Déda e comitiva visitam a Central Nuclear de Angra dos Reis
Ao visitar a Central Nuclear de Angra dos Reis (RJ) nesta sexta-feira, 5, o governador Marcelo Déda e comitiva constataram pessoalmente os benefícios deste tipo de geração de energia. “Aprendemos muito. Além disso, derrubamos vários mitos que todos nós criamos ao longo do tempo”, resumiu o governador. Sergipe é candidata a sediar a central nuclear que o governo federal pretende construir no Nordeste.
Ciceroneado pelo presidente da Eletronuclear (Eletrobrás Termonuclear), Othon Luiz Pinheiro da Silva, a comitiva – com parlamentares, empresários, jornalistas, representantes do meio ambiente e da área acadêmica, além de integrantes do governo estadual – visitou a Usina de Angra II e as obras de Angra III. Quando estiver concluída a terceira usina, a central de Angra terá condições de suprir o equivalente a 80% da demanda energética do Estado do Rio de Janeiro.
Depois de conhecer as instalações, o governador confessou-se muito satisfeito com o que viu. “Se todos pudessem fazer esta visita, a auto-estima do brasileiro aumentaria ainda mais. Nós avançamos em relação à tecnologia que importamos e, hoje, desenvolvemos tecnologia própria”. De fato, segundo Pinheiro da Silva, Angra III deverá atingir o nível de 70% de nacionalização.
Benefícios
A segurança do sistema está entre os benefícios elencados pelo governador. “Vimos um show de segurança”, avaliou, lembrando que, desde a produção de energia a partir dos reatores até a armazenagem do material radioativo, as normas de segurança são extremamente rigorosas e modernas. Aliado a isto, observou que a energia nuclear é considerada uma das mais limpas, favorecendo a preservação do meio ambiente. E, também por isto, adotada de forma crescente no mundo.
Para Sergipe, especialmente, a construção da central representaria um acréscimo significativo para o desenvolvimento local. Primeiro, enumerou o governador, reforçaria a vocação do estado como produtor e exportador de energia. Em segundo lugar, levaria a maior diversificação das matrizes energéticas, gerando mais segurança para novos investidores. Por fim, a construção da central representaria, pelas próximas duas décadas, “um cabedal de investimentos em infraestrutura”, já que o governo federal planeja erguer até seis usinas nucleares na central nordestina.
Meia Itaipu
Cada usina, como explicou o presidente da Eletronuclear, gerará em torno de 1000 MW. Assim, quando estiver completamente instalada, a central geraria energia similar a produzida por meia Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo atualmente. Pinheiro da Silva acrescenta outra vantagem na geração de energia nuclear: o Brasil é um dos três países do mundo que detém esta tecnologia e, ao mesmo tempo, possui reservas próprias.
Hoje, o Brasil tem 309 mil toneladas de reservas de urânio já confirmadas. A estimativa, no entanto, é que este montante chegue a 800 mil toneladas, colocando o país como primeiro ou segundo produtor mundial. Com isso, o país teria garantido o suprimento de matéria-prima para o funcionamento das futuras usinas.
Água limpa
Na visita, Déda verificou que Angra devolve a água retirada do mar, usada para o resfriamento dos reatores, da mesma forma que captou – apenas com leve elevação de temperatura. “Do mesmo modo, as águas do São Francisco não serão prejudicadas”, destacou Déda. “Em Angra, ela entra no sistema e volta ao mar sem agregar poluentes. Não haverá sequestro da água do rio, que continuará disponível para a agricultura, por exemplo”.
Igualmente importante, o benefício às comunidades em volta da central foi constatado pelo governador, com os testemunhos de prefeitos e vereadores da região. “Para o povo de Sergipe, o investimento será de extrema importância, dando maior impulso e mais segurança ao desenvolvimento econômico”.
Pinheiro da Silva disse que, ainda neste semestre, a Eletronuclear deverá apontar cinco locais indicados para a construção da central, de acordo com mais de 2.000 critérios técnicos. Em seguida, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolher o local e enviar mensagem ao Congresso Nacional, que votará a proposta.
Comitiva
Fizeram parte da comitiva, os secretários de Estado, Oliveira Júnior (Casa Civil), Jorge Santana (Desenvolvimento Econômico), Genival Nunes (Meio Ambiente) e Carlos Cauê (Comunicação); Luiz Eduardo Costa, ouvidor geral do Estado; Ancelmo de Oliveira, presidente da Codise; Ulices Andrade, deputado estadual/presidente da Assembleia Legislativa; Albano Franco, deputado federal; Rogério Carvalho, deputado estadual; Arnaldo Bispo, deputado estadual; Garibalde Mendonça, deputado estadual; Conceição Vieira, deputada estadual; Orlando Porto, prefeito de Canindé do São Francisco; Ricardo Roriz, prefeito de Santana do São Francisco/ presidente da Associação do Baixo São Francisco; Ivan Leite, prefeito de Estância.
Também estiveram presentes à visita em Angra, Jouberto Uchoa de Mendonça Junior, pró-reitor administrativo da Unit; Josué Modesto dos Passos Subrinho, reitor da UFS; Carlos Augusto Lima, chefe do Gabinete Militar; Nailson Santos, comandante do Corpo de Bombeiros; Eduardo Mantonvani, presidente da Energisa/SE; Luiz Eduardo Magalhães, presidente da Acese; Antonio Fernando Pereira de Carvalho, coordenador do Fórum Empresarial; Antonio Bomfim, diretor do Cinform; Max Augusto, jornalista do Jornal da Cidade; Gilvan Manoel, jornalista do Jornal do Dia; Grace Melo, jornalista do Correio de Sergipe; Katia Suzana, jornalista da Infonet; Adrine Couto, jornalista do Cinform.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Déda e comitiva visitam a Central Nuclear de Angra dos Reis – Visita às obras de Angra III / Foto: Márcio Dantas/ASN