crianças, adolescentes e adultos – já foram atendidas. No momento, 14 pessoas estão instaladas no local, onde ficam em média três meses, participando de atividades e em processo de encaminhamento para o mercado de trabalho ou projetos sociais.
A administração municipal se preocupa com as condições dessas pessoas que se encontram em situação de rua e promove ações para que sejam retiradas e encaminhadas aos projetos sociais do município ou, no caso de crianças e adolescentes, levadas ao convívio familiar, também com a inserção em programas de tratamento e reabilitação.
Dentro do Programa, os educadores sociais realizam abordagens pedagógicas no sentido de elevar a auto-estima e reatar laços familiares ainda fragilizados daqueles que vivem nas ruas da cidade. Das ruas, estas pessoas vão para a Central, onde recebem atendimento personalizado e são observadas as necessidades de cada uma.
Segundo a assistente social Brisda Luci Santos e Silva, nem todos fornecem o nome completo e nem é sempre no primeiro contato que se consegue trazê-los para o Centro. “É um trabalho de conquista na abordagem. Às vezes a própria família é quem pede para que os filhos freqüentem a rua para levar algo pra casa. A partir disso é que eles passam a criar gosto pelas ruas e começam a se envolver com drogas e violência”, disse.
As abordagens pedagógicas são realizadas diariamente nos pontos mais freqüentados pela população de rua e o atendimento psicossocial na Central Permanente de Acolhimento é feito por uma equipe muldisciplinar. Além de aulas de cidadania, são disponibilizados atendimentos jurídico, psicológico e alternativas de inclusão social. Os adolescentes acolhidos que são dependentes químicos têm a oportunidade de se recuperar com o apoio do Centro de Apoio Psicossocial, da Secretaria Municipal de Saúde.
“A intenção é que essas pessoas sejam trabalhadas aqui no Centro e preparadas para o retorno à família. Em se tratando de adolescentes, nunca desistimos. Achamos que esse é o momento certo de agir. Todos que chegaram aqui foram incluídos em programas sociais. Alguns retornam às ruas, mas entram em ação novamente os educadores, que voltam a insistir para que freqüentem algum projeto do município”, explica a assistente social.
São 26 educadores trabalhando diariamente no Centro. Dentre estes, quatro fazem o trabalho no período noturno. A abordagem ocorre até às 22h em pontos estratégicos, que ultimamente tem sido no bairro Treze de Julho, nas imediações do Shopping Jardins, nos mercados municipais e no calçadão do centro. Além disso, o Centro entra em parceria com o Conselho Tutelar, que sempre notifica a presença dessas crianças e adolescentes nas ruas e os encaminha para a assistência municipal.
O Programa tem o objetivo de promover a re-inserção familiar das pessoas que, atualmente, estão em trajetória de rua. A idéia é tentar convencer as pessoas em situação de risco e vulnerabilidade social que a rua não é o meio adequado de sobrevivência. No Centro, as pessoas são alimentadas regularmente e têm acesso a cômodos com camas individuais para pernoite, dispõem de um espaço para lavar as roupas e usufruem de uma estrutura que os levam a ter o sentimento de uma vida em família.
Alguns dos assistidos já começam a perceber a importância do resgate à cidadania e o retorno ao convívio familiar. É o caso de J.A.S., de 14 anos, que foi encontrado na rua e que há pouco mais de um mês está morando no Centro. “Não gostava de ficar em casa. Sei que tenho que retornar e pretendo voltar a estudar. Gosto das atividades do Centro, principalmente de brincar de bola”, contou o adolescente.
A desempregada M.L.A., de 23 anos, buscou ajuda numa delegacia, foi encaminhada ao Conselho Tutelar e hoje está abrigada no Centro. Com dois filhos pequenos e viúva, ela espera com ansiedade para ser chamada pra trabalhar pela Casa da Doméstica, onde se inscreveu por intermédio da Semasc. “Gostei muito daqui. Não tenho do que reclamar porque acolheram a mim e aos meus filhos. Agora só me resta esperar pela oportunidade de emprego.
Na Central Permanente de Acolhimento os educadores sociais ministram verdadeiras aulas de cidadania, disponibilizam livros e bons filmes para que os acolhidos passem a entender a importância em reatar os laços familiares e a conviver em comunidade. Além disso, eles contam com atividades lúdicas, como palestras, diálogos, brincadeiras, discussões, passeios e jogos educativos. São distribuídas três refeições e mais um lanche durante o dia. Aqueles que sofrem de dependência química, passam a freqüentar o Centro de Apoio Psicossocial (Caps).[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]
- Dignidade: Semasc oferece assistência aos moradores de rua – Fotos: Wellington Barreto