Dada a largada para a V Semana Sergipana de Dança

Mais um grande evento da cultura sergipana atraiu centenas de pessoas para o Teatro Tobias Barreto na noite de quarta-feira, 18: a abertura da V Semana Sergipana de Dança. O festival, que ocorre desde 2007, é o maior evento do gênero no Estado e a programação dessa edição é composta por 21 companhias que representam os mais diversos gêneros da expressão corporal.

O evento, que é uma realização da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), por meio do projeto ‘Sergipe em Cena’, e do Banco do Estado de Sergipe (Banese), levou para a primeira noite de espetáculos um pouco da heterogeneidade artística existente no Estado. De quadrilhas juninas à dança árabe, perpassando pela contemporânea, as pessoas que marcaram presença no TTB puderam apreciar um pouco do que há de melhor e mais diverso na dança em Sergipe.

Abrindo oficialmente o evento, a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, explicou que o evento foi redimensionado pela Secult, para aproximá-lo ainda mais da população. “Esse é mais um evento construído com a classe artística, com os fazedores e produtores de cultura, assim como os demais eventos que temos promovido na Secult. O mais importante é que, assim como no Festival de Teatro, conseguimos unir em um só evento todos os nossos eixos de trabalho, que é a capacitação dos artistas, a circulação das companhias com seus espetáculos e o acesso, que está sendo gratuito ao público”, ressaltou a secretária.

Eloísa falou ainda sobre o desafio de mostrar a arte produzida em Sergipe, e estimular a população a admirar o que é produzido no nosso Estado. “Precisamos fomentar a formação de plateia e durante esses cinco dias o teatro estará aberto, cheio de espetáculos belíssimos, para que a população possa conhecer a riqueza do fazer cultural que transita pelas muitas linguagens cultura, e em especial, da dança produzida em Sergipe”, constatou.

A V Semana Sergipana de Dança conta também com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Fórum Unificado de Circo, Dança e Teatro, Sated-SE, CBDD-SE, Banco do Nordeste, Sesc, Sebrae-SE e Fundação Aperipê. Para falar sobre esse importante evento das artes cênicas em Sergipe, o presidente do Sated-Se, Ivo Adnil, demonstrou através de suas palavras, a emoção de ver a cultura sergipana ser mostrada com muito orgulho à população.

“Estamos muito felizes em ver esse belo evento, que traz cinco dias de espetáculos de dança, gratuitamente é muito gratificante, pois observamos que é um trabalho, fruto de muitas conversas e reuniões entre a Secult, o Sindicato e os demais parceiros da iniciativa pública e privada. A Semana de Dança deste ano tem uma representatividade ainda maior, pois traz desde as quadrilhas juninas, aos grupos contemporâneos, o que demonstra mais uma vez, que quando o trabalho é feito em conjunto, o resultado sai ainda melhor”, enfatizou Ivo.

Homenagem

A edição 2011 da Semana de Dança tem um significado ainda maior, pois comemora também os 40 anos de trabalho dedicado à dança, da bailarina, coreógrafa e mais nova integrante do Conselho Estadual de Cultura, Lu Spinelli. A coreógrafa foi a propulsora da dança moderna e contemporânea em Sergipe e idealizadora da primeira companhia de dança cênica do Estado, a Studium Danças, fundada em 1971.

Durante a solenidade de abertura a bailarina recebeu uma placa e declamou um discurso bastante emocionado, onde contou um pouco da sua trajetória nestes 40 anos dedicados a dança em Sergipe.

“Agradeço humildemente por essa homenagem e estou muito feliz em estar aqui, pois sou uma operária da dança. Sempre busquei levar a arte àqueles que não a conheciam e foi assim que cheguei a Sergipe há 40 anos, lutando até hoje para conseguir ‘contaminar’ os sergipanos a aprender a gostar desta que considero a mãe de todas as artes”, discursou.

Apresentações

Na primeira noite de apresentações, grupos de diferentes linguagens da dança mostraram no foyer e no palco do TTB, que Sergipe tem muito que mostrar. Para começar com muita animação e em clima junino, a Quadrilha Retirantes do Sertão, de Frei Paulo (vencedora do Arraiá do Arranca Unha 2010), agitou o público presente e arrancou passos de quem assistia suas cores e coreografias.

Depois de tanta animação, a jovem Companhia Move Mente mostrou no palco um pouco da dança contemporânea realizada em Sergipe. O espetáculo foi o ‘Vértice’ que traz movimentos precisos e muitos efeitos de iluminação.

Além do grupo contemporâneo recém formado, a companhia Maíra Magno de danças árabes, fez uma pequena intervenção. Com movimentos difíceis e cuidadosamente elaborados, as bailarinas mostraram porque a dança árabe é uma das mais sensuais do mundo. Após as dançarinas, a própria Maíra Magno se apresentou, dançando com a alma e com um sorriso inigualável nos lábios.

Por fim a Nelson Santos Cia. De Dança, mostrou à população o espetáculo ‘Rubras Faces’. Com uma trilha sonora especialmente selecionada, que levava o público do drama aos risos, os 17 bailarinos executaram fortes movimentos, que exigiam muito esforço corporal.

Público

O público presente se encantou com cada um dos espetáculos e se mostrou muito entusiasmado com a qualidade das apresentações. Eram notáveis as expressões de surpresa e encantamento com os passos embalados pelos grupos.

“Gosto muito de dança, acho tudo muito lindo, por isso fiz questão de vir hoje. Achei maravilhosa essa iniciativa, pois proporciona que todos os sergipanos possam vem de perto essa linda arte. Espero, quem sabe, um dia estar nesse palco também”, confessou a jovem estudante, Lara Valéria.

As estudantes de Letras, Maryvan Nascimento e Leilane de Barros, também estavam muito satisfeitas com o evento e os espetáculos do primeiro dia. Maryvan, que conta já ter tido experiência com o teatro e a dança do ventre, aprovou todas as apresentações e a iniciativa de influenciar a população a gostar de dança.  “Isso é muito importante para quem não tem o hábito de assistir esse tipo de apresentação, possa vir, aprender a gostar e quem sabe entrar no mundo artístico”, analisou.

Já Leilane, mostrou o valor da Semana de Dança ter acesso gratuito para os interessados.  “Nunca tinha vindo a um evento deste porte e acho muito importante, pois proporciona que as classes mais baixas também possam assistir a esse tipo de apresentação. Eu mesma já deixei de ir para muitas coisas por não ter como pagar as entradas, que muitas vezes são bem caras”, confessou.

Além das apresentações, na ocasião foi aberta a exposição permanente ‘Fotografia em Movimento’, dos fotógrafos Dinho Duarte, Lúcio Telles, Márcio Garcez, Marco Vieira e Moema Costa.