Déda exalta trajetória de vida de seu pai antes do sepultamento
“Não só os que têm cargo e poder dão exemplo; os simples também dão exemplo”. A simplicidade foi a característica escolhida pelo governador Marcelo Déda ao enaltecer o legado de seu pai, o senhor Manoel Celestino Chagas, falecido nas primeiras horas desta terça-feira, 6, aos 86 anos.
Já ao final da tarde, num discurso emocionado durante a missa de corpo presente que antecedeu o sepultamento, o governador remeteu à trajetória de vida de seu genitor. “Ele era um homem simples e bom; eu digo isso com a maior convicção. Um homem apaixonado pela família”, complementou.
No cemitério Colina da Saudade, em Aracaju, diante de familiares, amigos e uma grande quantidade de autoridades dos três poderes, o governador lembrou-se da origem humilde de seu pai, nascido em Paripiranga, na Bahia, filho de um casal de camponeses. “Saiu cedo para Simão Dias. Foi ser soldado de polícia no tempo em que soldado de polícia não era referência para nenhuma família”, comentou Déda.
Em Simão Dias, seu pai conheceu Zilda Déda, “filha mais velha de José de Carvalho Déda, homem de classe média, sem fazenda e sem propriedades, mas um pai dos anos 40, que não queria a filha casada com um soldado de polícia”. Mas sua força de vontade o fez superar as adversidades e consolidar um relacionamento que gerou cinco filhos.
Antes, Manoel Celestino Chagas ainda ingressou no serviço público, onde exerceu a função de policial fiscal. “Tomava conta de corrente nos postos de fronteira”, comentou o governador, dizendo não esquecer a dedicação de seu pai – formado apenas no antigo curso primário – em prol da educação dos filhos. “Criou cinco filhos sem faltar comida, sem faltar livro para estudar, sem atrasar uma prestação”.
Segundo Déda, aí estava mais um dos orgulhos singelos do seu pai: “enquanto algumas pessoas têm orgulho de ter uma fazenda, de ter um doutorado, ele tinha orgulho de mostrar a prestação paga, de dizer que passava no comércio e o pessoal o chamava para comprar”.
Ao encerrar suas palavras, o governador observou que, ao lado de sua esposa, o homem simples que acaba de deixar este ‘plano’ logo irá proporcionar aos sergipanos algo inédito na história da democracia: ter um filho presidindo o executivo e outro o judiciário estadual, já que o desembargador Cláudio Déda irá presidir o Tribunal de Justiça no próximo ano.
“Que Deus o acompanhe e que fique o seu exemplo: de que quem faz os grandes povos são os simples. Quem edifica as grandes sociedades são os simples. São eles que oferecem o adubo do suor, do trabalho e do amor para que as coisas do mundo aconteçam”, concluiu o governador.
Sepultamento
Após receber visitas de populares e personalidades sergipanas durante todo o dia, o velório do senhor Manoel Celestino Chagas ocorreu ao final da tarde, depois da missa celebrada pelo Bispo Auxiliar de Aracaju, Dom Henrique.
Presente na ocasião, o vice-governador Jackson Barreto descreveu Manoel Celestino como um “homem de bem”. “Foi um funcionário público que criou sua família com dignidade, competência e pôde ver um filho desembargador, as filhas formadas, o outro governador. O que poderia mais almejar um pai que conduziu sua família no caminho da honradez, da honestidade e do trabalho? Quando vejo figuras como Manuel, eu gostaria que todo pai de família se espelhasse em seu exemplo”, colocou Jackson.
Amigo da família, o ex-senador José Eduardo Dutra fez questão de vir a Sergipe acompanhar os últimos momentos do velório. “Ele era um homem que conquistava a todos aqueles que o conheciam; um homem simples, alegre e um exemplo de vida que deixou um grande legado para a família e para os sergipanos”, declarou.
O senador Eduardo Amorim também destacou a contribuição dada pelo senhor Manoel Celestino para o engrandecimento de Sergipe. “Ele com certeza soube construir muito, fazer muito, não só para sua família, mas para muitas famílias sergipanas. Ainda bem que ele existiu, que nos ajudou, ajudou ao povo sergipano através de sua família”.
Em meio às autoridades presentes no momento do sepultamento também estavam o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira; a presidente da Assembleia Legislativa, a deputada Angélica Guimarães; o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Alves; a presidente do Tribunal de Contas, conselheira Isabel Nabuco; o comandante do Exército em Sergipe, coronel Jefferson Hernandes; o ex-governador Albano Franco, os deputados federais Márcio Macêdo e Valadares Filho, além de vários deputados estaduais, prefeitos e vereadores de todo o Estado.
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- disse o governador Marcelo Déda / Fotos: Marcelle Cristinne/ASN