Arranjos produtivos locais é tema de reunião em Japaratuba

Apresentar os Arranjos Produtivos Locais (APL´s) de banana, raízes e tubérculos e artesanato, assim como as atividades de organização social e irrigação as comunidades rurais, na pespectiva de consolidar tais nos territórios Leste Sergipano e Baixo São Francisco, esse foi o objetivo da reunião que aconteceu no último dia 11 de abril, em Japaratuba, entre técnicos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) nos territórios sergipanos do Leste e Baixo São Francisco.
 
Ao todo foram 19 participantes, sendo que desses, 16 técnicos são técnicos de assistência técnica e extensão rural (Ater) e três estagiários da Escola Família Agrícola de Ladeirinhas. Na oportunidade, o gestor do Escritório da Emdagro em Neópolis, José Heriberto, apresentou o APL de Banana, destacando seu potencial hídrico na região para o desenvolvimento da cultura. “A banana, apesar de marginalizada, é uma atividade economicamente viável por possuir variedades bem adaptadas, tecnologias viáveis para a agricultura familiar, alto valor nutricional e fazer parte da cultura alimentar de povos de todos os continentes, o que lhe garante mercado para consumo”, destacou Heriberto.
 
Na sequência, o técnico em Cooperativismo Francisco Tavares, do Escritório da Emdagro em Própria, conceituou APL e Organização Social, apresentando a situação das organizações de agricultores no território Baixo São Francisco e os principais gargalos para funcionamento e constituição. “São associações, cooperativas, Conselhos Municipais, Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Colegiado Territorial e Grupos de Interesse que se organizam para interferir nos processos econômicos, culturais, políticos e sociais, visando a sustentabilidade do seu negócio e o bem-estar de sua comunidade”, relatou.
 
Na visão do gestor do Escritório da Emdagro em Japoatã, João Serafin Pinto, a irrigação é uma das atividades mais importantes do semiárido nordestino por garantir a atividade agrícola e a sustentabilidade econômica, minimizando, sobretudo, o risco tecnológico representado pela escassez de água. Ele considerou ainda que o potencial hídrico dos territórios do Baixo São Francisco e Leste Sergipano, facilita a agricultura irrigada o que desencadeia uma série de benefícios para os arranjos produtivos identificados na região, tais como geração de divisas, abastecimento interno de hortícolas, geração de emprego e melhoria na qualidade de vida.
 
Já a técnica do escritório de Japaratuba, Josenildes Menezes, fez uma apresentação do APL de artesanato mostrando ser essa atividade bastante diversificada, com tipologias de bordado, pintura em tecidos e fibras variadas. Destacou também as atividades já realizadas de capacitação de artesãs em técnicas artesanais aproveitando produtos da região e a preocupação com a preservação ambiental desde os cuidados na colheita da matéria prima à recuperação de áreas degradadas, principalmente no que diz respeito ao ouricurizeiro. Por fim, mostrou o potencial artesanal a partir dos arranjos produtivos da banana e do coco.
 
O gestor do Escritório da Emdagro em Japaratuba, Carlos Gomes de Araújo, apresentou a APL Raízes e Tubérculos, ressaltando que o Brasil é o maior produtor de Mandioca do mundo, sendo a Bahia o maior estado produtor e Sergipe apresentando a maior produtividade. “Enquanto no nordeste 90% da raiz são transformadas em farinha, produto que faz parte da cultura alimentar da população nordestina, no sul a planta é destinada a alimentação animal”, frisou, acrescentando que já se reuniu com os colaboradores das demais regiões do Estado e ficou definida a implantação de 60 campos de produção de manivas da variedade kiriris no Estado, sendo 20 para a região de Propriá.
 
Como encaminhamento, ficou programada, para o próximo dia 23 de abril, uma nova reunião quando serão apresentados os Arranjos Produtivos de leite, coco, aquicultura, cana-de-açúcar e produção orgânica de hortaliças.
 
Participaram também desse evento, além dos técnicos locais e do gestor regional de Propriá, Paulo Roberto, diretor de Ater Gismário Nobre e os assessores técnicos para a região, Angélica Freitas, Wagner Brito e Wilton Menezes.