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Por Maíra Andrade, repórter da Secult

Maria da Penha de Oliveira é uma aposentada de 52 anos que não dispensa o hábito da leitura todas as noites antes de dormir. Penha também costuma ir sempre às apresentações teatrais e vai pelo menos duas vezes por mês ao cinema.

“Desde criança, gostava muito de ler. Morava no interior e por questões financeiras, tinha poucas opções de leitura. Ficava torcendo por uma alma boa que me emprestasse um livro, revista ou qualquer coisa que resultasse em ‘leitura’. Por conta disso, fui acordando para as ofertas do mundo. Além disso, gosto de teatro, cinema – principalmente nos gêneros comédia, romance, históricos, infantil, além de ser apaixonada por exposições de arte, pois acredito que a cultura nos conecta com o mundo e nos faz sentir mais leves”, assegura Penha.

Ela não é a única a ter ampliado seus hábitos culturais. Uma pesquisa nacional realizada pela Fecomércio-RJ aponta que os brasileiros estão consumindo mais produtos culturais. A pesquisa realizada em 2010 ouviu mil pessoas em 70 cidades e constatou que os números são melhores que em 2009, quando 40% da população acima de 16 anos desfrutou, pelo menos uma vez, de algum hábito de lazer cultural, enquanto no ano passado esse percentual subiu para 53%.

Em Sergipe, essa realidade já aponta novos rumos. Com o aumento do poder aquisitivo e os constantes investimentos do Governo na área, a cultura sergipana passou a ter mais visibilidade nos últimos anos. Após passar décadas sem investimento do poder público, as atividades culturais no estado começam a se firmar como uma ferramenta sólida de identificação do sergipano e de sua sergipanidade.

O crescimento cultural brasileiro revelado pela pesquisa se repete em Sergipe. De acordo com a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, as políticas públicas executadas pelo Governo Federal a partir de 2003, e pelo Governo de Sergipe desde 2007, impulsionaram o maior acesso de brasileiros e sergipanos à cultura.

“Podemos afirmar que em nosso Estado o fomento à cultura passou anos sem investimento do poder público. Hoje as atividades culturais conseguem atrair um bom público que, independente de idade ou classe social, está tendo mais possibilidade de acessar produtos e estabelecimentos culturais. E nosso papel na Secult é estimular o sergipano a prestigiar a prata da casa, e nossas últimas ações, como o Festival de Teatro e a Semana de Dança, mostram que estamos no caminho certo”, declara a gestora.    

Opções a perder de vista

Sejam em apresentações de música clássica ou teatrais, o público comparece em massa e lota os espaços culturais da capital. A Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) e o I Festival de Teatro Sergipano são uma prova concreta disso. Em todas as suas apresentações, a Orsse consegue preencher 80% dos 1.300 lugares disponíveis no Teatro Tobias Barreto, e no Festival de Teatro, evento promovido pelo Governo de Sergipe através da Secult, não foi diferente.

O motoboy Carlos Alberto, por exemplo, é uma das pessoas que se enquadram neste número. O rapaz que estava acompanhado de toda a família em um dos espetáculos do Festival de Teatro Sergipano, conta que aproveitou o evento para conhecer um pouco da arte do Estado. “Ficamos sabendo da peça pela televisão e achamos interessante. Nunca havíamos ido ao teatro e com o festival surgiu essa oportunidade. É um programa diferente, por isso aproveitamos que era de graça e trouxemos toda a família. Sem dúvida, voltaremos muitas outras vezes que houver oportunidade”, disse Carlos.

O cinema e o hábito da leitura são outras fontes culturais que tem tido considerável ampliação. Visitas a museus e galerias de arte também tem sido freqüentes. A Praça São Francisco, recentemente eleita Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, e os museus localizados no seu entorno, por exemplo, tem recebido mensalmente, centenas de visitantes interessados em ver de perto um pouco da riqueza histórica existente em Sergipe.

Ainda de acordo com a pesquisa, houve um aumento de 13 pontos percentuais no número de brasileiros que freqüentaram alguma atividade cultural no ano passado, se comparado com o ano anterior.

A universitária Karolyne Costa também comprova os dados da análise. A jovem que vai pelo menos uma vez por semana ao cinema e que criou o hábito da leitura ainda no período escolar, não esconde que a consolidação na profissão e a conseqüente melhora na renda, contribuíram para que ele mantivesse o hábito. “Quando passei a ter meu salário e uma renda fixa, se tornou mais fácil adquirir os livros que gosto de ler e ir ao cinema sempre que houvesse um filme que despertasse a minha atenção”, explica a jovem.

Projetos

Antenada com a nova realidade existente em Sergipe, a Secretaria de Estado da Cultura tem trabalhado maciçamente em novos projetos para suprir ainda mais a grande procura por atividades culturais que vem ocorrendo no Estado.

A diretora de Projetos e Integração Cultural da Secult, Kadydja Albuquerque, destaca que a secretaria atua em várias frentes de trabalho, elaborando projetos para as mais diversas linguagens da cultura. “Existem mais pessoas interessadas em consumir cultura, e nós temos esse papel de estimular a formação de platéia para os produtos culturais através de nossas ações. Temos sempre essa preocupação de elaborar projetos que trabalham a formação de público, a exemplo do Festival de Novas Composições de Forró, a Semana de Dança, o Festival de Teatro e a Arena Multicultural no Verão Sergipe, por exemplo”, lembrou.

Se depender do professor Anderson de Carvalho, os espetáculos e apresentações culturais em Sergipe continuarão tendo casa cheia e sendo sucesso de público e crítica. “Acredito que a variedade de atrações culturais está sendo maior aqui em Sergipe, pois os grupos do Estado estão ganhando mais notoriedade. Vejo que o acesso a estas atrações está mais fácil e que a variedade está aumentando devido aos mecanismos de incentivo à cultura”, declarou.

A pesquisa

O levantamento da Fecomércio-RJ levou em conta os hábitos culturais de brasileiros que vivem em 70 cidades do país, incluindo sergipanos. Em todas as regiões houve aumento no acesso a programas de lazer, mas, dentre todas, o cinema tem destaque, com um aumento de 10% em relação a 2009. Literatura e apresentações musicais vêm em seguida, com um crescimento de 7%; a quantidade de pessoas que foram ao teatro foi 5% maior em 2010 e as exposições de arte receberam 4% a mais brasileiros em comparação a 2009.

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