[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]

"O que vamos fazer aqui? Sambar". Com um ritmo rústico, percussivo e envolvente, o grupo Caceteira de Rindú, de São Cristóvão, foi uma das atrações folclóricas da sexta-feira, 20, no Arraial Lampião e Maria Bonita, no Arraiá do Povo. Durante mais de meia hora de apresentação, 31 componentes vestidos de verde encantaram a platéia com uma das mais tradicionais manifestações culturais da cidade mais antiga do Estado. 

"A Caceteira é um tipo de samba que é comumente dançado na tarde do dia de São João. Eu puxo o canto, faço reverência e os brincantes respondem, tudo ao som da cuíca, do ganzá, da caixa e dos bumbos", explicou José Gonçalves dos Santos, coordenador do grupo. Integrante da Caceteira desde os oito anos, seu Gonçalves faz parte de uma verdadeira dinastia que tem mantido a sobrevivência do folguedo no cenário cultural sergipano. "Meu pai fez antes de mim e meu avô fez antes dele. É um negócio tão antigo que não sei nem precisar quando surgiu. Sei que veio do estrangeiro. Mas pode botar aí uns 120 anos", arriscou. 

A integrante do grupo Maria Acácia dos Santos, 56, também brinca desde pequena nas manifestações folclóricas de São Cristóvão. Mas só depois de muito tempo dedicada ao samba-de-coco, ao reisado e à dança portuguesa que dona Acácia entrou no grupo que hoje participa. "A tradição é diferente dos demais estilos, os passos são outros, as canções são outras. Mas se eu pudesse brincava direto", revelou.

Já dona Marina dos Santos, apesar dos 76 anos e muita estrada na história folclórica da cidade-patrimônio, passou a integrar o Caceteira de Rindú há três anos – o suficiente para destacar a importância do Arraiá como a principal chance de visibilidade para a cultura local.  "É a segunda vez que o Governo nos chama para fazer demonstração aqui no Arraiá, e nós viemos com muita satisfação. Se todo ano for assim, bonito, organizado, vamos vir sempre", disse. 

Para o secretário de Cultura de São Cristóvão, Sócrates Andrade Prado, o Arraiá do Povo é uma espécie de vitrine para a cultura local. "É graças a eventos como esse que os grupos folclóricos recebem convites para se apresentar fora dos limites do município, tanto no próprio Estado como em outros. Graças ao apoio que o Governo de Sergipe sempre nos fornece quando surge uma oportunidade, todos os grupos de São Cristóvão que já passaram por aqui conseguiram se apresentar lá fora e divulgar a força cultural da cidade histórica", destacou. 

Ao fim da apresentação, o aposentado baiano Durval Souza Filho, de 68 anos, vibrou com a expressividade da Caceteira de Rindú. "Muita sabedoria, muita criatividade, muita alegria espontânea, tudo o que há de melhor nas tradições do Nordeste". Sua esposa, a professora Maria Claudete dos Santos Souza, 67 anos, fez coro. "É por isso que essa festa é maravilhosa. Nos outros lugares não é assim. Ninguém faz São João como Sergipe". 

[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Comments are closed.