Ações do Governo contribuem para aumento da safra de abacaxi em Aquidabã
A assistência técnica ofertada ao agricultor familiar pelo Governo do Estado e o estágio de entendimento da parte do produtor, têm feito a diferença em Aquidabã, resultando numa safra 2009/2010 considerada excelente, atingindo cerca de seis milhões de frutos, e envolvendo 230 agricultores. O mercado maior do abacaxi é Aracaju, mas a Bahia também está no roteiro consumista da fruta sergipana, que nesta época de verão é comercializada pelo produtor com preços entre R$ 1,20 e 1,50.
Jecelmo Dias de Melo e Silvano Dias de Melo são irmãos e agricultores, com mais de 20 anos no exercício do trabalho no campo, concentrando-se na cultura do abacaxi, tendo plantado cerca de 10 tarefas. A família trabalha unida e o desdobramento dessa labuta foi traduzida por uma produção que chegou a nove mil frutos por tarefa, tida como excelente, em razão de problemas existentes, incluindo doenças e pragas, como a Fusariose que provoca um quebra muito grande na produção.
De acordo com Silvano Dias, o problema da doença é pior no inverno, pois a umidade ajuda a se espalhar. “No verão, como vem acontecendo agora, a praga atinge menos os frutos e a colheita tem sido muito boa, pois além da quantidade, os frutos sem as marcas da doença são comercializados com mais facilidade e melhor preço”, disse.
Os irmãos adotam como prática a mudança de área, além de adotar critérios de plantio para garantir uma periodicidade produtiva, o que permite uma constância na comercialização. Nesta semana, a família planta quatro tarefas, realizando experiência em mudas advindas do Rio Grande do Norte, reconhecidas pela qualidade. Eles esperam um bom resultado.
Assistência e a biofábrica
Para o agrônomo Esdra de Oliveira Pereira, gestor local da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), são 230 hectares utilizados na cultura do abacaxi, propriedade de cerca de 230 agricultores assistidos pelos técnicos da empresa em Aquidabã. Ele disse que o controle da produção é orientado para que seja possível dispor do abacaxi na maior parte do ano, com o objetivo de fidelizar o mercado. Para tanto, são necessárias a correção de solo e irrigação, esta última, utilizando-se recursos como barreiros e aguadas.
“O abacaxi é um produto que tem mercado pela forte utilização na alimentação matinal, particularmente no setor de hotelaria. Para o agricultor o momento é interessante, pois o valor do fruto oscila entre R$ 1,20 e 1,50. Alguns problemas preocupam agricultores e a assistência técnica, a exemplo da Fusariose, algo que deve ser resolvido a partir do final do ano, com a entrada em funcionamento da Biofábrica, idealizada pela Secretaria da Agricultura, cuja parte física está sendo concluída e deve funcionar em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, Embrapa e Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico”, disse o agrônomo da Emdagro.
Esdra Pereira afirmou ainda que a Biofábrica, por ser uma instituição científica, vem sendo esperada pelos produtores com muita expectativa, pois muitos deles já tomaram conhecimento dos seus benefícios, através de dias de campo, cursos e treinamentos sobre a cultura do abacaxi promovidos pelo Governo do Estado. Ressaltou o fato de as mudas a serem produzidas terem mais resistência à fusariose e de variedades outras que venham a promover maiores e melhores resultados, o que trará para a região um maior desenvolvimento, tornando-a um polo produtivo e, por conseguinte, oportunizando uma nova realidade em termos de produção e produtividade.
- Ações do Governo contribuem para aumento da safra de abacaxi em Aquidabã – Fotos: Luiz Carlos Lopes Moreira/Seagri