[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Ministrante de duas das três oficinas de Literatura de Cordel nas bibliotecas públicas municipais, organizadas pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju) dentro da Jornada de Poesia, o cordelista e professor de História Zé Antônio cita os três fatores fundamentais para a construção da poesia de cordel segundo Manoel D’Almeida Filho e Rodolfo Coelho Cavalcante. “As três coisas fundamentais são: rima, métrica e oração”, explica ele.

As oficinas que iniciaram na última semana de abril e seguem até dia 25 de maio são divididas em duas etapas: teórica e prática. Na teoria, o cordelista se utiliza de vários textos que comentam de diversos ângulos a literatura de cordel. São textos registrados em monografias, teses de mestrado e doutorado, revistas e ainda são trabalhadas entrevistas gravadas e cantorias de repentes baseados em cordel. O material é apresentado aos alunos e um momento de discussão e comentários é reservado logo após, no formato de debate, valorizando a interação com os alunos numa troca de conhecimentos. “O curso é em forma de show onde o professor e alunos estão integrados no mesmo plano”, lembra o professor.

As músicas desenvolvidas no plano de aula foram especificamente escolhidas com letras feitas no esquema de rimas do cordel ou em esquema semelhante. Produções locais e nacionais estão sendo trabalhadas como as de autoria de Nino Karva, Amorosa, representando os artistas locais, e Socorro Lira e Irah Caldeira no âmbito nacional.

Na segunda etapa da oficina, as técnicas de construção de verso em cordel são apresentadas a partir das formas de versejar: esquema de rimas e metrificação de versos. “É uma coisa técnica, como se fosse matemática”, lembra Zé Antônio. Sextilhas, septilhas e dez sílabas poéticas são produzidas em cima de temas únicos escolhidos pela turma e livres para serem desenvolvidos como exercício.

As produções dos alunos deverão ser publicadas ao final das oficinas em um livreto como resultado do trabalho desenvolvido em sala, além da entrega dos certificados em um momento bastante especial com cantoria de músicas regionais, MPB e com a participação de violeiros repentistas.

Para surpresa da comissão organizadora das oficinas e seus ministrantes, as inscrições foram esgotadas e seus participantes, em sua maioria, cursam os níveis médio e superior, dando um caráter de pesquisa ao conteúdo apresentado. “Aqui [Biblioteca Ivone de Menezes] nossos inscritos são geralmente estudantes universitários”, ressalta Maria José, diretora da biblioteca Ivone de Menezes.

Devido a essa grande participação de estudantes universitários os cordelistas com apoio da Funcaju estão em negociação com a Universidade Federal de Sergipe no seu Departamento de Letras para a inclusão na grade curricular como disciplina obrigatória Literatura de Cordel, que, lembrado pelo poeta Zé Antônio, não é hoje nem assunto discutido em sala como parte da ementa de qualquer disciplina.

Fechando a temporada de oficinas de cordel, a terceira oficina oferecida pela Funcaju inicia suas aulas na próxima terça-feira, dia 16, na Escola Oficina de Artes Valdice Teles, situada à avenida Ivo do Prado, 868. As aulas serão ministradas pelo poeta cordelista e membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) Gilmar Ferreira e acontecerão as terças e quintas-feiras no horário das 17 às 19 horas. Talvez ainda tenha alguma vaga sobrando, basta ligar para 3211-6913. Neste mesmo dia, será exibido o filme “O carteiro e o poeta”, com o debate: Pablo Neruda, vida e obra, com Ivan Valença, jornalista e crítico de cinema. A exibição terá início às 19 horas, no auditório da Escola Oficina de Artes Valdice Teles.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Comments are closed.