Aracaju e Socorro terão ampliação da estrutura sanitária
Para o primeiro trimestre de 2008 está previsto o início das obras que vão modificar de maneira decisiva a estrutura de saneamento das cidades de Aracaju e Nossa Senhora do Socorro. A ampliação da rede sanitária acarretará a redução do índice de doenças causadas por falta de saneamento básico, e a melhoria da qualidade de vida da população, que não precisará mais conviver com esgoto a céu aberto, além da despoluição gradual dos rios sergipanos, onde escoam o esgoto, a exemplo do Rio Sergipe que fica na Beira-Mar.
A proposta é aumentar a capacidade de tratamento das Estações de Recuperação da Qualidade das Águas (ERQ) e construir mais 203.737 metros da rede coletora de esgoto e 33.873 ligações domiciliares em diversos bairros de Aracaju e Nossa Senhora do Socorro, que nunca tiveram acesso a saneamento básico. A previsão é de que as obras beneficiarão cerca de 200.652 pessoas.
A atual rede de saneamento é composta pela Estação Orlando Dantas, Estação Eduardo Gomes, Estação Visconde de Maracaju, além das três Estações de Recuperação de Qualidade (ERQ), a ERQ-SUL, ERQ-OESTE e ERQ-NORTE, sendo que a última fica em Nossa Senhora do Socorro e todas as demais em Aracaju.
O projeto propõe a duplicação da ERQ-OESTE para atender a bairros e conjuntos Médici, Inácio Barbosa, Ponto Novo, Jardins, Garcia e Leite Neto. Outras localidades nas quais serão feitas ligações domiciliares à rede de esgoto são João Alves, Piabeta, Salgado Filho, São Braz e Coqueiral, tratados pela ERQ-NORTE. A ERQ-SUL vai tratar do esgoto do Santa Maria, Conjunto Valadares, Conjunto Padre Pedro, Augusto Franco e a demanda suprimida da Atalaia (cerca de 40% das residências).
A obra terá um investimento de R$ 85 milhões e será realizada, principalmente, com recurso do PAC, via Governo Federal. O Governo do Estado será responsável por 10% do investimento dos recursos.
Panorama atual
Atualmente na Grande Aracaju, apenas 40% da população têm esgoto sanitário. As demais residências possuem fossas – que são de responsabilidade e iniciativa particular do morador – ou despejam o esgoto nos rios.
Na ERQ-OESTE é tratado 90% do esgoto dos bairros Inácio Barbosa e Médici. Na ERQ-SUL atualmente é tratado 60% do esgoto do bairro Atalaia e 20% das casas da Terra Dura. A Estação ERQ-NORTE trata 90% dos esgotos do Pereira Lobo, Palestina, Cidade Nova, Suissa, Centro, 13 de Julho e Bairro Industrial; 95% do Siqueira Campos e Bairro América; 100% dos bairros São José e Santo Antônio; 98% do Getúlio Vargas e Cirurgia; 70% do 18 do Forte; 80% do Salgado Filho; 60% da Coroa do Meio e 50% do Grageru.
As águas tratadas pela ERQ-NORTE escoam para o Rio do Sal, que é um afluente do Rio Sergipe. As que são tratadas pela ERQ-OESTE são despejadas no Rio Poxim e as tratadas pela ERQ-SUL são despejadas no Rio Pitanga, um afluente do Poxim. Por isso, a ampliação do tratamento dos esgotos provocará uma melhoria real à qualidade da água de rios sergipanos e será responsável por uma gradual despoluição.
Segundo o diretor-técnico da Companhia de Abastecimento de Sergipe (Deso), Juarez Carvalho Filho, a reforma tem uma importância crucial. Ele conta que a primeira obra para o tratamento de esgoto em Aracaju foi concluída em 1914, enquanto que a obra seguinte – a última realizada – foi feita em 1986. Mesmo naquele momento, a estrutura de saneamento não era capaz de suprir a demanda e, como nesse intervalo de tempo a cidade cresceu bastante, a ampliação da estrutura de saneamento se tornou mais do que necessária.
"O resultado será a redução da poluição do rio Sergipe. É claro que também os vetores causadores de doenças diminuirão bastante, principalmente em bairros de periferia nos quais as pessoas convivem com esgoto a céu aberto, crianças tomam banho de rio contaminado. Essa melhoria da qualidade de vida está associada à redução de custos com a saúde, porque ajudará a prevenir a população de doenças", avalia.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Aracaju e Socorro terão ampliação da estrutura sanitária – Áreas marcadas no mapa serão beneficiadas com as obras / Foto: André Moreira/ASN