[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]No quadro, os olhos atentos observam o sistema de notação musical em forma de partitura. No toque dos dedos, as notas em harmonia dão origem ao som de Olhos Negros, composição sofisticada do cancioneiro russo. É com essa sintonia que uma turma de alunos do curso de violão da Escola de Artes da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju) ensaia a primeira das muitas melodias que estão sendo capacitados a tocar.

No campo musical, além de violão, são oferecidos cursos de sax, clarinete, flauta doce, violino, contra baixo, teclado e canto – coral. Para aprender um desses instrumentos, os interessados pagaram uma taxa semestral de R$ 20,00. “Quem não puder pagar a taxa é isento, pois isso não impede o ingresso na escola”, afirma o músico e diretor da instituição, Carlos Mendonça.

Ele diz ainda que na Escola de Artes o aprendizado prático dos instrumentos ocorre de forma integrada com a teoria musical. “Aqui a teoria não está separada da prática. Recebemos muitos alunos que deixaram outros cursos porque fugiam da teoria, que estava dissociada da parte prática”. Nas aulas de teoria, os alunos conhecem as notas, aprendem os compassos, trabalham o ritmo e a linguagem musical.

Com esse método de ensino, os alunos sentem-se atraídos pelas aulas teóricas, já que podem aplicar as instruções recebidas enquanto aprendem a tocar o instrumento.
Iniciante no curso de violão, a dona de casa Shirley Ferreira, 42 anos, diz que as aulas são agradáveis. “A professora consegue transformar o que a gente pensa que é chato em uma aula gostosa. Não perco as aulas de jeito nenhum e até já tirei nota dez”, orgulha-se.

Shirley conta que a taxa simbólica despendida para pagar o curso foi fator decisivo para seu ingresso na escola mantida pela Prefeitura de Aracaju. “Iria ficar muito pesado no orçamento para eu e meu filho fazermos o curso se a taxa não tivesse o valor que tem. Essa ajuda que recebemos da prefeitura é muito importante”, afirma. O filho, Vinícius Ferreira, 16, estuda violão na Escola de Artes da Funcaju há cerca de dois anos e já reserva sonhos para o futuro. “Tenho o desejo de seguir carreira na música e formar uma banda de rock ou forró”, planeja.

Semeando sonhos

Dentre os cursos ofertados, o mais procurado é o de violão. Neste período são 50 alunos matriculados, entre eles está o dedicado José Góes, 19, estudante do 3o ano do ensino médio. Ele cresceu em um ambiente movido a notas musicais, o que despertou sua paixão pela música. “Cresci ouvindo o meu pai tocar e cantar com os amigos. Ouvindo, vendo e perguntando comecei a tocar alguma coisa”, lembra.

Há menos de um mês tendo aulas de violão, ele conta que o curso estimula o aprendizado. “É muito gratificante estar aqui na Escola, pois os professores são realmente capazes de ensinar. Agora estou aprendendo a associar acordes, tocar no tom correto e é muito bom”, fala, entusiasmado.

Fã confesso de Djavan, o futuro músico tem no cantor alagoano sua principal referência. “Djavan é um fenômeno da música e o tenho como espelho”, diz. José está empenhado no aprendizado do violão e planeja tocar música popular brasileira profissionalmente. “Sonho em formar uma dupla com um amigo e, ao estilo Djavan, seguir carreira. Semeei a dedicação para aprender e hoje o fruto é ser capaz de tocar uma música”, diz, enquanto dedilha uma canção.

Com mais 14 pessoas, José integra a turma orientada pela professora Eliana Argolo, pioneira no ensino da técnica de violão em grupo. Ela afirma que o aprendizado em conjunto aguça a motivação dos alunos. “Na medida em que tocam juntos, um estimula o outro e assim aprendem mais rápido”, diz, enquanto confere, satisfeita, o desempenho dos pupilos tocando Olhos Negros.

O sorriso largo de dona Arlaides Santos é uma prova evidente de que a música é uma arte que não conhece limites de tempo ou idade. Aos 50 anos, ela encontrou o período ideal para aprender a tocar violão, sonho que armazenou durante toda a vida. “O violão sempre fez parte da minha vida, pois eu sempre quis aprender a tocar e agora isso está sendo possível”, diz, vitoriosa.

Católica fervorosa, dona Arlaides define a música como algo divino e almeja seguir a vida tocando violão. “Tocar é como religião: um mergulho ao encontro de Deus. Sonho em fazer apresentações, tocar na igreja, em serenatas…”, finaliza.

Escola de Artes: estímulo ao potencial artístico

A Escola de Artes da Funcaju há 19 anos vem contribuindo para a formação e desenvolvimento de potencialidades no âmbito da música, teatro e dança em Aracaju.

De acordo com o diretor Carlos Mendonça, a instituição é um celeiro onde os músicos sergipanos desenvolvem seus talentos. “Essa é a Escola que sustenta Aracaju musicalmente. A cidade precisa de pessoas que toquem a música popular, que é a mais apreciada e consumida. Aqui os alunos são preparados para enfrentar a realidade exigida pelo mercado”, enfatiza.

Nesse segundo semestre, as aulas foram retomadas dia 4 de agosto e há 400 alunos matriculados. Além de capacitar pessoas para a prática de instrumentos musicais, a Escola oferece ainda curso de teatro e dança. Com uma equipe de professores formada por 14 profissionais qualificados, as aulas acontecem nos períodos da manhã, tarde e noite.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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