Começam as filmagens de ‘O Senhor do Labirinto’
As primeiras tomadas do longa-metragem ‘O Senhor do Labirinto’, que conta a história do artista plástico Arthur Bispo do Rosário, natural de Japaratuba, em Sergipe, começaram a ser feitas nesta semana, no prédio do antigo Centro Psiquiátrico Garcia Moreno, no município de Socorro, na região da Grande Aracaju. O filme, baseado no livro ‘Arthur Bispo do Rosário – O Senhor do Labirinto’, da jornalista Luciana Hidalgo, é patrocinado pelo Governo do Estado, através do Banco do Estado de Sergipe (Banese) e Secretaria de Estado da Comunicação Social.
A produção mostra a vida de Bispo do Rosário e a obra que ele criou durante os cerca de 50 anos em que esteve internado em instituições psiquiátricas do Rio de Janeiro, de 1938 até 1989, quando morreu. Durante esse período, Bispo do Rosário produziu mais de 800 objetos, bordados e estandartes atualmente reconhecidos como de grande valor artístico e cultural. Algumas de suas obras já representaram o Brasil na Bienal de Veneza, em 1995, e foram requisitadas para mostras em Paris e Nova Iorque.
De acordo com a produtora Elisa Tolomelli, o longa-metragem, com cerca de 90 minutos de duração, deverá ser lançado em 2009, ano do centenário de nascimento de Bispo do Rosário. O ator Flávio Bauraqui, que fez o papel do pastor Ezequiel na novela "Duas Caras", da Rede Globo, é quem interpreta o artista sergipano no filme, que começa com a chegada de Bispo do Rosário à Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Ex-marujo e bom boxeador, logo ao chegar à colônia Bispo do Rosário, então um jovem de 25 anos, desentende-se com o interno Jaú, que era uma espécie de xerife do lugar. Jaú, que no filme é interpretado pelo artista sergipano Luis Carlos Reis, provoca Bispo e é surrado. Daí em diante, Bispo assume a liderança na colônia, onde passou cerca de 30 dos 50 anos que viveu enclausurado, produzindo suas obras.
Produção
As filmagens de ‘O Senhor do Labirinto’, embora tenham começado esta semana, foram precedidas de muito trabalho no estúdio cinematográfico improvisado nas dependências do antigo Centro Psiquiátrico Garcia Moreno, em Nossa Senhora do Socorro. Ali, desde dezembro último, trabalham diariamente cerca de 120 pessoas, entre artistas, costureiras, bordadeiras, artesãos, marceneiros, pintores e outros profissionais.
Todo esse pessoal vem sendo utilizado na reprodução das obras de arte de Bispo do Rosário, na montagem do cenário e das peças, além do figurino e adereços da produção. "É um trabalho de muita pesquisa e muito amor", define a figurinista Simone Aquino, responsável pelo vestuário utilizado pelos personagens do filme.
‘O Senhor do Labirinto’ terá 95 % das filmagens realizadas em Sergipe e os trabalhos de produção do filme envolvem 80% de mão-de-obra sergipana. "O filme é importante não apenas para divulgar, nacional e internacionalmente, a obra de Bispo do Rosário, e aumentar a auto-estima do povo sergipano, mas também para proporcionar emprego e renda e capacitar as pessoas para novas produções cinematográficas que venham a ser realizadas em Sergipe", diz o diretor de Arte do longa-metragem, Sérgio Silveira.
Réplicas
Ainda entre as vantagens deste filme para Sergipe está o fato de que, no término das gravações, as cerca de 500 réplicas das obras de arte de Arthur Bispo do Rosário que estão sendo feitas no Estado para as filmagens serão doadas ao Banco do Estado de Sergipe (Banese). Segundo o presidente do Banese, João Andrade, o patrocínio do banco ao longa-metragem faz parte das ações estratégicas da instituição para contribuir com o enriquecimento da cultura do Estado.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Começam as filmagens de ‘O Senhor do Labirinto’ – Flávio Bauraqui / Foto Janaína Santos/Banese