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Será que o terreno baldio próximo a minha casa pode ser um criadouro para o Aedes aegypti? Essa e outras dúvidas sobre a dengue são freqüentes entre os cidadãos, que possuem um papel determinante nas ações de combate à doença. De acordo com o entomologista Fábio Nascimento, professor e pesquisador da Universidade Federal de Sergipe (UFS), os terrenos, em si, não representam uma ameaça. O grande problema é o descarte indevido de lixo nesses locais, algo que deve ser motivo de alerta permanente da sociedade.

"O acúmulo de água limpa em locais indevidos é o maior problema no combate à dengue. Nos terrenos, a terra absorve a água da chuva, mas o lixo pode se tornar um reservatório. Até uma tampa de garrafa acumula água suficiente para ser um criadouro do vetor. As chuvas esparsas e o clima quente e úmido de Sergipe também favorecem. No mês de março, por exemplo, choveu bastante, o dobro do que se esperava para o mês inteiro, fazendo sempre muito calor", afirmou Fábio Nascimento.

O entomologista alertou que um ovo do Aedes aegypti pode sobreviver até pouco mais de um ano, mesmo que o local em que foi depositado fique seco. "Se esse depósito receber água novamente, o ovo volta a ficar ativo, podendo se transformar em larva e depois em pupa, atingindo a fase adulta num prazo muito curto", disse. Ele acrescentou que o ciclo de desenvolvimento do mosquito pode se completar em até oito dias, se houver as condições adequadas.

"É justamente por isso que a atenção da sociedade para este tema deve ser constante. Os ovos que são depositados hoje podem se tornar um problema ainda maior no futuro. Se os cidadãos não cumprirem seu papel, eliminando os criadouros e denunciando situações que coloquem a população em risco, a situação pode ser pior no próximo ano", comentou a bióloga Ana Denise Santana, da Coordenação de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Ambiente doméstico

Fábio Nascimento destacou ainda a afinidade do vetor com o ambiente doméstico. "É um mosquito que possuía hábitos silvestres, mas, aos poucos, vem mudando seu comportamento. Os machos têm alimentação exclusivamente vegetal, mas as fêmeas, responsáveis pela contaminação, procuram locais sombreados para pôr os ovos. Por isso, lavanderias, caixas d’água, vasos de plantas, cisternas e outros reservatórios de água devem receber o devido cuidado", ressaltou o pesquisador.

Para combater a proliferação do mosquito, existem medidas simples e eficazes que dispensam o uso de venenos ou inseticidas. Uma delas é a utilização de borra de café em locais da residência onde a água se acumula e fica parada. Depositado nos pratinhos de água das plantas, o produto impede que o mosquito ponha seus ovos. E mesmo que o Aedes aegypti já tenha desovado, a borra de café consegue impedir que os ovos se desenvolvam em larvas. A descoberta foi do Instituto de Biociências da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

Armadilha

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também descobriu outro artifício para combater a dengue. Batizada de ‘mosquiteca’, a invenção é uma espécie de armadilha para o vetor, e pode ser confeccionada em casa (veja como ela pode ser feita abaixo). "A ação mais eficaz de combate à doença é eliminar os criadouros. Todos precisam se conscientizar disso e alertar também os familiares, vizinhos e amigos. A dengue é um problema de saúde pública que diz respeito a todos", reforçou a bióloga Ana Denise.

O entomologista Fábio Nascimento também falou sobre a utilização do carro fumacê, outro questionamento comum entre a população. "Não adianta combater apenas a forma adulta do mosquito. Os carros têm o objetivo de quebrar a circulação do vírus, mas a ação mais importante no controle do vetor consiste em acabar com os criadouros que podem existir em domicílios, terrenos baldios e depósitos de lixo", concluiu o pesquisador.

Mosquiteca

Inventada por Maulori Cabral, professor da UFRJ, a mosquiteca é um método caseiro de muita eficiência no combate ao mosquito Aedes aegypti. Confira abaixo o passo a passo da invenção:

1 – Utilize uma garrafa PET vazia de 1,5 litro ou mais;

2 – Corte a parte superior fazendo um funil;

3 – Corte também a base da garrafa, com uma altura aproximada de 10 cm;

4 – Lixe a parte interna do pedaço que servirá de funil, deixando a superfície bem áspera em toda a sua extensão;

5 – Feche a extremidade inferior do funil com um pedaço de tela (lembre-se que o buraco da tela não pode ser grande, pois pode permitir a passagem do mosquito);

6 – Coloque alguns grãos de arroz ou de alpiste amassados, na parte inferior da garrafa. Eles servirão de alimento para as larvas;

7 – Feche as duas partes da mosquiteca com fita isolante;

8 – Encha com água limpa até cerca de 3 cm da borda do funil. Complete sempre que for evaporando.

Coloque a mosquiteca no quintal de casa ou onde há maior probabilidade de mosquitos, sempre em locais sombreados, pois as fêmeas não gostam do sol. A partir daí, os mosquitos vão colocar os ovos na garrafa, onde eles se transformarão em larvas. Para exterminá-las, utilize água sanitária.

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