Cohidro promove curso pautado na racionalização do uso de agrotóxicos
Preocupado com o uso do agrotóxico, o Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretária de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (Seagri), lançou o cronograma de curso pautado na racionalização do uso de agrotóxicos que será realizado nos Perímetros de Irrigação administrados pela Companhia para os aplicadores da substância.
Dando o pontapé inicial nesta luta, na última quinta-feira, 5, o Perímetro da Ribeira em Itabaiana foi o primeiro a sediar o curso, reunindo aproximadamente 30 agricultores que estão diretamente envolvidos no manuseio do produto, ou seja, que estão com o pulverizador nas costas aplicando agrotóxicos em suas culturas, sejam eles produtores, donos dos lotes ou trabalhadores contratados para aplicar a substância.
A palestra foi ministrada por Aparecida Andrade, engenheira agrônoma da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), que iniciou falando sobre os riscos que corre o homem do campo ao utilizar o agrotóxico e alertou sobre a dose correta para evitar desperdício e contaminação por excesso de produtos, assim como o destino final que deve ser dado às embalagens vazias de agrotóxicos após a tríplice lavagem e como prevenir os acidentes com a substância.
Ela orientou que os agrotóxicos nunca devem ser transportados junto com pessoas, animais ou utensílios pessoais, evitando a contaminação, e destacou também que não se pode comer, beber ou fumar durante a aplicação do produto. Além dessas orientações, Aparecida informou que o agrotóxico só pode ser utilizado por pessoas alfabetizadas e maiores de 18 anos.
Para concluir, a palestrante ensinou como utilizar corretamente o Equipamento de Proteção Individual (EPI) e falou da importância do curso. “Além desse trabalho em campo, temos o trabalho educativo nas escolas de alguns municípios do Estado e temos um resultado positivo. As crianças tem a curiosidade de aprender e com elas trabalhamos o ano inteiro, no caso dos produtores rurais é um trabalho mais lento, é difícil eles mudarem de atitude. É por isso que estamos com esse trabalho, para sensibilizar e evitar problemas de saúde e a contaminação da família”, explicou.
Durante o evento, além do café da manhã fornecido aos participantes e do sorteio de kits de Equipamento de Proteção Individual, contendo botas, macacões e outros utensílios, foi coletado dos participantes amostras de sangues para análise laboratorial de resíduos de agrotóxicos, trabalho que foi desenvolvido em parceria com a Diretoria Estadual de Vigilância Sanitária (Divisa) e com a Prefeitura do Município de Itabaiana.
A gerente da Divisa, Rosana Barreto, informou aos agricultores que foi firmada parceria com os supermercados para evitar que alimentos contaminados com agrotóxicos, de uso não permitido ou fora dos limites toleráveis, cheguem até a mesa do consumidor. “Vamos levar a análise de amostras à Comissão Estadual de Agrotóxico para checar os resultados das análises periódicas e, quando o resultado apresentar pontos insatisfatórios, vamos comunicar aos supermercados para suspensão da compra”, alertou.
Valdicelmo Batista, que trabalha com a terra diariamente, expressou a necessidade de participar do curso. “Hoje teve a coleta de sangue e isso é muito importante para nós porque a gente trabalha com os produtos. Após ouvir a palestra percebi que há muito coisa errada, falta de cuidado, de manejo. Eu mesmo não sabia que não devemos caminhar entre plantações recém – tratadas”, comentou Batista, afirmando que agora terá cuidado com o agrotóxico na hora de utilizá-lo.
Everaldo Melo é agricultor do perímetro Jaquerecica I, também localizado em Itabaiana, e quando soube do que se tratava o curso, cuidou de estar lá logo cedo. Ele revela que esta é a primeira vez que participa de um curso voltado para esse tema. “Gostei muito do que vi nesta manhã. Esse curso veio para esclarecer, já que o Brasil hoje caminha para uma alimentação mais saudável. E, para nós agricultores, vem nos enriquecer e despertar para tentarmos tirar o agrotóxico e começar a pensar em produção orgânica”, enfatizou.
Segundo a coordenadora do projeto e engenheira agrônoma da Cohidro, Sônia Loureiro, o curso foi excelente e a participação do agricultor foi essencial, consolidando o trabalho. “A Cohidro faz parte de um programa de redução do uso do agrotóxico. Um curso desses tem uma dimensão muito grande, porque os produtores rurais vão tendo consciência do uso do EPI, da importância de usar o produto certo e procurar um engenheiro agrônomo para emitir a receita do produto para a cultura. Fizemos parceria com Vigilância Sanitária e a Emdagro, sem elas, não feríamos tanto’, concluiu.
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- engenheira Sônia Loureiro