Deso leva imprensa para conhecer realidade das estações de tratamento
Na manhã desta sexta-feira, 13, a direção da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) fez uma visita às unidades de tratamento de água e de esgotos de Aracaju. A visita foi acompanhada de jornalistas e radialistas, que conheceram as condições precárias em que se encontram a estrutura física e os equipamentos totalmente obsoletos, causado pela omissão de governos anteriores. A iniciativa apresentou o estado de abandono a que foram relegadas as unidades operacionais da Deso, numa forma de desmistificar as informações sobre a crise no abastecimento de água e no sistema de coleta, bombeamento e tratamentos de esgotos sanitários.
A Estação Elevatória nº 5, no bairro Industrial, coleta e bombeia parte dos dejetos sanitários de Aracaju e tem deficiências graves em sua estrutura e no conjunto de equipamentos. Um dos mais graves, mostrados pela direção da Deso, é a operação absolutamente deficitária devido à falta de dois conjuntos de moto-bomba, dos três que deveriam estar em operação.
Isso reflete diretamente na vizinhança, que tem suas casas invadidas pelo retorno dos dejetos através da tubulação sempre que a tubulação fica obstruída, devido ao grande volume de dejetos a ser bombeado. Além de conjuntos de moto-bombas sem atividade, a imprensa pôde constatar a depreciação sobre a estrutura da tubulação, da casa de máquinas, do conjunto de registros e das próprias instalações da estação de tratamento.
A segunda unidade operacional visitada pelo grupo foi a ETA João Ednaldo, que recebe, faz o tratamento e o bombeamento da água do rio São Francisco e de parte da produção da Ibura. Assim como a EE-5, os convidados puderam constatar as condições dos equipamentos e a limitação técnica que impossibilita a ampliação da produtividade atual.
Segundo o diretor de Operações da Deso, Sílvio Múcio Farias, a ETA João Ednaldo está trabalhando com sua capacidade de produção 55% acima do que foi projetado. “Ela foi projetada para uma produção de 600 litros por segundo, mas trabalhamos atualmente com uma produção de 930 litros por segundo”, disse ele, ao ressaltar que todas as estações da capital estão com suas capacidades de produção ultrapassadas. “Isto provoca uma situação desesperadora para os profissionais que atuam no tratamento de água para conseguir atender aos parâmetros de potabilidade exigidos por lei. As estações já deveriam ter sido ampliadas há muito tempo”, explicou Farias.
Ibura
Na seqüência da visita, o grupo verificou os poços da Ibura, relatados como a solução imediata para a falta d’água na capital. O que se viu foram estruturas absolutamente depredadas, onde as tubulações estão corroídas pela ferrugem, entupidas com areia, quadros elétricos de comando inexistentes e tomados pelo mato. Na estação de bombeamento da Ibura, a casa de bombas transformada em depósito e o sucateamento de tubos, bombas, transformadores e a produtividade comprometida por conta da deficiência no sistema.
Os profissionais de comunicação que acompanharam a visita receberam dos diretores da Deso as explicações sobre os pontos que suscitados pelos jornalistas. “O que foi visto retrata o modo como a Deso foi tratada nos últimos anos”, disse o diretor-presidente da Deso, Max Montalvão.
Segundo ele, todas as unidades de produção, reservação e a rede de distribuição de Aracaju encontram-se superadas, gerando problemas de todo o tipo. “Essa situação de calamidade operacional se arrasta há vários anos, agravando-se ano a ano pela omissão dos governos. Diante disso, não se pode levar a sério que alguém possa resolver todos esses problemas em apenas 48 horas, como se fosse uma carta retirada da manga do paletó”, disse Montalvão.
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