Deficientes motores iniciam formação de time de basquete

[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Alexandro Martins saiu no último sábado, 9, de Propriá, divisa entre Sergipe e Alagoas, e logo cedo já estava na quadra da Escola Técnica Federal de Sergipe, em Aracaju. O ex-capoeirista poderia dar mil desculpas para não querer estar ali naquele momento, afinal ele tem deficiência motora, o que lhe obriga a passar a maior parte do seu tempo numa cadeira de rodas. Sandro capoeira, como é mais conhecido, não é de se entregar fácil e, junto com mais outros 20 atletas, homens e mulheres, começou a fazer parte do primeiro time de basquete de Sergipe, um antigo sonho seu e de outros amigos que foi realizado graças à iniciativa da Prefeitura de Aracaju, através da Funcaju – Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes.
Conseguindo outros parceiros, a exemplo da Universidade Tiradentes, Secretaria Municipal de Educação e da Federação Sergipana de Basquete, a Funcaju realizou o primeiro treino da equipe na quadra da Escola Técnica Federal de Sergipe, outro colaborador do projeto “Esportes para Deficientes Motores”.
“Eu vejo esse dia de hoje como uma bênção de Deus para todos nós, pois lutamos muito e estamos realizando o nosso sonho. Eu estou voltando a andar. O basquete me faz sentir uma pessoa capacitada e eu esqueço que estou numa cadeira de rodas”, revela com entusiasmo Sandro Capoeira.
De acordo com o diretor de Esportes da Funcaju, Carlos Burgos, o objetivo é mostrar à sociedade o potencial desses atletas, como também estimulá-los à saudável prática desportiva. “Essa será a primeira, de uma série de atividades, que pretendemos desenvolver”, adianta.

Elogios
Os parceiros do projeto que estiveram no primeiro treinamento da equipe elogiaram a iniciativa da prefeitura no resgate à cidadania dos portadores de necessidades especiais. O diretor da Escola Técnica, Antônio Belarmino da Paixão, reforçou dizendo que a entidade de ensino estará de portas abertas para a realização dessa e de outras ações em benefício dos deficientes motores. “Eu me sinto bastante emocionado porque é a primeira vez em minha vida que eu sento numa cadeira de rodas. Quero procurar ajudar o máximo os portadores de necessidades especiais para que eles possam desenvolver e mostrar sua capacidade através de um esporte competitivo”, ressaltou. De acordo com ele, a escola está se estruturando para que possa atender melhor os deficientes, reformando sua estrutura física com a adaptação dos banheiros e construção de rampas de acesso.
O presidente da Federação Sergipana de Basquete, Carlos Aberto, afirmou que a iniciativa da Funcaju “é uma atitude louvável”. Ele lembrou que há um bom tempo já tinha esse desejo de formar uma equipe de basquete com portadores de deficiência motora, a exemplo dos times que existem em outros Estados. “Vejo aqui a implantação de um sonho que há muito tempo a federação queria realizar, mas não tinha como”, relata.
Na opinião do presidente da Funcaju, Lealdo Feitosa, a prefeitura, através desse projeto, está resgatando um débito com os deficientes motores, integrando-os à sociedade pelo esporte. Para ele, a oportunidade que o município está ofertando aos portadores de necessidades especiais mostrará o quanto eles são capazes e produtivos, vencendo qualquer tipo de preconceito. “São pessoas produtivas, mas de uma certa forma discriminadas. Queremos mostrar justamente a capacidade de cada um”, disse, acrescentando sobre a importância da participação de todos os parceiros nesse projeto.

Processo de preparação
Conforme o professor da equipe, Waldocy Paixão, formar um time de basquete só com portadores de deficiência motora é um trabalho que exige determinação e paciência. Ele, que já treinou com a seleção paranaense, disse que a primeira etapa é conhecer a parte técnica da cadeira, para depois ensinar a regra e a tática do esporte. Independente do desenvolvimento de cada atleta, Waldocy destacou que a prática esportiva traz inúmeros benefícios aos portadores de deficiência motora. “A parte mais inteligente da questão social que eu acho é o esporte , principalmente para essas pessoas. Com certeza, independente da modalidade, a prática esportiva é de suma importância porque elas irão se sentir mais gente, mais pessoa, mais integradas à sociedade”.
De acordo com o fisioterapeuta e professor da Universidade Tiradentes, Paulo Leal, será feito um trabalho permanente com os atletas de orientação e prevenção de lesões. Cada um terá acompanhamento individual e verificado seu desenvolvimento. “Vamos trabalhar o condicionamento físico e passar alguns exercícios para serem feitos em casa. Caso haja algum problema, ele será encaminhado ao Centro de Reabilitação da Unit”, explica.
O treinamento da equipe acontecerá todos os sábados, na quadra da Escola Técnica, às 9 horas. Qualquer pessoa portadora de necessidades especiais pode participar do projeto. Para isso, é só ir até o local do treinamento e se integrar à equipe. Maiores informações na Diretoria de Esportes da Funcaju através do telefone 3179-2170.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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