Agricultores familiares aprendem sobre comércio solidário
Numa parceria inédita, a Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Planejamento, e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, realizaram durante toda a terça-feira, 17, o primeiro treinamento prático sobre ‘Comércio Ético e Solidário – Alternativa de desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva para assentados do Programa Crédito Fundiário em Sergipe’. O evento foi realizado no auditório da Pronese e reuniu agricultores, técnicos dos governos Federal e Estadual, representantes de sindicatos, pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS), do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) e de empresas de assistência técnica.
Os 120 agricultores familiares presentes ao evento passaram a conhecer a Conab como importante parceira na compra de seus produtos. A superintendente regional do órgão para Bahia e Sergipe, Rose Edna Mata Vianna Pondé, apresentou o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). O mecanismo do Governo Federal permite a compra de produtos alimentícios da agricultura familiar de maneira rápida e descomplicada.
"O PAA é um programa social que compra a preço justo do agricultor familiar e faz doação de todos os produtos comprados para escolas, creches, hospitais e outras entidades cadastradas no Programa Fome Zero, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. São vendidos, apenas, aqueles produtos que não têm encaminhamento social", disse ela.
Segundo Rose Pondé, o agricultor participante do PAA pode operar anualmente até R$ 3.500, a depender da modalidade de compra direta ou indireta, sendo que um importante critério é a apresentação da Declaração de Aptidão ao Pronaf, fornecida em Sergipe pela Deagro.
A representante da Conab ressaltou a importância da agricultura familiar e o esforço da Companhia Nacional em fazer com que o trabalhador rural não tenha prejuízo na vendo da produção. Segundo ela, no ano passado, 56% dos produtos adquiridos pela Conab foram originados da agricultura familiar. Para explicar a importância da Companhia na valorização do produto agrícola sergipano, ela citou o exemplo da grande safra de milho que em 2004 fez o preço da saca chegasse a R$ 12. Com a iniciativa da Companhia de comprar a R$ 19, valorizou o produto que chegou a ser vendido por R$ 22, naquele mesmo ano.
Durante o evento, o representante da Fetase, Antônio Carlos, destacou os avanços dos agricultores. Citando dados do Dieese, Carlos disse que mais de quatro milhões de pequenas propriedades rurais empregam 80% da mão-de-obra do campo e produzem 60% dos alimentos consumidos pela população brasileira. "A agricultura familiar produz 40% da riqueza gerada no campo no Brasil, cerca de R$ 57 bilhões", afirmou o representante da Fetase.
Projeto Produzir
No período da tarde, os trabalhadores rurais conheceram a experiência do ‘Projeto Produzir’, apresentada por José Ramalho Neto, do Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento Rural Sustentável (ICODERUS). Há cinco meses em funcionamento, o projeto já conseguiu reunir diversos trabalhadores em torno da cadeia produtiva da Apicultura desenvolvida nos municípios de Monte Alegre e Porto da Folha.
Segundo Ramalho, o ‘Projeto Produzir’, além de produzir o mel, controla a produção das colméias em madeira e das vestimentas apícolas, As vestimentas já renderam boas resultados para as mulheres de Monte Alegre, segundo ele, vendendo o produto para o estado do Piauí.
Esse primeiro treinamento é exclusivo para agricultores familiares dos assentamentos já implantados do Programa de Crédito Fundiário, coordenado pela Pronese. Desde quando o programa começou, há seis anos, cerca de 1.070 famílias foram assentadas em 29 municípios sergipanos. Com o seminário, o Governo do Estado busca uma efetiva comercialização dos agricultores familiares para as áreas de assentamento.
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