[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, entregou no final da tarde de hoje, dia 17, os primeiros kits do Programa Brasil Alfabetizado, criado pelo governo federal no início da gestão do presidente Luís Inácio Lula da Silva e desenvolvido pelo Ministério da Educação. Com a primeira etapa do projeto, que vai até o mês de abril , cerca de 500 homens e mulheres a partir de 15 anos estão sendo alfabetizados. A meta é que, até o segundo semestre, mais 700 pessoas participem do programa desenvolvido em Aracaju pela prefeitura da cidade em parceria com a Fundação Banco do Brasil. O objetivo final é alfabetizar 10 mil aracajuanos de todos os bairros da capital.

Para Marcelo Déda, que esteve na solenidade acompanhado da primeira-dama e diretora executiva da ONG Missão Criança Aracaju, Eliane Aquino, é urgente a necessidade de acabar com o analfabetismo para tornar possível a inclusão social completa de todos os brasileiros. “A exclusão que separa os brasileiros do conhecimento é tanto ou mais perversa do que a econômica por não permitir que as pessoas tenham a capacidade de conhecer os direitos que têm. É como se fosse uma cegueira, que tira dos olhos de centenas de milhares brasileiros a oportunidade saber o que está acontecendo a sua volta”, observou.

Os alunos receberam do Banco do Brasil o material pedagógico com lápis, borracha, caderno, porta-documentos e caderno. Além desses itens, os kits dos educadores incluem apostilas. Aracaju já tem 23 alfabetizadores capacitados pelo projeto BB Educar, do Banco do Brasil, que capacitará um total de 66 educadores. As aulas são realizadas nas escolas municipais, principalmente no turno da noite, e o curso tem duração de cinco meses. Ao final do curso, cada turma instruída através do método construtivista do renomado educador brasileiro Paulo Freire, será encaminhada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) à primeira série do sistema regular de ensino.

O prefeito citou exemplos das dificuldades enfrentadas no dia a dia por quem não sabe ler para pegar ônibus, ler receitas médicas ou jornais. “Ninguém pode ser completamente cidadão se não pode se expressar de todas as formas possíveis”, disse, lançando o desafio: “Quero ser o portador de uma carta dirigida ao presidente Lula escrita por um de vocês presentes aqui hoje. Vamos mostrar ao presidente que os homens e mulheres de Aracaju estão dando exemplo de força de vontade ao resto do país para que todos possam ser agentes reais das mudanças”, frisou.

Para encorajar os alunos, Marcelo Déda também citou o caso de Vó Maria, uma senhora que somente aos 93 anos realizou o sonho de ser cantora reconhecida pela Ordem dos Músicos do Brasil. “Ela queria ser cantora e realizou esse sonho já idosa porque sabe que a idade da gente está na alma, e não no corpo. Então quero parabenizar a todos que não tiveram vergonha de admitir que não sabiam ler nem escrever, e sim coragem de enfrentar mais esse desafio na vida, porque nunca é tarde para aprender”, destacou.

A secretária municipal de Educação, Rosângela Santana, observou que a prefeitura e o governo federal estão tratando de um tema que é uma “mancha” na história do Brasil. “A sociedade não admite mais que não tem o domínio da leitura e, no Brasil, infelizmente podemos ver que o analfabetismo tem cor e é herança dos anos de escravidão. É por isso que este trabalho é fundamental para o resgate da cidadania do povo”, aduziu.

O superintendente estadual do Banco do Brasil, Éverton Teixeira, relatou nascimento da idéia de alfabetizar pessoas na empresa. “Em 1993, um grupo de funcionários tinha o sonho de que cada um podia fazer a sua parte para erradicar o analfabetismo com uma, duas ou três turmas e aí nasceu o BB Educar. Com parcerias como esta, tenho certeza de que iremos conseguir realizar este sonho”, ressaltou.

Mãe aluna, filha educadora

Dentre as centenas de pessoas que estão sendo alfabetizadas, um caso particular chama a atenção: o da senhora Edite Ferreira, de 61 anos, que faz o curso na Escola Municipal Nunes Mendonça, bairro Coroa do Meio. Ela tem duas filhas e uma delas é sua professora no curso de alfabetização. “Eu nunca tinha freqüentado a escola porque não tive oportunidade, mas fiz questão de dar estudo as minhas filhas. Estou muito feliz hoje porque agora uma delas me ajuda a aprender”, contou emocionada.

Segundo Leila Ferreira, filha de dona Edite, o trabalho não poderia ser mais gratificante. “Eu já tentava ensinar a ela em casa. Na sala de aula, ela já perdeu completamente a timidez e está indo muito bem. O dia em que ela conseguiu escrever a palavra amor foi muito emocionante para nós duas” lembrou.

Os principais bairros atingidos pelo programa de alfabetização na primeira etapa do projeto são o Industrial, Porto Dantas, Veneza, Jabotiana e Santos Dumont, dentre outros. Para a segunda fase, mais turmas serão formadas com o auxílio das próprias comunidades e Organizações Não-Governamentais, entre elas as do Lamarão, Santa Maria e Ponta da Asa.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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